Quem será a nova liderança da esquerda?

Vários partidos serviam como um refúgio para os eleitores deste lado que não concordavam totalmente, ou majoritariamente, com o PT. Partidos como PSOL, PcdoB entre outros, representam eleitores que, em sua maioria, apoiam o PT nos segundos turnos ou em coligações. Apesar de haver críticas entre eles, dentro do espectro político, eles se encontram muito mais próximos do que o recém alavancado PSL.

Entretando, com a baixa reputação do ex-Presidente, a esquerda vai precisar de uma nova "liderança principal", que não esteja com a reputação afetada por denuncias de corrupção. Tal movimento não vai ocorrer por vontade da liderança atual, mas por necessidade de movimentação, com outras possíveis lideranças buscando espaço por considerarem ter mais capacidade de levar em frente o projeto da esquerda.

Já acontecem algumas movimentações neste sentido, como, por exemplo, a tentativa de Ciro Gomes de lançar-se à presidência com um vice do PT. A negativa do partido lulesco foi, na minha opinião, fator decisivo para a vitória do Bolsonaro. O candidato do PTB me parece, neste momentos, estar à frente de seus colegas na disputa por este "cargo" de liderança.

Outro candidato é o Boulos, que tem algum apoio dos sem-teto. Muitos têm a impressão que o Boulos mimetiza os gestos e formas de falar de Lula. Realmente acho os dois parecidos, mas ainda não consegui decidir se isso é casual ou acidental. Manuela D'Ávila me parece a terceira candidata, porém parece estar um tanto atrás dos outros dois, talvez por ter aceito disputar a eleição como vice do Haddad.

A quarta via me parece ser a Gleisi Hoffman. Ela ainda continua defendendo o Lula e, possivelmente, vai buscar esta liderança insistindo na tese da perseguição política e colocando-se como "herdeira" do Lula.

É inegável que a esquerda errou, do ponto de vista estratégico, nas últimas eleições. A possibilidade de fortalecimento no curto prazo depende diretamente de um descolamento com o PT e a negação de que o este partido represente o que a esquerda é. Já é possível observar alguns traços desta movimentação, que devem ser ampliados nos próximos anos, conforme a proximidade das próximas eleições presidenciais e acredito que, aos poucos, Ciro Gomes se torne uma liderança mais forte.

Não acredito que haverá um mea culpa do PT, a não ser que parta do ex-presidente. Certamente eles manterão boa parte do apoio que tem hoje, mas não deve ser o suficiente para ganhar outras eleições, assim como não foi desta vez, lembrando que não houve, depois de possível a reeleição, presidente que falhou em se reeleger.

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