A VIOLÊNCIA NO RIO DE JANEIRO
A alguns meses uma amiga foi alvejada por uma bala perdida em seu braço dentro de um veículo de transporte por aplicativo, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Na perseguição policial infelizmente um Garçom foi morto. O ocorrido aconteceu na Rua Conde de Bonfim, uma das principais vias do bairro, por volta das 21h15m, naquele momento um bloco de carnaval desfilava, o que trouxe pânico. E, para minha surpresa, minha prima foi assaltada em frente a sua casa, em Irajá, quando saía para trabalhar por volta das 07h.
A violência não é mais uma novidade entre os cariocas, e parece que todos os dias ela ganha o seu espaço para caminhar livremente em nossa cidade. Já não importa mais o lugar, e nem a hora, ou seja, eu e você podemos ser assaltados, ou alvejados por uma bala perdida a qualquer momento. Estamos conhecendo o medo de sair de casa para trabalhar, de andar nos grandes centros, e até mesmo de nos divertirmos. Cada vez mais vemos ruas e mais ruas sendo fechadas, se com ou sem a autorização da prefeitura isso não importa, já que não nos dão segurança, agora esse espaço é nosso.
Não faz mais sentido esta realidade, por isso não encontramos peças que justifiquem, contudo algumas são visíveis: Ao mesmo tempo em que a violência aumenta com ela também cresce o número de pessoas que de alguma forma vive ilicitamente, quando não são obrigados a pagar a terceiros pelos serviços de Net, Gás, TV Cabo, fazem suas extensões, ou seja, seus gatos na luz, procurando sempre tirar vantagem de alguma coisa. Com isso, o mesmo que reclama da segurança, da saúde, do saneamento e ainda grita pedindo pela prisão do Ex-Presidente Lula, tenta se beneficiar de alguma forma com as pequenas coisas que lhes são oferecidas, para este basta ter produção, ser eficiente, rentável, e lucrativo em casa, ou quem sabe no trabalho.
Se a violência no RJ, assim como nas demais cidades do Brasil tem se tornado parte da vida do brasileiro, então não há sentido em algumas ações daqueles que clamam por justiça. Quando protegemos, calamos, e recebemos não estamos, também, sendo coniventes? Estamos sendo distribuídos em lotes, mas o agricultor não é mais o governo, não é ele quem cuida da nossa terra, mas aqueles que fazem constantemente roubos de carga, e distribui ao “pobre”, que agora tem TV, Geladeira, Sofá, e outros artigos de luxo. Estes podem até morar em uma casa que não está embolsada, sem piso e de telha, mas lá não falta nada, tem ar-condicionado e não se paga IPTU.
Nossos direitos estão sendo cerceados todos os dias, nossa liberdade está sofrendo atentados, estão querendo acabar com o nosso direito de ir e vir, já não temos mais o direito de nos assentarmos em nossas calçadas, e nem de permitir que nossos filhos brinquem nas ruas, muitos estão sendo expulsos de suas casas com dizeres em seus muros, ou seja, de todos os lados os valores do homem reto, digno, honesto e trabalhador é confrontado.
O que fazer, quando nossa liberdade cada vez mais é reduzida, limitada e restringida?