DEBATES NAS REDES SOCIAIS SOBRE AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS EM 2018.
Introdução
Durante o segundo semestre, em Setembro de 2018, em uma das disciplinas da instituição em que leciono história das religiões, solicitei que as alunas fizessem uma pesquisa nas redes sociais sobre a participação das mulheres cristãs em discussões sobre política partidária em face das acirradas discussões on-line, e os comentários que elas faziam, ao inquirir-me em que votaria. Nesses momentos pude entender o porquê da proposta “escola sem partido”, pois é um tremendo exercício de cidadania, trabalhar temas conflitantes, sem expor partidarismo, ou convicções pessoais, mas conseguimos catalogar e analisar em sala de aula.
1-Alguns Dados Obitidos
As mulheres tomaram consciência de que são 52% do eleitorado, e que os candidatos deveriam observar o poder que elas têm em suas mãos e que ainda não se deram contas. Foram elencados alguns tópicos importantes a seguir. Eis um resumo do que elas catalogaram.
1-Algumas mulheres deixaram de frequentar a igreja por causa da política, e o motivo foi falsidade quando as encontrassem na igreja”.
2-A influência de outros eleitores fizeram com que algumas mudassem suas opiniões em relação à escolha dos candidatos a presidência.
3-Pastores que não permitiram que o púlpito fosse usado para orientar ou pressionar os membros e congregados, mas, que orientaram no sentido da moral, da ética, da vida e consciência cristã. Igualmente, pastores que usaram o púlpito para orientar e ou pressionar quanto à escolha do candidato.
4-Constatou-se a agressividade de mulheres militantes, principalmente petistas. Incluindo homens, não sendo o foco da pesquisa, que passaram a insultar os eleitores de Bolsonaro de apelidos como “coxinhas”, de que o candidato era homofóbico, fascista, machista, a favor da ditadura, de ser despreparado, grosso, incompetente, bipolar, etc. Igualmente, os eleitores do PT foram chamados de “mortadela”, entre outras coisas. Muitas mulheres reagiram, negando acusações e que cada um “é responsável por aquilo que faz e se torna.”. As redes sociais foram o palco das mais brilhantes batalhas verbais que já se teve notícias em tempos da pós-modernidade. Ninguém morreu, mas amizades foram abaladas, ou terminaram.
5-A militância nas universidades, o caso da UFPE, cujos alunos do CFCH, dos cursos de filosofia, sociologia e história decidiram pelo candidato Jair Bolsonaro, causando um tumulto com a militância petista.
6- Percebeu-se que muitos cristãos colocaram sua fé nos candidatos, principalmente Bolsonaro. Porém, militantes petistas tornaram-se agressivos dentro e fora das igrejas, usando para isto as redes sociais. Muitos tomaram a atitude de bloquear e até exclui-los do seu rol de amizades. Alguns chegaram a afirmar que o presidente eleito deveria ter morrido, ou ao contrário, negando o atentado que ele sofrera.
7- Familiares brigaram verbalmente nas redes sociais, ao ponto de cortar relações, sem nenhum critério de exposição pública. As mulheres que expuseram seus pontos de vista são de classe média e bom nível acadêmico.
8- Outro fenômeno constante em outras eleições; muitos venderam seu voto em troca de comida, dinheiro, até mesmo por medo de perder o cartão que dá direito à bolsa família. As noticias falsas, (fake news), espocaram nas redes sociais, enganaram a muitos durante meses.
9- As campanhas como #JB17, #elenão, #elesim, foram intensas no facebook, e ainda continuam focadas na libertação de Luis Inácio da Silva, na campanha contra Renan Calheiros a presidência do senado, contra o STF, na crítica a postura do novo presidente, chamando-o de “Bozo”, e outros apelidos rudes do tipo, bipolar, doido, etc. Movimentos como “mulheres de direita, mulheres p/ Bolsonaro, unidas contra Bolsonaro...”, tornaram-se mais intensos em defender a bandeira de seus candidatos.
