O futuro é o que ele é. Vejo-o repetir o passado.
Começo por citar a obra:" Congresso internacional do medo", de Carlos Drummond de Andrade.
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços, não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Com isso, discorro a não-hipocrisia de menospresar os fatos fatídicos de nossa animalidade humana. Uma vez que somos o que pensamos e fazemos; atraindo por excelência e espelhando por acepção de semelhantes. Essa involução nos assuntos sociais como um todo, pelo qual todos nós sentimos na pele com repulsão, ou não, faz-nos buscar entender o cerne destas questões. O que há por trás das máscaras sociais?
Desejos ocultos, objetivos, interesses opostos... A luz da psicologia freudiana, são demônios pessoais. Que como vemos e sentimos a cada dia foge de nosso controle e discernimento. O futuro sendo o que ele é, ou seja, o agora. Então, recusando-me ser um complexo de utopia romântica individual, creio, nesse "momentum" da roda-viva interpessoal, ser e buscar agir em uníssono ao bem comum, estando ciente de tais leviatãns: do medo, da irracionalidade desenfreada, injustiças etc. Para poder viver em conformidade relutante esse momentum histórico de nossa revolução.
Evidentemente, o Admirável Mundo Novo no qual estamos cada vez mais nos submetendo, chega a passos largos(Plutocráticos) está aí: "Noc, Noc"! Pelas mãos da democracia liberal de consumo das abstrações.
Para acabar com essas delongas ineptas, além do já citado livro Admirável Mundo Novo, indico também, A Situação Humana, ambos de Aldous Huxley.
Eu quero acreditar na resolução dessas adversidades cotidianas. Esperança não utópica. Medo, não te escuto mais.
"Herege não é aquele que arde na fogueira e sim aquele que a ascende".
(W.Shakespeare)