A FALÊNCIA MORAL DE QUEM JULGA OS SEUS SEMELHANTES

Os que sabem julgar os outros em nome de sua suposta religião, ou em nome de suas crenças políticas ou ideológicas, agindo como "portadores de uma verdade santa", não fazem outra coisa senão manifestarem a imbecilidade de serem hipócritas, inflexíveis, legalistas, covardes, assassinos da fé, perversos e insensíveis com a dor alheia.

Uma sociedade composta de pessoas com essa mentalidade bestial, de pessoas que tem certo poder no meio em que vivem, só podem produzir certos fenômenos doentios que faz com que as vozes de tantos inocentes até hoje ecoem, tais como os autos da fé, as inquisições mais sangrentas engendradas por fariseus-hipócritas (embriagados com o sangues de inúmeros inocentes), as carnificinas históricas contra pessoas de outras crenças, as deportações em massa, os exílios de quem pensa diferente e os grandes genocídios patrocinados por ditadores com sede de morte e caos.

"Então, vocês que só sabem julgar como se fossem as pessoas mais perfeitas desse mundo, tomem cuidado com as suas práticas frequentes de ódio e de intolerância como se pudessem esquadrinhar o que se passa no coração de outas pessoas, pois só mostram o quanto suas concepções são falidas e fadadas a um completo fracasso, ainda que venham embasadas numa lógica impecável."

Ora, os juízos, as impressões, as sensações e as percepções humanas são sempre limitadas e falhas...por mais genial que seja, não existe ninguém nesse mundo que pode se gabar de ter um saber que abarca a totalidade das coisas que existem, dos conteúdos que podemos apreender e de todo o sentido da vida.

Os grandes sábios foram, certamente, aqueles que reconheceram o seu saber de que, no fim das contas, nada sabem. Somos, portanto, grande quando reconhecemos que somos pequenos diante da imensidade do cosmos e do poder miraculoso de Deus. Somos ricos de alma quando reconhecemos com sinceridade, humildade, reverência e arte de que acima, bem acima do pó de nossa miséria, possa reinar algo inefável, redentor e inescrutável!

Somos fortes quando reconhecemos que somos fracos como já havia sentido Paulo em meio ao sofrimento; e somos artistas quando podemos imaginar que resplandece no reino do supra-sentido algo tão elevado que transcende toda a nossa compreensão racional que erigimos através de anos de estudos sistemáticos.

"Então, para vocês que se comprazem em formar ideias precipitadas sobre outrem e exercem a burrice de serem incompreensíveis, não julguem situações, pessoas e eventos como se fossem uma verdade absoluta porque tudo isso não passa de arrogância e prepotência levada adiante por seres tão ínfimos como vocês! Essa prática já é suficiente para que sejam descredibilizados e não levados a sério por pessoas inteligentes, perspicazes e livres de qualquer amarra ideológica."

A humildade enquanto reconhecimento da própria ignorância, ou seja, do não-saber, é sempre a base tudo! "E lembrem-se vocês que não aprenderam a ser solidários com a dor do seu próximo, lembrem-se daquela famosa passagem bíblica, tão pertinente em nossos dias de desumanidade quase generalizada 'Não julgueis para que não sejais julgados.' "

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 04/03/2019
Reeditado em 04/03/2019
Código do texto: T6589373
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