10- feminismo versos feminino.
A sociedade ainda advoga que a mulher foi criada para ser apenas a dona de casa, apesar de lutar pela igualdade de direitos, embora que a legislação assevere em contrário, mas que no cotidiano da sociedade, culturalmente ainda não assimilou como verdade, em face das agressões sofridas pelas mulheres por seus maridos, incluindo dispor de suas vidas.
Celia Regina Jardim Pinto da UFRS escreveu o seguinte: “o feminismo de minha geração era formada por mulheres acadêmicas ou de movimentos sociais. Teve influencia na Constituição de 1988. Era muito fechada e malvista pela sociedade mais conservadora...” Houve a popularização do feminismo, e as redes sociais tiveram grande importância.
O impressionante número de mulheres que se disseram cristãs e publicaram nas redes sociais, ora apoiando o candidato Jair Bolsonaro, ora ao candidato Haddad, este em particular foi duramente criticado também, sendo chamado de “poste, pau mandado, etc.”, por suas visitas ao ex-presidente preso em Curitiba.
Frases que conhecemos bem como “Deus está no controle”, “oremos pelo Bolsonaro”, a convicção de que ele está candidato por permissão de Deus. Havia um consenso de que “todos os candidatos tem defeitos.” Outro ponto importante, o texto bíblico “conhecereis a verdade e ela vos libertará”, “o Brasil acima de tudo, e Deus acima de todos” causou impacto muito grande. O que mais lemos foi “conhecimento liberta”. “o Brasil é do Senhor Criador”, “cristão não defende partido, defende o país, nossa bandeira não é vermelha”.
Havia e há uma convicção muito forte de que é a hora da mudança na governança do país, e também mudança no comportamento da população, em romper com a ideia de tirar vantagem em tudo, de saber se comportar em publico, não mentir, roubar, destruir o patrimônio que é de todos. Havia um sentimento forte de era uma grande luta que começávamos a travar. Porém, muitos cristãos também não apoiavam a candidatura do Bolsonaro, e alguns chegaram a dizer que “boa parte dos evangélicos atuais são fariseus [...] seguir Bolsonaro é contrario aos ensinamentos cristãos”. Outra escreveu que “professor e cristão que no Facebook apoia ignorância e violência é o ápice da pobreza intelectual e da hipocrisia religiosa”.
Um candidato que levantou uma bandeira cristã forte foi o Cabo Daciolo. Vê-lo defender sua fé e princípios cristãos foi no mínimo inusitado, ficamos impressionadas com sua fala, mas, não ele tinha a menor condição de competir, e vencer, pois he faltava experiência, jogo de cintura, maturidade.
11- A mídia bombardeou e continua agindo para influenciar a sociedade, colocando em dúvida o governo. Pensadores como Leonardo Boff, entre outros, são peremptoriamente contra o novo presidente, chegando a chama-lo de ignorante, etc.
Bandeiras foram levantadas em relação às políticas sociais, como cotas para negros nas universidades, o Enem, a indisciplina escolar (agressões entre alunos, e alunos para professores), evasão, ensino de má qualidade, escola sem partido versos ensino partidário na escola, ensino sobre gênero, aula de educação sexual, causando tumulto e constrangimento, movimento LGBT, etc.
A primeira mulher eleita presidente, Dilma Rousseff, colocada pelo Partido dos Trabalhadores, mas cuja pretensão seria que Lula quem governaria e o PT, com o intuito da sua reeleição ao final do primeiro mandato da presidente. A sua reeleição resultou na maior derrocada e foi um fracasso.
Helena Tannure publicou em sua pagina no facebook a seguinte nota, que saiu na VEJA DIA 24/1/2014 “está muito difícil para este brasileiro “exilado nos USA entender o fascínio que o PT Lula e Dilma exercem sobre a maioria dos meus compatriotas”. [...] Aprendi politica nos USA e aqui, existe uma remenda arma para “inibir” a corrupção: alternância de poder [...] seguiremos sendo saqueados por verdadeiras quadrilhas que se perpetuam no governo, não importa o partido.”.
