TEMAS MAÇÔNICOS- A VISÃO CABALÍSTICA DA ESCADA DE JACÓ
terrena, até Kether, a coroa da Criação, primeira manifestação da Energia Criadora no mundo das realidades manifestas.
O Cavaleiro Noaquita
Na Maçonaria o simbolismo da Escada de Jacó designa a totalidade dos graus do catecismo maçônico previsto para o completo desenvolvimento do espírito do maçom, e tem, como já se disse, inspiração na doutrina da Cabala, com os aportes que lhe foram dados pela tradição gnóstica.
Segundo ambas as tradições (a Cabala e a Gnose), Deus enviou o Arcanjo Raziel á terra com a missão de ensinar aos homens os grandes mistérios do universo. O escolhido para fazer a viagem pelas estruturas que compõem o Cosmo foi o patriarca Enoque. Enoque, como informa a Bíblia (Gênesis, 5:28) foi bisavô de Noé. Este, por sua vez, é o pai da raça humana que emergiu após o dilúvio. Por isso, nos ritos maçônicos há bastantes referências a esse personagem, sendo que alguns graus do Rito Escocês são chamados de noaquitas pela estreita ligação que existe entre a mística maçônica e as tradições, gnóstica e cabalista, simbolizadas na estranha viagem do patriarca Enoque pelos sete céus da esfera celeste e na sabedoria que este transmitiu ao seu bisneto Noé, sabedoria essa que muito lhe valeu na sua tarefa de recompor a humanidade destruída pelo dilúvio.
Especialmente, o grau 21 do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA) recebe o título de “Cavaleiro Noaquita” ou Prussiano, por que se refere á lenda do profeta Enoque e seu bisneto Noé. Esse grau foi introduzido na Maçonaria pelos maçons alemães liderados pelo Imperador Frederico II, da Prússia. A história bíblica de Noé e da origem das raças, trabalhadas nesse grau, são de clara inspiração cabalista. A doutrina desenvolvida nesse grau parece ter sido inspirada em uma reação alemã contra uma corrente da doutrina cabalista denominada sabataísmo.[10]
O desenvolvimento das lendas nórdicas e outras alegorias de emulação da raça germânica têm raízes nesses fatos. Foi uma contraposição á teoria judaica do “povo eleito”. E a Maçonaria, especialmente a de origem germânica, faz largo uso delas em seus catecismos. Nessas lendas são exploradas as teses de superioridade da raça ariana e a sua origem noaquita, através de Gomer, um dos netos de Noé, filho de Jafet. [11]
Abstraindo, todavia, o conteúdo político-racial que os alemães deram á esse tema, podemos dizer que a Escada de Jacó, na tradição maçônica, simboliza a ascensão vertical do espírito humano na sua busca pela Luz Divina e a constante necessidade de descer á terra para cumprir as finalidades da própria vida, trazendo para esta as virtudes conquistadas nessa escalada. Nesse sentido temos aí uma representação da ligação possível entre o sagrado e o profano, entre o céu e a terra, numa interação que unifica as duas estruturas e reabilita a ideia da unidade primordial do universo. Exatamente como faziam os egípcios na aplicação do conceito da Maat. Maat levava para o céu os influxos da boa ação humana sobre a terra e trazia do céu as benesses dos deuses em troca dessas boas ações.
É uma visão profundamente mística e de grande significado simbólico, que na Maçonaria latina, especialmente, ganhou um sentido ético e moral, porquanto ela é ritualizada como uma escada dupla na qual, de um lado, á medida em que o iniciado maçom vai subindo os seus degraus, ele vai aprimorando o seu caráter (levanta templos á virtude), e á medida em que ele vai descendo, do outro lado, os seus degraus, ele se despe dos seus vícios (vai cavando masmorras ao vício). Assim, o Cavaleiro do Sol, ao subir a Escada Mística do grau 28 está se depurando de seus defeitos de caráter, e ao voltar para a terra, trás para ela as virtudes de um espírito purificado. Por isso ela é representada como um triângulo equilátero onde os lados são os degraus (um que sobe outro que desce) e o chão a sua base. Esse é o sentido do ensinamento que a Maçonaria quer passar aos seus iniciados. O Irmão que souber entender esse simbolismo, de certo aproveitará bem seu aprendizado.
A “Escada de Jacó” é uma alegoria que está associada á visão que esse patriarca bíblico teve quando de sua viagem á Padan-Harán, em busca de uma esposa. Segundo Gênesis, 28; 12, ele se deitou para descansar nas proximidades de uma cidade chamada Luz e teve um sonho no qual via uma escada com sua base apoiada na terra e o seu topo tocando no céu. E por ela uma multidão de anjos subindo e descendo. No cume dessa escada Deus estava sentado em um trono e lhe disse: “Eu sou o Eterno, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque; a terra, na qual tu dormes, eu a darei a ti e á tua descendência”. E depois Deus renovou a Jacó a promessa que anteriormente já havia feito ao seu avô Abraão e à Isaque, seu pai.
