Estratégia de Campanha Promissora e Barata
Ontem fui a um encontro com alguns candidatos do PSOL. Atualmente estou bem simpático a muitas ideias liberais. Mesmo eu sendo cético ao socialismo, acredito nos valores dos candidatos e em sua idoneidade. De maneira que considero fortemente votar neles. Em algum sentido a reunião me pareceu uma festinha entre amigos - só faltou cerveja. O que realmente me chamou a atenção foram as conversas sobre campanhas políticas.
Um dos candidatos, Marivaldo, estava falando dos problemas do sistema eleitoral e sobre a dificuldade de fazer campanha sem dinheiro. Mas era bastante esperançoso quanto a um de seus vídeos viralizar. Logo me veio a cabeça alguns livros: ‘Hit Makers’, ‘Algoritmos Para Viver’, “Startap Enxuta” e o quarto (cujo título esqueci) escrito pelo estrategista do Bill Clinton.
O livro do estrategista do Bill Clinton mostra a importância do um por cento da população. Mostrou como Bill Clinton venceu eleições achando um grupo eleitoral que representava um por cento do eleitorado e criando respostas a este grupo. Uma questão surge:
Qual as características comuns a um por cento do eleitorado?
Desconheço a resposta, mas tenho certeza de que há muitas e muitas características compartilhadas por um por cento (ou mais) do eleitorado: “Mãe solteira com filho pequeno”; “Motorista de motocicleta”, “Catador de material reciclável”, “Parente de pessoa presa”, “Empreendedor em início de negócio.” Se tornar uma solução para o maior problema de um grupo (e ser visto como tal) é um passo para ser eleito.
‘Algorítmos para viver’ mostrou um algorítmo da campanha do Barak Obama. Um mesmo site oferecia mensagens diferentes a cada grupo de potenciais doadores com o mesmo perfil. Daí comparava a resposta do público. Assim o site começava a oferecer campanhas personalizadas a determinado público. A estratégia pode parecer cara, mas pessoas comuns já a colocaram em prática sem ter necessidade de um softweare especializado. O livro ‘Mais rápido e melhor’ conta a história de cobradores de prestações em atraso que faziam a mesma coisa. Cobravam parcelas de acordo com a pessoa que atendia o telefone. Obviamente a maioria das maneiras de cobrar davam errado, mas eventualmente uma dava certo (para determinado público). Assim um jeito de cobrar foi desenvolvido para cada público. É exatamente o que o livro Startup Enxuta mostra: a importância em agir (mesmo que que oferecendo produtos mal acabados) para aprender e corrigir a rota de ação.
O principal livro, no contexto de viralizar uma ideia, é o Hit Makers. Atualmente os dados para desvendar como se dá a viralização estão disponíveis. A viralização se dá a partir de pontos nodais (pessoas populares e influentes). A viralização se dá a partir delas e para alcançá-la é necessário despertar seu interesse. Duas questões surgem:
Quem são as pessoas influentes?
Como sensibilizá-las para nossos candidatos?
A partir desta fundamentação teórica proponho uma campanha promissora e barata. É claro que a estratégia pode estar ruim - mas só há como entender seus méritos e defeitos a pondo em prática (Startup Enxuta). Devemos estar sempre atentos para mudar o curso de ação quando necessário.
Primeiro Passo - Autoconhecimento:
Quais os valores mais caros ao candidato? Qual o eleitorado que ele quer atingir?
Exemplo:
Digamos que o candidato esteja preocupado com o desemprego, falta de crescimento e pobreza.
Segundo Passo - Conhecimento do Público:
Quem são as pessoas que enfrentam estes problemas? Visitar estas pessoas e perguntar a respeito de outros grupos de pessoas que estão em situação semelhante. Ouvir as pessoas mais respeitadas com este perfil.
Exemplo:
Visitar pessoas que estão começando negócios próprios, como coworkings e pequenos negócios próprios. Perguntar quais são seus maiores problemas. Perguntar sobre pessoas que elas respeitam e que também passam ou passaram pela situação em que elas estão.
Observações:
Este é o momento de legitimamente alinhar o caminho do candidato com o seu eleitorado, de ouvi-lo.
Também é o momento em que há a prospecção dos pontos nodais. Certamente as pessoas indicadas (como respeitadas) são as que elas seguem.
As pessoas gostam de falar e serem ouvidas, elas se sentirão importantes. Portanto terão muito mais boa vontade do candidato do que se ele apenas saísse falando seu programa de governo.
Terceiro Passo - Retorno
Como converter o esforço em votos? Voltar às pessoas com quem conversou e mostrar como o seu programa foi influenciado pelas visitas. Mostrar como ajudará a solucionar os problemas com conversas. Também é o momento de falar um pouco mais sobre outros pontos de vista e do programa de governo (caso haja interesse do eleitorado).
Observações:
A visita pode ser breve, contanto que mostre que o candidato se importa com as questões apresentadas.
Evitar a hipocrisia, se divergir muito deste eleitorado nem gaste energia voltando e conversando.
A melhor maneira de provar que está alinhado com as questões que seu eleitorado apresentou é assumindo um compromisso público. Para isto o instrumento perfeito são animações em vídeo. Este vídeo, feito em relação à demanda específica de um público influente, tem potencial de se tornar viral.
Este é o momento de me acionar, sou roteirista, animador e diretor:
chicoacioli@gmail.com
whatsapp: 98182-6324