O despreparo da população quanto a uma educação voltada à cidadania, tornou-os alvos de grupos que os induziram a reproduzir aquilo a que foram adestrados.
Chegou-se a conclusão que as mulheres, como 52% do eleitorado brasileiro, deveria estudar mais sobre política, política social e política partidária, envolvendo-se de forma que pudessem participar de debates, acompanhassem seus governantes no exercício de suas funções politicas, soubessem cobrar ações efetivas, cuja plataforma foi base de suas candidaturas. Não somos obrigadas a dominar o campo da economia, da política, mas buscarmos ser especialistas em uma área e transitar pelas demais, ou seja, termos uma visão geral. Contudo, precisamos aprender muito mais sobre politica e politica partidária, pois a visão masculina tende a querer nos abafar, quando falamos do tema com eles.
Os meios de comunicação informam de acordo com a ideologia dos donos, seja jornal, TV, rádio. Alguns notáveis, sejam políticos ou intelectuais, chegaram a dizer que as redes sociais eram perigosas nas mãos da população, principalmente por mulheres maduras (Jean Willis). Falou-se, inclusive, em haver controle, censura as redes sociais, e há. Quando publicamos algo que o Facebook não aprova, recebemos uma mensagem alertando-nos; outros são mesmo bloqueados.
Foram publicadas no Facebook várias charges bem humoradas, dentre elas a de um eleitor vestido com as cores da bandeira, sentado no sofá, e ao seu lado um desfibrilador. Outra charge mostrava um camarão frito com os dizeres: “Mascote dos petistas- é vermelho, cego, anda pra trás, tem merda na cabeça, e vivem nas costas do Brasil”. Outra charge foi engraçada: “o próximo presidente vai ter que lançar ““ o bolsa psicólogo””, o povo tá surtando”. E por ultimo está; “se Haddad for eleito, irá lutar contra os corruptos. Como assim? Vai se suicidar?” E por último, “vamos aderir à campanha: não discuta com um petista. Você não é psiquiatra.”.
Movimentos como O Foro de São Paulo, as alianças petistas, o MST, a CUT, e outros partidos de esquerda em formar um bloco socialista na América do Sul (Brasil, Colômbia, Venezuela, Argentina), etc., para dificultar, e impedir a vitória de Bolsonaro. E, não apenas para impedir sua eleição, mas para impedir a boa governança do país pós-eleição.
Em vários momentos, desejou-se que os militares tomassem o poder, instaurando uma ditadura militar caso a esquerda ganhasse a eleição, havendo uma campanha ferrenha neste sentido. Conversando com alguns poucos militares da reserva, todos descartaram tal procedimento, pois seria preciso tempo para o preparo de tal ação, dinheiro e armamento. Pelo menos era esta versão que nos devam na época.
Os meios de comunicação de massa, como jornais, televisões, rádios, fizeram campanha acirrada em prol de seus candidatos, mas efetivamente, contra Bolsonaro. Durante alguns meses, a rede Globo fez uma campanha por todo Brasil, com o tema: “o Brasil que eu quero”. O Brasil que queremos, não é uma terra de ninguém, não comprometida com o crime, onde a corrupção não tenha lugar e influencia de forma indiscriminada. Palavras como honra, honestidade, coerência, transparência, competência, justiça não pode perder seu significado em todas as instancias da sociedade.
Como cristã publiquei em minha página no Facebook, a minha expectativa para as próximas horas, durante o domingo 28.10.18 o seguinte:
"Chegou o grande dia. Deus nos dê a vitória.
Esta vitória significa mudança para o país. Não esqueçamos que parte da nossa obrigação será acompanhar e cobrar de quem elegermos o cumprimento de suas promessas de campanha. Não quero uma nova ditadura, mas quero uma democracia onde a participação de todos seja a tônica do próximo governo.