Jacó interpretou o seu sonho visionário como sendo aquele lugar uma espécie de porta de ligação entre o céu e a terra. Por isso logo praticou ali os sacrifícios próprios desse tipo de experiência mística, usuais entre os povos antigos que habitavam aquela região. Marcou aquele lugar com uma pedra e santificou-o com azeite. A esse lugar ele chamou de Bet-El (Betel).[1]
A Escada de Jacó é uma imagem bem a gosto dos cabalistas, pois, como vimos, a Cabala figura a presença de Deus no mundo físico como um ponto luminoso que avulta no espaço cósmico dando início a todas as realidades do mundo físico. Nesse sentido, podemos dizer que Jacó estava contemplando, nada mais, nada menos, do que uma imagem da Árvore da Vida, com a sefirá Kether no topo da escada. Por isso a estranha informação constante do versículo 20 que diz que
a cidade de Betel, anteriormente á visão de Jacob, se chamava Luz.[2]
A visão de Jacó pode ser interpretada como uma expressão simbólica da ligação existente entre o céu e a terra, ou entre as coisas sagradas e profanas, o homem e Deus. E aos anjos vistos pelo patriarca, subindo e descendo essa escada (levando coisas da terra para o céu e trazendo coisas do céu para a terra), como os intermediários dessa ligação. Não é pois, sem razão, que a tradição maçônica faz uso dessa alegoria em suas variantes ritualísticas, como nos mostra Ovason em sua obra. Ela aparece com muita ênfase na Maçonaria do Arco Real, como “uma afirmação da corrente dourada de existência que conecta o homem a Deus através de vários estágios intermediários, ou gradações.” Antes de ser adotada pela Maçonaria a escada era um símbolo padrão daquela forma de alquimia interessada em se elevar, por meio da auto-perfeição, a Deus.”[3]
No mesmo sentido, Halevi mostra a estreita similitude que existe entre a alegoria da Escada de Jacó e o simbolismo da Árvore da Vida, pois, para esse autor, “o verdadeiro estudioso e filósofo, via nela (a Árvore da Vida) uma escada direta para o céu, um método de estudo, a base de um código de retidão e um ponto de referência através do qual era possível relacionar a religião e a ciência contemporânea.[4]
Destarte, não se pode negar que a interpretação dessa alegoria, no conjunto do ensinamento maçônico, é uma inspiração tipicamente cabalística. Como sabemos, a Cabala sustenta a existência de várias entidades angélicas, formadas por diversas classes de arcanjos e outras potestades, as quais atuam, conforme a sua classe, em diferentes etapas de construção do mundo. Em seu trabalho de mestres obreiros do universo eles sobem e descem do céu para a terra e da terra para o céu, através de uma “Escada Mística”, para orientar seus aprendizes, os homens, no trabalho de construção da Obra de Deus.
De outra forma, a alegoria da Escada Mística é um arquétipo que está presente em todas as tradições esotéricas. Ela serve para ilustrar o desenvolvimento espiritual do iniciado e sua consequente escalada em busca da iluminação. Nessa jornada ele deve viajar pelos Sete Céus da estrutura celeste, passando pelas esferas dos anjos planetários hostis e dos demiurgos do cosmos, para, no fim dessa escalada, poder contemplar a Glória de Deus. Por isso, diz Leonora Leet, “A aplicação de uma divisão sétupla á cosmologia foi apresentada primeiro pelo Gênesis nos textos da Mercabbah-Hekhalot dos sete palácios, ou céus, pelos quais a alma precisaria peregrinar para alcançar a maior das experiências místicas ̶ a visão do trono.”[5]
As sete leis herméticas
De algum modo todas as "escadas" referidas nos diversos Mistérios iniciáticos se referem aos “sete mundos”, ou os sete estágios de sabedoria que o espírito humano deve galgar para atingir a iluminação. Representam as seis esferas que formam os dois triângulos, os quais, na Árvore da Vida, simbolizam a estrutura do mundo espiritual (os arquétipos, ou universais) e do mundo físico. Estes dois triângulos, conhecidos como Ético e Formativo, são centrados nas sefirot Geburah, Hod e Tiphered (triângulo ético) e Hod, Netsach e Iesod (triângulo da formação). Junto com Malkuth, a última sefirá, elas compõem os sete degraus do mundo manifesto, descrito na Árvore da Vida. Referem-se também ás sete leis do mundo espiritual, expressas por Hermes Trismegisto, segundo os autores do Caibalion.[6] Essa obra (Caibalion) reúne os ensinamentos básicos da doutrina hermética, explicitando as leis que regem a formação de todas as coisas manifestadas. É uma doutrina, que, em resumo, deduz que o mundo espiritual é regido pelas seguintes leis:
1.Lei do Mentalismo: expressa no enunciado: "O Todo é Mente; o Universo é mental."
