"Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos.”

Anaïs Nin



 
Desde os tempos remotos sabe-se que há uma disparidade da visão de mundo, que nós,  como seres  racionais e imprevisíveis, vivemos a combater com a nossa emoção na ponta da espada.  A realidade que se apresenta vem carregada de significados particulares a cada ser  e com isto , singularmente  pressuposto numa dinâmica intrínseca e de pouco acesso a verificações externas. 

Imprimimos um significado carregado de simbolismo  à  pessoas, ideias e emoções alheias que, por vezes, estabelecemos uma conexão enviesada do meio com um todo . Nossa percepção e nossas emoções nos permitem alimentar fatos e construir pontes e abismos onde sequer houve uma simples vala. 

Como seres dotados de uma aura rica e complexa , aborvemos muito conteúdo emocional, através de nossas vivências, sendo que ao nos vermos frente à situações do cotidiano , dispomos ao mundo um olhar nosso sobre as diversas demandas do nosso existir. Ora nem sempre a situação tem o teor que aderimos a ela, e  ao analisarmos  um fato, nem sempre nosso emocional, agregado por anos a fio,  nos permite ver outras facetas de um mesmo dado. Tudo beira uma fixação do tema, que nossa razão sabe ser merecedora de uma análise mais distante e fria, mas que devido a sermos seres emotivos espelhamos ali tudo que queremos ou somos em princípio, a saber, nossos valores , anseios, conceitos e receios.

A realidade se apresenta como invasiva à medida que tenta reverter pressupostos arraigados e assim  se dá um retrocesso na dualidade razão e emoção , o que acarreta um desfavorecimento para uma nova percepção da situação atuante. Se o  mundo  se apresenta desfavorável e desmerecido de crédito , o que é comum na visão de um pessimista ou um ser depressivo ,cada investida que se faça nos sentido de fazer com este  ser visualize outro modo de ver as coisas, será sempre fracassada enquanto não se puder ouvir sua queixa manifesta na negação diária, e trazer a si uma perspectiva mais evolutiva, não baseda em frases de efeito, mas num constante acolhimento da sua inquietação ,o que fará com que com o tempo sua visão de mundo se altere gradativamente. Outros exemplos são desnecessários, pois há  pessoas em que dominam  estados ansiosos , depressivos , eufóricos, megalomaníacos  e agressivos então , o mundo se apresentará tal qual seus processos afetivos.

Este movimento nos acompanha para a vida toda, haja vista, que amealhamos mais e mais ao longo da jornada e  mudamos também, e em cada mudança obtém-se uma visão modificada  de fatos e circunstâncias, afinal somos seres conscientes em constante metamorfose, habitando um ambiente divergente,  com uma  carga emocional latente,  o que nos faz ter muitas visões de mundo diferentes.
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 12/05/2018
Reeditado em 15/05/2018
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