Esta é a primeira batalha. Outras tantas virão, pois este país precisa de reconstrução e muito jogo político, mas acima de tudo, trabalho em equipe, competente e honesto. Que o Eterno tenha misericórdia de nós, e nos capacite e transforme nossas vidas. Que o Eterno nos conduza hoje e sempre.
Um abençoado domingo para todos".
Bolsonaro ganhou a eleição no segundo turno para presidente em 2018. Diria mesmo que está foi uma eleição atípica, sinalizando que o que houve foi um grande protesto nacional contra a roubalheira, a má administração, ao jeitinho brasileiro, fraudulento, bajulador, e irresponsável. Além de um grito contra a uma política assistencialista, que não muda nada na vida dos contribuintes, mas os mantém cativos em sua própria miséria. Um grito contra uma política comunista que tem assolado a América Latina. Ao sair o resultado de sua vitória, chegamos a ler no Facebook: “pela quantidade de fogos na Avenida Boa Viagem, feliz ano novo”.
O tão esperado dia 01/01/2019 chegou, e Bolsonaro tomou posse dentro de um esquema de segurança nunca visto. Não será um governo fácil, haverá muito choro e brigas. Esperamos que tenhamos nos próximos quatro anos mudanças significativas para melhorar o país chamado Brasil.
A imprensa e os indivíduos inconformados com a derrota nas urnas comentam sobre a postura da primeira dama Michelle Bolsonaro, desde “cuidadora de idosos”, a quebra de protocolo na posse do novo presidente. Aproveitam a oportunidade para criticar qualquer coisa.
A cada nova nota que alguém da equipe do primeiro escalão do governo faz, causa debates sem fim. A imprensa e algumas pessoas consideram os Ministros Ernesto Araújo e Damares como “duas notas destoantes”. O mais recente, envolvendo a Ministra Damares, está sendo “menina veste rosa, menino veste azul”; nem a prisão de um indivíduo famoso por ser médium em Goiás, que estuprou, violentou mulheres, cujas denúncias chegam ao número redondo de 500, cujos crimes são de uma perversidade inominável fez tanto estardalhaço. A imprensa tem feito o possível para denegrir o novo governo, desde que começou a escolha dos ministérios, até a data de hoje, exatos cinco dias (120 horas).
Mas, a coisa toda está apenas no começo. Estamos próximos ao carnaval, e o governo já assinalou que não haverá mais verbas para eventos como carnaval, passeatas como parada gay, marcha pra Jesus, etc., cada um terá que financiar seus espetáculos sozinhos.
Conclusão
A campanha acabou! Mas, as discussões acirradas ainda continuam, e os meios de comunicação, (jornais, Televisões, revistas, redes sociais), continuam jogando suas farpas contra o governo. O mandato começou há cinco dias, (120 horas), e as criticas continuam ferrenhas. Não somos apenas milhões de brasileiros que entendem de futebol e querem ensinar o técnico a escalar o time. Também entendem de ciência política, do mais jovem ao idoso. É curioso, e ao mesmo tempo, temeroso.
Não serão quatro anos fáceis, ao contrário, serão dias difíceis, Agora é hora de governar, e tem mais, vai desagradar a muita gente, inclusive a mim, mas espero que dê certo. Precisará de ajustes, acontecerá ao longo do governo mudanças no STAFF, e de um bom treinamento da equipe, para não falar coisas que dê munição à esquerda de tripudiar.
Portanto, MILAGRES no estilo MOISÉS ao abrir o mar vermelho, precisa de um SER do tamanho de DEUS para destruir o mal, e mudar uma situação construída e articulada há mais de 25 anos, sendo os piores os últimos 16 anos. E, elas (as mudanças) irão doer e muito em todos nós. MILAGRES só acontecem com a autorização e o poder do outro lado do céu, porque deste lado de cá, a coisa está difícil, será difícil. Dessa forma, coloquemos nosso país, nossas famílias, os poderes constituídos debaixo da potente mão do Eterno para que estejamos preparados para o que virá, e não sejamos surpreendidos em dias turbulentos.