Nesse enunciado se diz que o universo é gerado pelo pensamento divino. Há um “ser” que pensa o universo e gera leis que regem a sua formatação. Por meio dessas leis o Criador rege e desenvolve toda a realidade cósmica. Assim, todo grão de matéria universal tem uma “centelha” do pensamento de Deus. Nesse sentido nós também temos, aprisionada em nosso corpo material, uma centelha desse princípio luminoso, essa energia latente que deu origem a tudo que existe.
2.Lei da Correspondência, expressa no enunciado: "O que está em cima é como o que está embaixo. E o que está embaixo é como o que está em cima".
É a lei da relatividade, expressa em termos espirituais. Aqui se diz que as perspectivas mudam de acordo com as referências que temos das coisas. A visão que temos da terra nos impede de enxergar outros domínios acima e abaixo de nós. A nossa atenção fica concentrada naquilo que podemos ver e abarcar com nossos sentidos, de maneira que o que está além do território da nossa sensibilidade nos escapa. Mas o universo é igual em toda parte. O microcosmo reflete o que existe no macrocosmo. O que ocorre no infinito do espaço é como o que ocorre no interior do átomo.
3.Lei da Vibração, que se expressa pelo enunciado: "Nada está parado, tudo se move, tudo vibra"
Essa lei assegura que todo movimento do universo é vibratório. Esse princípio dá vida e movimento ao cosmo em sua totalidade. Todas as coisas têm seu próprio regime de vibração. Nada está em repouso. Nada é inerte na natureza. Das galáxias às partículas subatômicas, tudo se movimenta, procurando suas próprias conformações. Essa é uma verdade já comprovada pela ciência moderna. Toda matéria (e espírito também) são feitos de átomos, os quais são gerados por ondas e partículas de energia que se movem e oscilam conforme suas próprias estruturas o exigem. Não há matéria passiva ou inerte no universo, como pode parecer aos nossos olhos, mas todas têm movimento, porque tudo é feito de energia e a energia nunca se submete á inércia.
4.Lei da Polaridade, expressa no enunciado: "Tudo é duplo no universo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto."
A polaridade é uma lei necessária á constituição das realidades universais. É preciso o macho e a fêmea para gerar um novo ser, as trevas para que a luz possa brilhar, o falso para que o verdadeiro possa ser revelado, o frio para que o quente se manifeste e assim por diante. Essa verdade já havia sido denunciada pelos filósofos taoístas na simbologia yin\yang.[7] A atração entre os opostos representa a chave de poder no sistema hermético. Os opostos são apenas extremos da mesma realidade. Sem pólo negativo e positivo, a corrente não se movimenta e não gera energia. Por isso os hermetistas representavam o universo através da imagem de uma serpente que engole a própria cauda (a serpente oroboros).
5.Lei do Ritmo, expressa pelo enunciado: "Tudo tem um fluxo e um refluxo, tudo que sobe desce, tudo que vai, volta. Sem esse ritmo não haveria equilíbrio."
Essa é uma lei que deriva da anterior (lei da polaridade) e a complementa. Pode-se dizer que o princípio é manifestado pela ação criativa e a ação destrutiva. A ciência moderna já comprovou esse fato. As ondas de energia executam movimentos rítmicos que compreendem ascensão e queda, onde a energia cinética se converte em potencial e a potencial em cinética. Os opostos se movem em círculos. As correntes se expandem até chegar ao ponto máximo, e depois de atingir sua maior força se tornam massas amorfas, recomeçando um novo ciclo, dessa vez em um sentido inverso. A lei do ritmo serve para assegurar a manutenção do equilíbrio universal. É a lei que rege a vida e a morte das espécies.
6.Lei do Gênero, expressa pelo seguinte enunciado: "Tudo tem seu próprio gênero: Os princípios, Masculino e Feminino, se manifestam em todos os planos da criação".
Nesse enunciado se assevera que nada pode ser gerado no universo sem a presença de um princípio feminino e um masculino. Esses princípios não existem independentes um do outro, mas suas existências só podem ser manifestadas na presença do seu oposto. Dessa forma não há nada no universo que seja inteiramente masculino ou feminino. Em todos os seres da natureza, física e orgânica, há um balanceamento entre esses dois princípios. A predominância de um ou outro em certos elementos ou organismos, ou eventos, ocorre por força da função que a natureza lhes delega no processo de geração.
.
7.Lei de Causa e Efeito, expressa no enunciado: "Toda causa tem seu efeito, todo efeito tem sua causa."
