Gavetas Mentais
Quando achar que suas ideias estão em desordem arrume suas gavetas.
Sempre acreditei que somos parte do todo e que nossas atitudes, querendo ou não interferem no meio em que vivemos e vice versa.
Há alguns anos atrás adaptei a Teoria da Broken Windows a minha vida.
A teoria das janelas partidas é resumida na ideia de que se uma janela quebrada não receber reparo, a tendência é que após algum tempo, todas as janelas assim estejam, bem como o edifício depredado como um todo.
Aplicando a teoria na minha vida procuro coibir qualquer forma de desorganização de forma imediata e eficaz, entretanto faz parte da correria dos dias deixar uma bagunça aqui ou ali, somam-se os dias os objetos fora dos devidos lugares vão ganhando a companhia de outros e logo a desorganização se instala, mas o que antes aconteceu?
O seu interior atrapalhado interferiu no seu exterior ou o contrário?
Tanto faz a resposta pra essa pergunta, diz a máxima “ a ordem dos fatores não altera o produto”.
Nesse sentido, observo que fechar as gavetas bagunçadas é como apagar a luz de uma casa e imaginar que só porque não vemos os móveis eles não estão mais lá, assim se faz também com partes nossas que preferimos não ver a ter que encarar, colocar luz nas nossas sombras e adentar em partes nossas obscuras e não visitadas nos mostram uma parte de nós que talvez precise receber atenção e que amplie a forma de ver a nossa vida, nossa alma, nossos sentimentos e emoções.
Mas o que tudo isso tem a ver com a arrumar as gavetas?
Acho que quando organizamos o exterior, mandamos uma mensagem ao cosmos de que as ideias também precisam daquela organização, assim gradualmente a cada novo canto organizado uma parte do cérebro começa a se refazer, saber onde tudo está facilita o acesso para se encontrar, assim como as gavetas uma parte nossa é reorganizada, desvelada, revelada e ampliada; verifica-se o que não se precisa mais ampliando espaços, observa-se o que necessita de mais cuidado e assim tudo muda, porque no fim o que está dentro, também está fora, pois é tudo uno, é tudo verso.
Externo e interno são universos uns dos outros.