O Canto da Esquecida

O momento me convida gradualmente a mais uma reflexão acerca da longa e grande família paterna, nesse ensaios sobre minha tia Néia ou o canto da esquecida.

Cabalmente um filho ou filha se afasta das famílias por inúmeros motivos clássicos e categóricos a situação agravante.A escritora Margareth Atwood escreveu obras maravilhosas entre elas a premiada Conto de Aia que tudo tem a ver com nossa lembrança narrativa construída mediante a memória fotográfica de meu pai.

Assim sempre que viajamos para minha cidade natal, meu pai faz um resgate ou um auto memorial de sua família, parece um pouco como um enorme álbum de fotos em uma conversa bem fluída ou dramaticamente recontada num passado que sempre volta segundo o ousado romancista Ondjaki em seu romance de formação Bom dia, Camaradas.

Naturalmente ele ressalta sempre nesse rememorar que por razões de trabalho, tia Néia foi morar como uma família e por alguns razões que ele como um narrador não a representa , ele muda a performance da atuação, altera partes importantes de sua narrativa.

Temerariamente a voz narrativa tende a recriar um tipo de ambiente comum e natural , a figura ilustre da casa da família materna e da família patronal. Néia de certa forma opta por ficar com os patrões, uma opção estranha ou bem aventurada infelicidade.

O canto possui uma sonoridade digna de uma Quinta Sinfonia de Beetoven segue uma sonora existência sem parecer uma polifonia concretista ou um uma pintura impressionista realizada por Van Gogh em sua estada na França.

Diante dos fatos , ela vive uma experiência concreta onde se perde entre tantos confusos caminhos possíveis ou dos construtos imaginados nas múltiplas vias de interpretação de uma crônica de uma existência anunciada.

A tia decide então partir para uma desafiadora Vida Nova segundo a obra escrita pelo escritor alemão Ingo Schulze, naturalmente ela não tinha a imaginação exata acerca do desafio que lhe apontava , como o editor da narrativa construída pelo escritor Schulze.

E o editor organiza a correspondência do protagonista Enrico Türner com a irmã Vera, o amigo de infância Johan e a fotógrafa Nicoleta Hansen, que vivem na Alemanha Ocidental. Enrico, que mora no lado socialista e quer ser escritor, troca seus sonhos literários pela fundação de um império jornalístico. Nas cartas, escritas entre janeiro e julho de 1990, o leitor acompanha os processos de uma nova realidade social.

Sinuosamente é necessário aprender gradualmente esse processo formativo da existência e passar pela etapa sombria da polifonia da vida como um mecanismo conectado.

Quando a tia Néia se depara com a realidade nublada de desafios ou esquecimentos da casa paterna, e Enrico de certo modo abandona os seus sonhos de juventude.

Usualmente nessa simetria profunda , tanto Néia quanto Enrico buscam algo novo ou desafiador para suas vidas , o desafio recupera pausadamente sua função global.

E Schulze tenta nas entrelinhas traduzir o desespero gradual de Enrico em ajudar a construir um enorme império jornalístico. Relembrar do passado é uma tradução errônea da vida .

Cabalmente parece-nos um retrato de uma vida possível ou desejável em seus múltiplos e mínimos detalhes cruciais como um museu a ser exposto uma nova exposição importante em uma grande capital.

Inicialmente Néia como Enrico revelam dúvidas e incertezas existenciais gradativas concernentes a um conjunto de colocações imprevistas. Considerar como as músicas compostas pelo compositor Javier Ruibal como um modelo exato da existência humana potencializada nas suas melodias.

Disso tudo aqui nesse ensaio exposto, o cantor e compositor Javier Ruibal toma conta da harmonia musical e dá um novo tom aos fatos , opinião particular de Javier Ruibal acerca da musicalidade da canção: ' No subconsciente coletivo, penso que vislumbrar que o público associa o rótulo cantor e compositor com músicas onde a poesia e a reivindicação prevalecem, com uma música meramente circunstancial que o acompanha. Trabalho com cuidado as composições, porque a palavra e a harmonia são igualmente importantes para mim '.

Assim dando uma possível continuidade, tia Néia com seu canto da esquecida e Johan com a ideia conjunta das Vidas Novas expressam desta forma uma conectividade necessária. E a musicalidade exercida pelo compositor e cantor Javier Ruibal apenas amplia nosso processo contínuo de entendimento global da vida e sua polifonia cadenciada.Por essa razão , meu prezado leitor tenha uma boa leitura com a obra maravilhosa ' Vidas Novas ' do escritor Ingo Schulze.

JessePensador
Enviado por JessePensador em 03/03/2018
Reeditado em 03/03/2018
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