Nessa lei se diz que nada acontece por acaso, pois essa possibilidade não existe no universo. O que chamamos de acaso é simplesmente o desconhecimento das causas que provocam um fenômeno. Desse enunciado se deduz que existe “responsabilidade” por trás de todos os acontecimentos, o que nos leva ao princípio admitido pelos cabalistas e pelos adeptos das doutrinas orientais que trabalham com a noção do carma. Essa verdade também já foi comprovada pela ciência moderna, que nela vê um princípio atuante, chamado pelos estudiosos de “efeito-borboleta”. Esse efeito, expresso na famosa Teoria do Caos, proposta pelo matemático Edward Lorenz em 1963, diz que qualquer ação, por menor e mais irrelevante que seja, gera conseqüências no equilíbrio do universo. Devemos, portanto, tomar muito cuidado com o que fazemos.
Toda essa simbologia é encontrada nos ritos maçônicos e aproveitada para transmissão dos seus ensinamentos. Ela pode ser verificada principalmente no catecismo do grau 28, denominado “Cavaleiro do Sol”, um grau de conteúdo essencialmente místico, com claras alusões a temas alquímicos e herméticos, e que mostra, também, uma
clara influência da doutrina cabalista.[8]
Fluxo energético
A Cabala nos diz que não há “vácuos” no universo. Significa dizer que se a ciência ainda não descobriu as ligações faltantes para o estabelecimento de uma teoria unificada do universo, não é por que ela não exista, mas sim porque os nossos sentidos ainda não se desenvolveram o suficiente para percebê-las.
Mas nas camadas mais profundas do nosso inconsciente há relações insuspeitas que nos ligam á energia dos princípios, porque, afinal de contas, a nossa alma é uma centelha desgarrada desse corpo inicial que deu origem a tudo que existe. E a vida (inteligente) nos foi dada para que possamos depurar essa centelha de luz que foi encerrada na matéria quando Deus fez o mundo físico.
Como diz Oliver Lodge, famoso físico e escritor espiritualista, ao se referir á existência das entidades angélicas: “Estou razoavelmente convencido da existência das graduações dos seres não apenas abaixo da escala do homem, mas acima também, graduações de toda ordem de magnitude, do zero á infinidade, e eu sei, pela experiência, que alguns cuidam, ajudam e guiam a humanidade (...).” [9]
Assim, acreditam os cultores da Cabala que existe um fluxo energético que vem do Eterno Deus e que passa por seres habitantes do plano astral. Esses seres são os anjos, os espíritos de luz, os gênios benfazejos, e estes o ligam á nossa alma. É através dessa corrente, desse fluxo energético que nós nos conectamos á Essência Divina. A visão dessa corrente foi a imagem que aflorou no sonho de Jacó.
Por que não? Se na própria árvore biológica da vida há graduações de consciência, isso não ocorreria também em relação aos seres que povoam o mundo sutil? Se nós somos capazes de pensá-los, então é porque existem, já que a nossa mente não opera com existências negativas, mas apenas com aquilo que existe positivamente. Se aceitarmos que homens e animais ocupam diferentes graus na escala da consciência então seremos obrigados, no que tange o mundo espiritual, a aceitar que essa graduação também poderia ocorrer a partir do homem, em um sentido ascensional, até um plano superior.
Abaixo do grau da consciência humana, os diferentes graus do instinto animal. Acima do homem e do seu espírito a consciência dos seres angélicos, a compor os diversos degraus da Escada de Jacó.
Simbolismo arquetípico
A Escada de Jacó não é uma alegoria exclusiva da cultura judaica. Como já foi referido antes, em todas as tradições esotéricas existem alusões á “escadas” que os iniciados devem subir, para alcançar a iluminação.
De algum modo todas se referem aos “mundos”, ou estágios de sabedoria que o espírito humano deve galgar para ter o seu núcleo luminoso − que é a sua alma − filtrado de toda impureza que a sua passagem pelo mundo da matéria lhe acrescentou. Pois, como vimos, em todas as doutrinas místicas a alma é vista como uma centelha de luz, saída do Centro Irradiante, que é o Criador. Ela, como todo o resto da energia irradiada pelo espaço cósmico, gerou uma massa material e nela ficou aprisionada.
A mente, espelho dos nossos desejos, é a prisão da alma. Por isso ela deve ser aberta, purificada, expurgada de todos os seus conteúdos viciosos, inspirados pelos sentidos. Pois só assim a alma reencontra a sua pureza inicial, feita de luz, e pode ascender, limpa, leve e solta, ao território da Divindade e com ela se integrar.
