INVISÍVEL...

A brisa que passa, aos outros, parece serena,

Para mim é a prova da tua ausência,

Quando a sinto escapar por entre as mãos.

A noite, aos outros, se mostra esplêndida,

Para mim apenas um templo de clemência,

Onde, em refúgio, me cubro de escuridão.

Na relatividade do tempo, meu ópio...

No qual a alegria alheia o encurta...

Mas na minha mente se estende...

E nessa zero hora, meu corpo dormente,

Faz-me entender o conceito de infinito,

Igualmente atingindo a enfermidade,

Comparando agora a falta de um tempo,

Das lembranças, tão presentes,

Que beiram a realidade.

Tal qual aquela brisa vagueio...

Despercebido dos olhares alheios,

Não sou brisa, não sou noite...

Sou a invisível infelicidade.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 23/05/2018
Código do texto: T6344025
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