SOMOS O QUE FOMOS, MAS PODEMOS SER MELHORES!

Povos diferentes têm governos diferentes porque são e vivem de maneira diferente, tanto na sua formação étnica no aspecto racial, físico quanto no âmbito comportamental. Prevalece a retórica de que todo povo tem o governante que merece!

Pedir que o brasileiro tenha comportamento semelhante ao japonês seria anular os milhares de anos exigidos na formação do povo da Terra do Sol Nascente, suas guerras, suas vitórias, suas derrotas. Não se constrói uma nação assim da noite para o dia, pois é o passado que atua na estruturação de um povo na formação do seu presente lançando as bases para que o futuro seja melhor ou pior em relação aos outros povos.

A formação étnica do Brasil conta com a participação de três elementos: o branco português, o negro africano e o índio nativo. O cruzamento entre estes três grupos é responsável pelo povo brasileiro. Sem contar com a participação de outros povos que aqui fizeram morada como os imigrantes, desde o europeu como o asiático passando pelo oriente médio!

Então, quem somos?

Primeiramente, os índios, que teriam vindo para a América através do estreito de Behring, ou em primitivas embarcações das ilhas do Pacífico até a costa ocidental do sul da América ou até nascidos aqui mesmo, autóctones! Um povo beirando a era primitiva, tanto nas construções de seus objetos, com técnicas rudimentares como também no seu comportamento tribal, como enterrar crianças vivas, por serem elas deficientes físicas ou pelo simples fatos de terem nascidas gêmeas! Às vezes, em nome do respeito à cultura alheia a vida perde o valor. Tendências e comportamentos são mais importantes que a própria vida! Temos índios que se uniram aos portugueses na caçada aos outros índios, supostamente da mesma raça, mas de nações diferentes, quando as entradas e bandeiras abriram novas fronteiras no território brasileiro em busca de riquezas e mão-de-obra escravas para os serviços da lavoura.

A mesma necessidade de mão-de-obra para a lavoura que impulsionou tráfico negreiro, quando tribos rivais se digladiavam em solos africanos, onde as mais forte e poderosa acabava vencendo seus inimigos e, através de seu chefe, o sobas, trocavam, seus prisioneiros com tabaco, rapadura e cachaça com os comerciantes de escravos. Vinham eles, os negros aprisionados, em navios, considerados verdadeiros túmulos onde morriam mais da metade da “carga” chamados os navios negreiros! Os que sobreviviam ao “banzo” e aos maus-tratos eram aqui considerados mercadorias e muitas vezes menos valorizados do que uma ferramenta de trabalho. Não bastassem os seus algozes brancos, ainda sofriam nas mãos de irmãos de raça que os punham para trabalhar como seus empregados alugados ou como prostitutas ou quituteiras que lhes entregavam a féria do dia.

Enfim, o branco português. Quem eram? De início, para cá vinham ou foram enviados à força pois, em sua maioria, as primeiras levas dos que para cá vieram eram presos, degradados, cumprindo penas por roubos, assassinatos e delitos afins. Muitos deles foram devorados por tribos supostamente antropófagas, ou carinhosamente, canibais. Quando, então, Portugal decidiu colonizar o nosso país, vieram os colonos, que aqui, distante das leis e da ordem lusitanas, afloraram seus mais ínfimos e pérfidos desejos carnais, em total desrespeito com a lei dos homens e de Deus, em uma busca atrás de luxúria e riqueza e poder. Os pseudos nobres que aqui vieram e enfrentaram as loucuras de um mar bravio apenas vieram para se enriquecerem, paras extrair nossas riquezas e levá-las para além-mar! Éramos tão importantes à Coroa Lusitana que, por quase trinta anos, fomos “arrendados” ao fidalgo Fernando de Noronha a preço de bananas, quer dizer, de pau-brasil.

Após os três principais grupos étnicos formadores do povo brasileiro, contamos com os imigrantes. Pessoas que sofriam muitas necessidades em suas terras natais para cá vieram com o intuito de matar a fome, praticamente, uma vez que, se estivesse bom em seu país de origem, para que se aventurariam em águas revoltas e desconhecidas para aportar em uma terra estranha, de língua estranha e costumes estranhos. Confirmando o filósofo, a necessidade é a mãe da invenção!

Agradecemos as contribuições, pois somos um todo recheado de misturas de vários ingredientes, uma colcha de retalhos com várias cores, várias línguas, várias caras, várias heranças culturais e na história do mundo, ainda somos meninos, com pouco mais de quinhentos anos.

Ainda temos muito que aprender e a melhorar, também!

Somos o que somos porque fomos o que fomos! Se nada mudar, ainda continuaremos a ser! Sem a valorização da cultura, do conhecimento, do estudo e dos valores morais, continuaremos a ser isso: “O Brasil não é um país sério!” como disse, um dia, o presidente francês, Charles de Gaulle!

Jonas De Antino
Enviado por Jonas De Antino em 25/06/2018
Código do texto: T6373252
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