A coisa mais viva em mim
Ela se mexe no meu estômago
É a manifestação do inconsciente sobe a garganta transmutada em sangue, cuspo esses versos que nascem na minha bílis, é a própria dialética do corpo, é a manifestação dos meus fracassos e toda afirmação da minha existência
Mesmo livre de mim ela tem mais de mim que eu mesmo
Minha apatia me protege, como um doente que evita o médico para não saber que está doente
E os sintomas da minha febre são duas mãos no meu pescoço me sufocando com verdades das quais não consigo ver, somente sentir.
A noite meu sono interrompido pela rubror do meus sentimentos que se assimilam no corpo, não sei se sinto ou vivo, sei que toda alma lá dentro de mim não é maior ou menor que meu desejo de morte e vida.
Não tem comprovação maior do mundo do que que o gosto amargo de fracasso e sangue na minha boca,
Ou terror em um ar gelado em noite de verão que minha pele sente.
Não existe fogo mais sagrado do que a febre que consome meu corpo e não tem som mais sagrado que o zumbido no meu ouvido que sussurra uma pequena barganha:
O alívio de sentir nada, por um silêncio infinito...