Não eu... o outro cara que morreu

A vida inteira passou diante dos meus olhos

Não a minha e sim a de outro cara que morreu.

Só estava vivo o que era sombra

Que veio me saudar e logo desapareceu.

E o fantasma do natal passado desconhece seu domínio

Achando que o mundo inteiro é sempre seu

Os devaneios dos fracassos se apresentam

Como se tudo fosse mérito e diversão

Como se tudo não tivesse sido mágoa

O passado ecoa interessante, te puxa a cada instante

Mas ele habita em um poço fundo e negro

Mais profundo que teus olhos, mas vazio que teu sorriso

Mais frio que o teu ser.

E o passado que impacta meu semblante

Me persegue todo instante

Para ver se eu lembro de você.

Assim conseguiu matar um outro cara

E também me quer na vala mas o que eu quero é viver.

Tiago Silveira
Enviado por Tiago Silveira em 08/11/2018
Reeditado em 24/10/2019
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