FREQUENTAR IGREJAS NÃO TE FAZ SER MELHOR QUE NINGUÉM
Caráter, respeito, consciência e honra não se adquirem na “casa de deus”! Ou você tem, ou não tem!
*Por Antônio F. Bispo
Tirando o fato da necessidade que todos temos de nos socializarmos com outros indivíduos da mesma espécie e da necessidade de conseguirmos parceiros para acasalamento e procriação (necessidade essa que também pode ser sanada em qualquer outro grupo social), podemos nos perguntar: qual o verdadeiro motivo de irmos constantemente, quase que de modo obrigatório a “casa de deus”? Qual a real importância de nos submetermos a um líder religioso semelhantes a nós mesmo (e na maioria dos casos com um nível de caráter bem inferior ao nosso), de lhe rendermos obediência cega como se fosse o próprio deus em pessoa, de doarmos um percentual de tudo o que ganhamos e de nos submetermos a todo tipo de humilhação ou abuso que esse intente fazer?
Qual o propósito de vivermos de modo hipócrita, ensinando uma coisa e vivendo outra, criando segregacionismo, separando pessoas, inflando falsamente o ego de outras, fazendo-as pensar que são melhores que as demais só por fazem parte de um agrupamento humano semelhante a qualquer um outro apesar de ter uma faixada diferente?
Quem não estar filiado a algum tipo de igreja pode ser considerado como sendo uma pessoa do mal, sem deus, sem paz, imoral e como passagem direta ao inferno? Desde quando “servir a deus” nos moldes bíblicos é sinal de pureza, santidade, boa conduta, moralidade, intenção de paz, justiça e equidade entre os povos?
Não é isso que estar escrito no antigo testamento. Não é isso que a história secular tem a relatar sobre como tem se comportado as lideranças eclesiásticas e boa parte dos integrantes das 3 religiões que seguem o deus mesopotâmico venerado por Abraão! Tanto a bíblia como a história secular contam coisas opostas e diferentes quanto a personalidade e caráter do deus cultuado e do comportamento dos que o seguem. Podem até mentir, maquiar, ou contar a história por outro ponto de vista, a própria é a principal fonte de informação quanto a esse assunto.
A necessidade de se achar superior a qualquer agrupamento humano é que cria na mente dos que se dizem fiéis a esse tipo de crença, a falsa sensação de que estão no melhor lugar do mundo, fazendo a coisa mais certa do mundo e que por isso são melhores do que qualquer pessoa no mundo e que vão para o céu e coisa e tal, mesmo portando um livro em suas mãos que por meio dos relatos dos seus “heróis da fé” provam totalmente o oposto disso.
Mesmo se reunindo diariamente para promoverem por meio de seus rituais religiosos o desamor, a ganancia, a inveja, a cobiça, a discórdia, o preconceito e todo tipo de sentimento que levem as pessoas a se afastarem daquilo que realmente poderia ser considerado como sendo o verdadeiro conceito de “santidade” e “divindade” os que se reúnem foram ensinados que estão fazendo a coisa mais certa do mundo. Grande engano!
Todos os atos comuns ou abomináveis praticados em qualquer outro agrupamento humano pode ser visto pelos membros e líderes de agrupamento religioso como algo fútil, pecaminoso, desnecessário ou mortal. As mesmas coisas e coisas piores ainda que são praticadas ou provocadas na “casa de deus” é visto como algo sagrado, importante, que vai ajudar o homem a se encontrar com deus. Vender agua de pote na feira como se fosse objeto de cura é motivo de cadeia. Vender agua de pote numa igreja como sendo objeto de cura é motivo de aplausos. Fazer grave ameaça a vida e ao direto de ir e vir de qualquer cidadão é crime, sujeito a reclusão. Fazer grave ameaça a vida e ao direto de ir vir usando a bíblia ou dentro de uma igreja é sinal de cultura, sabedoria, inteligência e boa escolha. Uma mesma ação pode ser banalizada, criminalizada ou sacralizada, só depende onde foi realizada, compreende?
Há uma conivência silenciosa, um pacto sinistro mantido entre todos os que frequentam esse tipo de lugar, de chamar de santo aquilo que não é, de chamar de bom o que é ruim, e de chamar de vital aquilo que só faz mal ao usuário e aos que vivem ao redor deste. Se não fosse pelo estímulo a ignorância, a criação e manutenção de uma culpa desnecessária por um “pecado” que nunca cometemos e pelas ameaças de inferno e maldição a todos os que estão fora desse “aprisco” esse tipo de agrupamento humano já não existiria há muito tempo. E você ai afirmando que é deus quem sustenta sua igreja...
