INVISÍVEL...
A brisa que passa, aos outros, parece serena,
Para mim é a prova da tua ausência,
Quando a sinto escapar por entre as mãos.
A noite, aos outros, se mostra esplêndida,
Para mim apenas um templo de clemência,
Onde, em refúgio, me cubro de escuridão.
Na relatividade do tempo, meu ópio...
No qual a alegria alheia o encurta...
Mas na minha mente se estende...
E nessa zero hora, meu corpo dormente,
Faz-me entender o conceito de infinito,
Igualmente atingindo a enfermidade,
Comparando agora a falta de um tempo,
Das lembranças, tão presentes,
Que beiram a realidade.
Tal qual aquela brisa vagueio...
Despercebido dos olhares alheios,
Não sou brisa, não sou noite...
Sou a invisível infelicidade.