Sobre De(coração) e Interiores
Gosto de casas com caras de habitadas, não casas que chamaram alguém pra decorar pelo dono, mas sim daquelas que se vê o dono em cada canto e em cada detalhe, naqueles livros que estão separados por ordem de tamanho, daquela marca na escrivaninha que o copo de água deixou, naquele suvenir que trouxe de Nova York ou da Praia Grande, tanto faz, mas que seja com a cara do dono.
Assim como as casas que podem enganar pela fachada, o corpo é o lar da alma.
Gostarei de você se você for a residência plena de tudo que você foi, é e do que pretende ser, casa das qualidades e imperfeições, não gostarei de você pelo que você se parece, nem pelo que você tem, mas pelo que você é! Gostarei de você pela sua doçura, pelo amor pela família e amigos, pela história daquela cicatriz que você fez na rua e conta de um jeito bonitinho!
Gostarei do seus gostos, das suas marcas, do jeito que segura a xícara de café, do brilho no olhar quando conta sobre algo que te interessa, pelo livro que você leu, está lendo ou pretende ler, por gostar de MPB, pela música que eu canto e você completa, preferencialmente se for Caetano, pelo som, pela Bossa Nova pelo blues, soul e jazz, pela sinfonia e pela sintonia.
E me desculpe, porque assim como as casas, não ligo pra quem não é habitado, pra quem se veste da máscara que o mundo espera, tem que ter gente aí dentro, você do seu jeito mais pleno! Capiche?