Se a igreja fosse considerada abertamente como um tipo de clube social, um lugar onde as pessoas pudessem ir espontaneamente para comungar um ideal, paquerar, conhecer outras pessoas ou juntas realizarem propósitos maiores sem afiliação obrigatória e sem ameaças de maldições, morte e inferno, não poderíamos jamais escrever textos como esses criticando ou questionando o propósito de sua existência. Todo mundo sabe exatamente o que esperar quando entram em um bar, boate, cabaré, casa de jogos, casas comerciais, etc. Nenhum desses se põe como palatinos da moralidade humana, nem seus frequentadores costumam sair por ai fazendo proselitismo, segregacionismo que são os únicos e verdadeiros e todos os outros locais semelhantes são falsos.
Mas como a igreja “santa”, por meio de seus representante se declara como casa de deus, lugar onde deus habita, lugar de paz verdade e justiça, sustentáculo da moralidade humana, o “bonde” da salvação, e o lugar mais seguro e apropriado que uma família inteira possa estar, nesse caso, mediante a todo exemplo contraditório a essas declarações que todos os dias podemos observar acontecendo nessas casas, a toda futilidade e inutilidade de ritos voltados a bajulação e veneração de seres do imaginável coletivo e a todo tipo de burrice, bizarrice e carnificina que já fora cometida em nome de deus, com ordenanças tais partidas a princípio em uma dessas casas, nos colocamos diante da razão e da lógica dos fatos para nos argumentos sobre tais assuntos e pensarmos juntos em uma resposta inteligente
Podemos mais uma vez nos perguntarmos: qual o propósito disso tudo? Onde isso nos levará? O que aconteceria se não fosse assim? Como nossa sociedade estaria, se ao invés de doarmos recursos e atenção desnecessária para seres do imaginário coletivo que de nada precisam por serem completos e imortais, utilizássemos esse tempo e dinheiro gasto com os deuses para ajudar pessoas reais, carentes de atenção e recursos reais? Onde nossa sociedade estaria no que diz respeito ao avanço cientifico, social e coletivo se não fosse as represálias cometidas pela igreja da idade média e ainda atualmente? Qual o futuro da humanidade se ainda nos mantivermos nesse baixo nível de consciência?
Caso o “povo de deus” não tenha percebido, a casa de deus vai de mal a pior a cada dia, pois todo tipo de comércio pode ser feito lá dentro desde os mais antigos tempo até os dias atuais: do comércio de sexo ao de pessoas; de armas as drogas; de caráter a moral; de compra de votos a vendas de indulgencias; de lavagem de dinheiro a ocultação de divisas...
Se deus existe, parece que ele abandonou esse tipo de casa há muito tempo. E isso não é final dos tempos nem da volta de jesus não! É burrice, conformismo e conivência silenciosa mesmo! Tudo muda ao nosso redor quando compreendemos o mundo e mudamos nossa perspectiva. Mas como um crente vai mudar a própria mentalidade se o mais mortal de todos os pecados é pôr o cérebro pra funcionar! Obedecer e ter fé é sinal de inteligência. Pensar nas próprias ações e reações e sobre os argumentos que sustentam a própria fé é sinal de fraqueza, de rebeldia, de que o diabo entrou no coração da pessoa que o fim desta é a perdição. Desse jeito nunca, jamais haverá mudanças. Muda-se os deuses venerados, muda-se as épocas, muda-se os seguidores, as placas das igrejas mas o princípio é o mesmo: crer, obedecer, ser trouxa, capacho, escada para outros subirem e banquinho para outros sentar.
Em nossa sociedade ocidental, criou-se e manteve-se por dezenas de séculos a ideia mentirosa e deslavada de que o bem estar presente, e a salvação futura de qualquer pessoa nascida viva ou morta que já tenha saído do útero de uma mulher, dependam exclusivamente da benção de alguma liderança religiosa ou da frequência e afiliação a uma das várias modalidades de “casa de deus”. Nunca houve uma mentira maior, mais lucrativa, mais duradora e mais opressora do que essa: a de que precisamos estar em uma igreja para sermos salvos, sermos bom, termos caráter, moralidade ou sermos considerado gente boa para a sociedade. O oposto disso é boa parte dos casos é que é a verdade de fato.
A igreja vende a salvação aos homens e os seus representantes na terra são os responsáveis em cobrar o pedágio pela sua longa ou curta estadia nessa vida, e de se julgarem seus donos. Qualquer ser vivo que respira ou se mexe nesse planeta, a igreja se considera ainda que de modo indireto como sendo possuidora deste e que pode decidir o destino desse para o bem ou para o mal, principalmente a raça humana. A igreja vive mais para amaldiçoar do que para abençoar. A felicidade dos “servos de deus” consiste mais em saber que outros irão para o inferno do que se eles mesmo irão para os céus!
Como pode ser considerado casa de deus, um lugar onde a mentira, o engano e o perjúrio tem reinado desde a sua fundação?
Como pode ser casa de deus, um lugar onde a ciência, a inteligência, o conhecimento e todo tipo de habilidades humanas que possam nos conduzir a um estado mais avançado como povo e como homem tem sido duramente criticado, suplantado e proibido de forma discreta ou indiscreta desde o seu nascimento?
