Feliz ano novo!
O inferno particular é esse:passeatas e mais passeatas,unidades querendo somar com outras unidades.Vozes no megafone,pessoas cantando,tentando usufruir uma espécie de fantasma Hegeliano.
O problema do mundo é essa militância,essa gente que não sabe se corromper.Viver é se corromper,pois a podridão já esta a espreita de nossas condições,esperando o seu momento para dar o show.
Mas os seres que ainda dança com a arte da preguiça estética que o mundo vende,são os poucos que podem salvar os segundos mortos da existência.Os que choram a noite,ao som do Love In Vain,que sonha com aquele amor,e sente o inferno inerente com a existência...
Mas a dura questão é:que raro são essas criaturas.Tão extensas,mas ao mesmo tempo,tão escondidas.
Alguns fogem,e se juntam as massas.Outros,continuam sozinhos como eu.Que não junta com o coro no fim de ano.
Que raro é essa gente.
Queria ir com eles.Por um segundo,para não matar completamente a minha solidão.Queria apenas ouvir a minha voz,e saber que o outro tem uma voz,e não uma coletânea de vozes.Queria saber apenas do "eu",pois o poeta apenas conhece a si mesmo.
Queria uma noite de Shakespeare.Pois que belo trabalho esse homem fez:a sua poesia,como toda boa,não serve pra "nada".