É "SUCESSO"!
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
15:48
É inegável, desde o início da chamada "civilização", enfatizado a partir de um certo ponto, (com maior ênfase e exacerbação dessa ênfase nos dias atuais... e crescendo!) a busca pelo reconhecimento, admiração, valorização, etc., externos, o chamado, "SUCESSO"!
Inegável também a submissão que tal busca traz, a um "quantum" de impositivo, escravizante, angustiante, exigente, tirano, e degradante, ao ponto de fazer com pessoas submetam-se a humilhação, violação, violência emocional e física, sujeição de toda natureza, levando-as a mentir, construir imagens absolutamente falsas acerca de si mesmas, fazendo com se imponham aos outros, e ainda orgulhem-se disso tudo, quando e se, finalmente um dia puderem gritar, "alcancei o topo!" .
Mas o que e onde é o "TOPO" ? Fama? Dinheiro? E o que isso lhes traz? Inveja? Bajulação? Adulação? Acesso? O que é o Sucesso?
Muitos o anunciam sem haverem de fato alcançado esse lugar; outros acreditam que chegaram, ou sem se darem conta do que seria em verdade, se é temporário ou nem existe. Muitos, dos que "chegaram lá", voltariam no tempo para abdicar dele; outros o alcançam muito precocemente, vivem-no muito brevemente, o perdem-no tão precocemente quanto e passam a "zumbizar" desesperados na tentativa, por vezes "vã", de recuperar tal "paraíso perdido"; outros tantos, desistem da vida propriamente dita, por não poderem sustentá-lo e ainda outros, por não serem capazes de se sustentarem nele, com toda sua gama de implicações e exigências paralelas e implícitas. Uma imensa parte passa a vida inteira buscando-o, muitos apenas sonhando com ele! Todos acreditando que a felicidade está em ser visto, invejado, desejado, enfim, "poderoso". Chamam a isso, "realização". Um lugar que só existe e se destina existir, em primeiro lugar, no olhar de aceitação e aprovação alheios, ou, na aceitação intima e pessoal, de que esse olhar é verdadeiro e pode realmente transformar alguém em algo acima do que de fato ele o é!
Lugares, posições e situações que concretamente não existem de fato, aceitas pelo "senso comum" como se fossem reais, passam a definir vidas e relações, estabelecem conflitos internos e sociais, validam consumo, criam e submetem sentimentos, objetivando subjetividades, inventando valores e valorização, e assim excetuam, incluem, discriminam, separam, validam e, sobretudo transformam o imaginário na própria razão de existir!
CrêsSer by Julio Miranda