Jacó interpretou o seu sonho visionário como sendo aquele lugar uma espécie de porta de ligação entre o céu e a terra. Por isso logo praticou ali os sacrifícios próprios desse tipo de experiência mística, usuais entre os povos antigos que habitavam aquela região. Marcou aquele lugar com uma pedra e santificou-o com azeite. A esse lugar ele chamou de Bet-El (Betel).[1]
A Escada de Jacó é uma imagem bem a gosto dos cabalistas, pois, como vimos, a Cabala figura a presença de Deus no mundo físico como um ponto luminoso que avulta no espaço cósmico dando início a todas as realidades do mundo físico. Nesse sentido, podemos dizer que Jacó estava contemplando, nada mais, nada menos, do que uma imagem da Árvore da Vida, com a sefirá Kether no topo da escada. Por isso a estranha informação constante do versículo 20 que diz que
a cidade de Betel, anteriormente á visão de Jacob, se chamava Luz.[2]
A visão de Jacó pode ser interpretada como uma expressão simbólica da ligação existente entre o céu e a terra, ou entre as coisas sagradas e profanas, o homem e Deus. E aos anjos vistos pelo patriarca, subindo e descendo essa escada (levando coisas da terra para o céu e trazendo coisas do céu para a terra), como os intermediários dessa ligação. Não é pois, sem razão, que a tradição maçônica faz uso dessa alegoria em suas variantes ritualísticas, como nos mostra Ovason em sua obra. Ela aparece com muita ênfase na Maçonaria do Arco Real, como “uma afirmação da corrente dourada de existência que conecta o homem a Deus através de vários estágios intermediários, ou gradações.” Antes de ser adotada pela Maçonaria a escada era um símbolo padrão daquela forma de alquimia interessada em se elevar, por meio da auto-perfeição, a Deus.”[3]
No mesmo sentido, Halevi mostra a estreita similitude que existe entre a alegoria da Escada de Jacó e o simbolismo da Árvore da Vida, pois, para esse autor, “o verdadeiro estudioso e filósofo, via nela (a Árvore da Vida) uma escada direta para o céu, um método de estudo, a base de um código de retidão e um ponto de referência através do qual era possível relacionar a religião e a ciência contemporânea.[4]
Destarte, não se pode negar que a interpretação dessa alegoria, no conjunto do ensinamento maçônico, é uma inspiração tipicamente cabalística. Como sabemos, a Cabala sustenta a existência de várias entidades angélicas, formadas por diversas classes de arcanjos e outras potestades, as quais atuam, conforme a sua classe, em diferentes etapas de construção do mundo. Em seu trabalho de mestres obreiros do universo eles sobem e descem do céu para a terra e da terra para o céu, através de uma “Escada Mística”, para orientar seus aprendizes, os homens, no trabalho de construção da Obra de Deus.
De outra forma, a alegoria da Escada Mística é um arquétipo que está presente em todas as tradições esotéricas. Ela serve para ilustrar o desenvolvimento espiritual do iniciado e sua consequente escalada em busca da iluminação. Nessa jornada ele deve viajar pelos Sete Céus da estrutura celeste, passando pelas esferas dos anjos planetários hostis e dos demiurgos do cosmos, para, no fim dessa escalada, poder contemplar a Glória de Deus. Por isso, diz Leonora Leet, “A aplicação de uma divisão sétupla á cosmologia foi apresentada primeiro pelo Gênesis nos textos da Mercabbah-Hekhalot dos sete palácios, ou céus, pelos quais a alma precisaria peregrinar para alcançar a maior das experiências místicas ̶ a visão do trono.”[5]
As sete leis herméticas
De algum modo todas as "escadas" referidas nos diversos Mistérios iniciáticos se referem aos “sete mundos”, ou os sete estágios de sabedoria que o espírito humano deve galgar para atingir a iluminação. Representam as seis esferas que formam os dois triângulos, os quais, na Árvore da Vida, simbolizam a estrutura do mundo espiritual (os arquétipos, ou universais) e do mundo físico. Estes dois triângulos, conhecidos como Ético e Formativo, são centrados nas sefirot Geburah, Hod e Tiphered (triângulo ético) e Hod, Netsach e Iesod (triângulo da formação). Junto com Malkuth, a última sefirá, elas compõem os sete degraus do mundo manifesto, descrito na Árvore da Vida. Referem-se também ás sete leis do mundo espiritual, expressas por Hermes Trismegisto, segundo os autores do Caibalion.[6] Essa obra (Caibalion) reúne os ensinamentos básicos da doutrina hermética, explicitando as leis que regem a formação de todas as coisas manifestadas. É uma doutrina, que, em resumo, deduz que o mundo espiritual é regido pelas seguintes leis:
1.Lei do Mentalismo: expressa no enunciado: "O Todo é Mente; o Universo é mental."
Nesse enunciado se diz que o universo é gerado pelo pensamento divino. Há um “ser” que pensa o universo e gera leis que regem a sua formatação. Por meio dessas leis o Criador rege e desenvolve toda a realidade cósmica. Assim, todo grão de matéria universal tem uma “centelha” do pensamento de Deus. Nesse sentido nós também temos, aprisionada em nosso corpo material, uma centelha desse princípio luminoso, essa energia latente que deu origem a tudo que existe.
2.Lei da Correspondência, expressa no enunciado: "O que está em cima é como o que está embaixo. E o que está embaixo é como o que está em cima".
