Padre Paulo Ricardo e o pacifismo

O ilustre Padre Paulo Ricardo sentenciou: "O cristão não é pacifista".

Para o Padre Paulo Ricardo, nada impede que um cristão mate o seu irmão, se ele assim merecer. O que não pode, ele diz, é matar inocente. Mas um culpado, sim, esse o cristão está autorizado a matar, e fará com isso uma grande caridade à humanidade, livrando-a de um mal. É em nome da caridade que o Padre Paulo Ricardo autoriza o assassinato.

O Padre Paulo Ricardo não acredita, absolutamente, naquela história de que um cristão não pode julgar. O cristão não só pode como deve julgar, e mais, deve condenar, se preciso for até com a morte. O Padre Paulo Ricardo não tem nenhuma crise de consciência ou uma escassa dúvida sobre o que seja o “bem” ou o “mal”. São, na sua mente, conceitos absolutos, de modo que não haverá, nunca, nenhum tipo de erro quando ele decidir agredir ou atirar em alguém. Deus, acredita, muito se agradará quando, ao matar um semelhante, ele impedir o mal a outro semelhante mais semelhante a ele.

Era só o que faltava, pensa o Padre Paulo Ricardo, quererem que eu ame um sujeito que veio me fazer mal! Para ele, aquela história de “dar a outra face” é um conto da carochinha, conversa para boi dormir. É preciso, isto sim, resistir, condenar, punir e, se for necessário, matar. O Padre Paulo Ricardo leu o Sermão da Montanha e concluiu: “Bobagem, isso aqui é impraticável”. E foi ler então sobre o Senhor dos Exércitos.

Duas passagens do Evangelho são da especial afeição do Padre Paulo Ricardo: o momento em que Jesus brame o chicote contra os vendilhões do templo (foi graças a esse gesto que ele, o Padre Paulo Ricardo, ganhou a autorização para julgar e desferir golpes, simbólicos ou não, em todo malfeitor que aparecer pelo caminho) e o momento em que Pedro, fazendo uso de uma espada, corta a orelha do soldado Malco, que prendia Jesus. O Padre Paulo Ricardo tem apenas uma ressalva ao comportamento de Pedro. Acha que deveria ter transpassado Malco de cima abaixo, como ele bem merecia. Ah, se ele estivesse lá, os soldados iriam ver só!

O Padre Paulo Ricardo não acredita que só acontece o que Deus permite. Acredita, isso sim, que, se ele não agir e não reagir com toda a energia, a justiça divina pode falhar. “Deus não é só amor”, ele pensa. Deus também pode ser um tiro na cara de um criminoso. O Padre Paulo Ricardo é um dos poucos homens que conseguem sondar o pensamento de Deus e saber o que ele pensa, por isso pode julgar e até matar. O Padre Paulo Ricardo irá defender a mensagem de amor de Jesus até a morte do seu último inimigo. O que seria de Jesus sem a prestimosa ajuda do Padre Paulo Ricardo?

Frederico Milkau
Enviado por Frederico Milkau em 10/01/2019
Reeditado em 10/01/2019
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