PROFESSOR, PRESENTE!
Estudar sempre foi prazeroso para mim, mas estudar fora era um sonho. E como sonho, era algo etéreo, meio intangível, para onde eu olhava como quem olha pela fechadura da porta que nunca se abre. E eis o fato: nenhuma porta se abrirá sozinha; é a mão que move a mola, melhor, a maçaneta. Por isso, comecei traçar planos mirabolantes de que "sim", eu faria isso e logo. E os planos tornaram -se metas executadas. O fato é que eu estava no Canadá, mais precisamente em Vancouver, estudando como eu queria. Minhas aulas começavam às nove e seguiam até às quatorze com uma pequena pausa para o lunch. Eram dedicadas às competências necessárias à aprendizagem de uma língua estrangeira. Gramática, leitura/escrita, escuta e pronúncia. De maneira geral, consegui êxito no desafio de aprender. Mas, minha atenção foi completamente tomada pela metodologia de meus professores. Não que houvesse alguma novidade nesse fazer, pelo contrário, atraiu - me a semelhança com a minha forma de ensinar que possui laços profundos com a minha formação.
Entre os professores, fiquei fascinada pela maneira vibrante e inteligente de ensinar do Professor Howard, que nos fazia pensar o tempo todo sobre a Língua Inglesa. Suas atividades eram muito criativas e dinâmicas e o seu discurso nos dava o suporte necessário para desafiar o erro. Eu me sentia energizada como na época da Pós - graduação em Porto Alegre. Sentia vontade de mergulhar naquilo que era tão divertido e completo. Eu o compreendia para além da decodificação dos signos linguísticos, compreendia que qualquer língua é um mecanismo complexo, feito de enlaces com outras línguas e nuances da cultura. Meu professor era um MESTRE.
Meus olhos se enchiam d' água, pois é muito raro encontrar MESTRES. Eu olhava encantada para ele como se eu estivesse em Hogwarts enfeitiçada pelo conhecimento. Não sei se eu era o Harry Porter, mas aquilo era magia pura.
E como em flashes, me lembrei de um tempo que eu torcia para o tempo não passar e a aula durar mais. Como quando eu assistia às aulas da Margarida Patriota na UNB ou ouvia as paletras da Ester Pilar Grossi lá no GEEMPA. A magia do conhecimento estava de volta. Eu que sempre amei ensinar recebi o presente de ter um PROFESSOR PRESENTE.