É a lei da relatividade, expressa em termos espirituais. Aqui se diz que as perspectivas mudam de acordo com as referências que temos das coisas. A visão que temos da terra nos impede de enxergar outros domínios acima e abaixo de nós. A nossa atenção fica concentrada naquilo que podemos ver e abarcar com nossos sentidos, de maneira que o que está além do território da nossa sensibilidade nos escapa. Mas o universo é igual em toda parte. O microcosmo reflete o que existe no macrocosmo. O que ocorre no infinito do espaço é como o que ocorre no interior do átomo.
3.Lei da Vibração, que se expressa pelo enunciado: "Nada está parado, tudo se move, tudo vibra"
Essa lei assegura que todo movimento do universo é vibratório. Esse princípio dá vida e movimento ao cosmo em sua totalidade. Todas as coisas têm seu próprio regime de vibração. Nada está em repouso. Nada é inerte na natureza. Das galáxias às partículas subatômicas, tudo se movimenta, procurando suas próprias conformações. Essa é uma verdade já comprovada pela ciência moderna. Toda matéria (e espírito também) são feitos de átomos, os quais são gerados por ondas e partículas de energia que se movem e oscilam conforme suas próprias estruturas o exigem. Não há matéria passiva ou inerte no universo, como pode parecer aos nossos olhos, mas todas têm movimento, porque tudo é feito de energia e a energia nunca se submete á inércia.
4.Lei da Polaridade, expressa no enunciado: "Tudo é duplo no universo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto."
A polaridade é uma lei necessária á constituição das realidades universais. É preciso o macho e a fêmea para gerar um novo ser, as trevas para que a luz possa brilhar, o falso para que o verdadeiro possa ser revelado, o frio para que o quente se manifeste e assim por diante. Essa verdade já havia sido denunciada pelos filósofos taoístas na simbologia yin\yang.[7] A atração entre os opostos representa a chave de poder no sistema hermético. Os opostos são apenas extremos da mesma realidade. Sem pólo negativo e positivo, a corrente não se movimenta e não gera energia. Por isso os hermetistas representavam o universo através da imagem de uma serpente que engole a própria cauda (a serpente oroboros).
5.Lei do Ritmo, expressa pelo enunciado: "Tudo tem um fluxo e um refluxo, tudo que sobe desce, tudo que vai, volta. Sem esse ritmo não haveria equilíbrio."
Essa é uma lei que deriva da anterior (lei da polaridade) e a complementa. Pode-se dizer que o princípio é manifestado pela ação criativa e a ação destrutiva. A ciência moderna já comprovou esse fato. As ondas de energia executam movimentos rítmicos que compreendem ascensão e queda, onde a energia cinética se converte em potencial e a potencial em cinética. Os opostos se movem em círculos. As correntes se expandem até chegar ao ponto máximo, e depois de atingir sua maior força se tornam massas amorfas, recomeçando um novo ciclo, dessa vez em um sentido inverso. A lei do ritmo serve para assegurar a manutenção do equilíbrio universal. É a lei que rege a vida e a morte das espécies.
6.Lei do Gênero, expressa pelo seguinte enunciado: "Tudo tem seu próprio gênero: Os princípios, Masculino e Feminino, se manifestam em todos os planos da criação".
Nesse enunciado se assevera que nada pode ser gerado no universo sem a presença de um princípio feminino e um masculino. Esses princípios não existem independentes um do outro, mas suas existências só podem ser manifestadas na presença do seu oposto. Dessa forma não há nada no universo que seja inteiramente masculino ou feminino. Em todos os seres da natureza, física e orgânica, há um balanceamento entre esses dois princípios. A predominância de um ou outro em certos elementos ou organismos, ou eventos, ocorre por força da função que a natureza lhes delega no processo de geração.
.
7.Lei de Causa e Efeito, expressa no enunciado: "Toda causa tem seu efeito, todo efeito tem sua causa."
Nessa lei se diz que nada acontece por acaso, pois essa possibilidade não existe no universo. O que chamamos de acaso é simplesmente o desconhecimento das causas que provocam um fenômeno. Desse enunciado se deduz que existe “responsabilidade” por trás de todos os acontecimentos, o que nos leva ao princípio admitido pelos cabalistas e pelos adeptos das doutrinas orientais que trabalham com a noção do carma. Essa verdade também já foi comprovada pela ciência moderna, que nela vê um princípio atuante, chamado pelos estudiosos de “efeito-borboleta”. Esse efeito, expresso na famosa Teoria do Caos, proposta pelo matemático Edward Lorenz em 1963, diz que qualquer ação, por menor e mais irrelevante que seja, gera conseqüências no equilíbrio do universo. Devemos, portanto, tomar muito cuidado com o que fazemos.