Como pode ser chamado de casa de deus um local onde os Direitos Universais do Homem é desprezado e as constituições de qualquer sociedade civil organizada é considerada lixo, quando para oprimir o povo dizem que a bíblia é superior, a maior de todas as constituição e a mais perfeita de todas as leis?
Como pode ser casa de deus o lugar onde a liberdade de ir e vir é monitorada, a liberdade de expressão e questionamentos é censurada e a liberdade de escolha é infringida por grave ameaça de maldições, inferno e morte?
Como pode ser casa de deus um local onde uma simples pergunta a respeito da própria fé ou do caráter da liderança podem trazer consequências irreparáveis para aquele o fez e a partir de então tratá-lo pelo resto da vida como se fosse escória, sendo que a depender da pergunta ou “ofensa” cometida aos “ungidos” do senhor, esse tratamento malévolo pode se estender a todos os familiares do questionador e a todos que ouvindo a pergunta feita, deu-se a entender na ocasião que se puseram a pensar sobre o assunto?
Sou levado a pensar, que se o diabo existe, os truques mais sujos e as artimanhas mais macabras ele aprendeu dentro da casa de deus e alguns dos “ungidos do senhor” é que são na verdade seus mestres.
Dentro dos locais considerados como sendo sagrados, chegam a acontecer coisas que até o diabo duvida de tamanha criatividade e malícia no arquitetar e executar dos planos tudo isso acontece justamente por criou-se e manteve a ferro e fogo a falsa ideia de que tudo que uma liderança religiosa faz é dirigida ou guiada por deus. Assim qualquer plano que eles venham estabelecer ou executar todos dirão amem!
Para se defender, acusar, garantir domínio de território e de vidas humanas, algumas lideranças religiosas se comportam exatamente como se fossem membros do crime organizado e mesmo assim são considerados exemplos sociais a serem seguidos. Leiam a bíblia, estudem a história secular, ou participem de alguma reunião ministerial fechada, destinadas apenas a obreiros de alto escalão e tirem suas próprias conclusões. A preocupação maior da alta cúpula na maioria dos casos é somente em encher os bolsos e controlar a vida dos incautos! E você ai acreditando que eles velam pela sua alma. Vai pensando...
Se pesquisares a fundo na história bíblia e secular onde o deus bíblico tenha sido apresentado, verás que antes de cometerem invasões, carnificinas ou darem inícios a guerras sem sentidos, políticos e ditadores poderosos se reuniram na “casa de deus” ou com “homens deus”, para tomar seus conselhos ou serem abençoados por eles.
Do mesmo modo que os cruzados levavam suas espadas para serem ungidas pelos padres quando iam promover as chamadas “guerras santas”, até hoje em alguns lugares do mundo cristão, armas de fogo são trazidas à casa de deus para serem ungidas pelo líder maior, para que os membro possam ter um “fuzil abençoado” um “escopeta abençoada” e outras coisas mais abençoadas. Sem falar que os próprios líderes ungem qualquer tipo de porcaria comum ou inútil e vendem aos fiéis como se fosse manjar de dos deuses, amuletos de sorte e afins. Quem tem um deus conivente com esses tipos de acordos, nem precisa mais temer o diabo ou inferno: ele será seu próprio inimigo, só depende quem lhe rede mais adoração ou paga um dizimo mais alto.
Diferente do que se dizem nessas casas, ninguém precisa frequentar igrejas ou aceitar a jesus para “ser santo” ou ter caráter. Caráter, honra e respeito são coisas internas e pessoais ou passadas de pai para filho, de geração para geração. É possível também aprender ou absolve-las por assimilação convivendo com outras pessoas que realmente possuam tais características. É possível perdê-las, entrar em colapso ou optar pela anarquia quando a inércia e a corrupção toma conta das autoridades civis. Levantar a mão e aceitar a jesus ou frequentar igreja não põe caráter em ninguém.
Qualquer homem que diga precisar de deus ou de uma igreja para ter caráter, ter bom senso ou fazer o que é certo sem trazer prejuízos a outros não passa de um hipócrita, mentiroso ou desconhece o próprio potencial humano. A moralidade humana ultrapassa a dos deuses, pois estes é quem são seus verdadeiros criadores e não o contrário.
Se há um lugar em que se faz necessário visitarmos diariamente com frequência, esse lugar se chama nossa consciência! Se há um templo que precisamos conhecer melhor, limpar e cuidar, esse templo se chama nosso corpo, essa casa qual habitamos temporariamente. Se há um ser que precisa de respeito tanto quanto nós mesmo esse ser é o nosso semelhante!
Mediante esse entendimento toda necessidade de culto aos deuses se faz desnecessária. Todo temor irracional a seres do imaginário desaparece. O medo de ameaças e maldições proferidos pelos que vivem do comercio da fé vai a falência e poderemos conviver melhor conosco e com toda criatura viva ao nosso redor.
Caráter, honra e respeito são coisas que a igreja não tem a ofertar já que tudo depende da aprovação dos deuses e de seus representes. Pensem nisso!
Saúde e sanidade a todos!
Texto escrito em 15/3/18
*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.