Toda essa simbologia é encontrada nos ritos maçônicos e aproveitada para transmissão dos seus ensinamentos. Ela pode ser verificada principalmente no catecismo do grau 28, denominado “Cavaleiro do Sol”, um grau de conteúdo essencialmente místico, com claras alusões a temas alquímicos e herméticos, e que mostra, também, uma
clara influência da doutrina cabalista.[8]
Fluxo energético
A Cabala nos diz que não há “vácuos” no universo. Significa dizer que se a ciência ainda não descobriu as ligações faltantes para o estabelecimento de uma teoria unificada do universo, não é por que ela não exista, mas sim porque os nossos sentidos ainda não se desenvolveram o suficiente para percebê-las.
Mas nas camadas mais profundas do nosso inconsciente há relações insuspeitas que nos ligam á energia dos princípios, porque, afinal de contas, a nossa alma é uma centelha desgarrada desse corpo inicial que deu origem a tudo que existe. E a vida (inteligente) nos foi dada para que possamos depurar essa centelha de luz que foi encerrada na matéria quando Deus fez o mundo físico.
Como diz Oliver Lodge, famoso físico e escritor espiritualista, ao se referir á existência das entidades angélicas: “Estou razoavelmente convencido da existência das graduações dos seres não apenas abaixo da escala do homem, mas acima também, graduações de toda ordem de magnitude, do zero á infinidade, e eu sei, pela experiência, que alguns cuidam, ajudam e guiam a humanidade (...).” [9]
Assim, acreditam os cultores da Cabala que existe um fluxo energético que vem do Eterno Deus e que passa por seres habitantes do plano astral. Esses seres são os anjos, os espíritos de luz, os gênios benfazejos, e estes o ligam á nossa alma. É através dessa corrente, desse fluxo energético que nós nos conectamos á Essência Divina. A visão dessa corrente foi a imagem que aflorou no sonho de Jacó.
Por que não? Se na própria árvore biológica da vida há graduações de consciência, isso não ocorreria também em relação aos seres que povoam o mundo sutil? Se nós somos capazes de pensá-los, então é porque existem, já que a nossa mente não opera com existências negativas, mas apenas com aquilo que existe positivamente. Se aceitarmos que homens e animais ocupam diferentes graus na escala da consciência então seremos obrigados, no que tange o mundo espiritual, a aceitar que essa graduação também poderia ocorrer a partir do homem, em um sentido ascensional, até um plano superior.
Abaixo do grau da consciência humana, os diferentes graus do instinto animal. Acima do homem e do seu espírito a consciência dos seres angélicos, a compor os diversos degraus da Escada de Jacó.
Simbolismo arquetípico
A Escada de Jacó não é uma alegoria exclusiva da cultura judaica. Como já foi referido antes, em todas as tradições esotéricas existem alusões á “escadas” que os iniciados devem subir, para alcançar a iluminação.
De algum modo todas se referem aos “mundos”, ou estágios de sabedoria que o espírito humano deve galgar para ter o seu núcleo luminoso − que é a sua alma − filtrado de toda impureza que a sua passagem pelo mundo da matéria lhe acrescentou. Pois, como vimos, em todas as doutrinas místicas a alma é vista como uma centelha de luz, saída do Centro Irradiante, que é o Criador. Ela, como todo o resto da energia irradiada pelo espaço cósmico, gerou uma massa material e nela ficou aprisionada.
A mente, espelho dos nossos desejos, é a prisão da alma. Por isso ela deve ser aberta, purificada, expurgada de todos os seus conteúdos viciosos, inspirados pelos sentidos. Pois só assim a alma reencontra a sua pureza inicial, feita de luz, e pode ascender, limpa, leve e solta, ao território da Divindade e com ela se integrar.
A Escada de Jacó é, pois, um arquétipo que simboliza, especificamente, a jornada mística do espírito humano em busca da iluminação. Isso porque todo simbolismo iniciático tem em vista a libertação da luz interior que o ser humano encerra. Subir a Escada de Jacó constitui uma verdadeira viagem que a alma humana deve fazer para retornar ao Centro Irradiante, emissor da energia responsável pela
existência do universo, que é Deus. No simbolismo da Cabala, essa viagem significa percorrer a Árvore da Vida de baixo para cima, a partir da sefirá Malkuth, onde estamos localizados em nossa vida
existência do universo, que é Deus. No simbolismo da Cabala, essa viagem significa percorrer a Árvore da Vida de baixo para cima, a partir da sefirá Malkuth, onde estamos localizados em nossa vida
terrena, até Kether, a coroa da Criação, primeira manifestação da Energia Criadora no mundo das realidades manifestas.
O Cavaleiro Noaquita
Na Maçonaria o simbolismo da Escada de Jacó designa a totalidade dos graus do catecismo maçônico previsto para o completo desenvolvimento do espírito do maçom, e tem, como já se disse, inspiração na doutrina da Cabala, com os aportes que lhe foram dados pela tradição gnóstica.
Segundo ambas as tradições (a Cabala e a Gnose), Deus enviou o Arcanjo Raziel á terra com a missão de ensinar aos homens os grandes mistérios do universo. O escolhido para fazer a viagem pelas estruturas que compõem o Cosmo foi o patriarca Enoque. Enoque, como informa a Bíblia (Gênesis, 5:28) foi bisavô de Noé. Este, por sua vez, é o pai da raça humana que emergiu após o dilúvio. Por isso, nos ritos maçônicos há bastantes referências a esse personagem, sendo que alguns graus do Rito Escocês são chamados de noaquitas pela estreita ligação que existe entre a mística maçônica e as tradições, gnóstica e cabalista, simbolizadas na estranha viagem do patriarca Enoque pelos sete céus da esfera celeste e na sabedoria que este transmitiu ao seu bisneto Noé, sabedoria essa que muito lhe valeu na sua tarefa de recompor a humanidade destruída pelo dilúvio.
Especialmente, o grau 21 do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA) recebe o título de “Cavaleiro Noaquita” ou Prussiano, por que se refere á lenda do profeta Enoque e seu bisneto Noé. Esse grau foi introduzido na Maçonaria pelos maçons alemães liderados pelo Imperador Frederico II, da Prússia. A história bíblica de Noé e da origem das raças, trabalhadas nesse grau, são de clara inspiração cabalista. A doutrina desenvolvida nesse grau parece ter sido inspirada em uma reação alemã contra uma corrente da doutrina cabalista denominada sabataísmo.[10]
O desenvolvimento das lendas nórdicas e outras alegorias de emulação da raça germânica têm raízes nesses fatos. Foi uma contraposição á teoria judaica do “povo eleito”. E a Maçonaria, especialmente a de origem germânica, faz largo uso delas em seus catecismos. Nessas lendas são exploradas as teses de superioridade da raça ariana e a sua origem noaquita, através de Gomer, um dos netos de Noé, filho de Jafet. [11]
Abstraindo, todavia, o conteúdo político-racial que os alemães deram á esse tema, podemos dizer que a Escada de Jacó, na tradição maçônica, simboliza a ascensão vertical do espírito humano na sua busca pela Luz Divina e a constante necessidade de descer á terra para cumprir as finalidades da própria vida, trazendo para esta as virtudes conquistadas nessa escalada. Nesse sentido temos aí uma representação da ligação possível entre o sagrado e o profano, entre o céu e a terra, numa interação que unifica as duas estruturas e reabilita a ideia da unidade primordial do universo. Exatamente como faziam os egípcios na aplicação do conceito da Maat. Maat levava para o céu os influxos da boa ação humana sobre a terra e trazia do céu as benesses dos deuses em troca dessas boas ações.
É uma visão profundamente mística e de grande significado simbólico, que na Maçonaria latina, especialmente, ganhou um sentido ético e moral, porquanto ela é ritualizada como uma escada dupla na qual, de um lado, á medida em que o iniciado maçom vai subindo os seus degraus, ele vai aprimorando o seu caráter (levanta templos á virtude), e á medida em que ele vai descendo, do outro lado, os seus degraus, ele se despe dos seus vícios (vai cavando masmorras ao vício). Assim, o Cavaleiro do Sol, ao subir a Escada Mística do grau 28 está se depurando de seus defeitos de caráter, e ao voltar para a terra, trás para ela as virtudes de um espírito purificado. Por isso ela é representada como um triângulo equilátero onde os lados são os degraus (um que sobe outro que desce) e o chão a sua base. Esse é o sentido do ensinamento que a Maçonaria quer passar aos seus iniciados. O Irmão que souber entender esse simbolismo, de certo aproveitará bem seu aprendizado.
[1] Na imagem, Jacó contempla a Escada Mística. Fonte: Enciclopédia Barsa.
[2] Êxodo, 20:18.
[3] A Cidade Secreta da Maçonaria, citado, pg. 143.
[4] A Árvore da Vida-Cabala, citado, pg.19.
[5] A Kabbalah da Alma, citado, pg. 25. Dante Alighieri também se vale desses conceitos no desenvolvimento dos temas da sua Divina Comédia.
[6] Caibalion (Kybalion) é um livro publicado em 1908, atribuído a três indivíduos auto-intitulados “Os Três Iniciados”.
[7] Lao Tsé- Tao Té King- Ed. Pensamento- 1986.
[8] A esse respeito, ver a nossa obra “Mestres do Universo”, publicada pela Biblioteca 24x7, que discorre sobre o conteúdo místico desse grau.
[9][9] A Kabbalah Revelada, op. citada, pg. 21.
[10] Sobre o sabataísmo vide nota 33.
[11]. Para maiores informações sobre a influência dessa doutrina nos ritos maçônicos ver a nossa obra ”Mestres do Universo”, citado.