Das Minhas Vivências E Medos
Na terra da iniquidade
Há uma tristeza profunda
Uma estrela moribunda
Perdeu-se na madrugada
Quem sabe errou a estrada
Buscando acertar o rumo
Cambaleando sem aprumo
No cortejo dos “sem nada”
“Eles” jamais deixarão
Que esta luz volte a brilhar
Mesmo que habite o olhar
Tantos milhões de retinas
Esta pátria trás sua sina
Com cicatrizes de amarras
De tanto cair nas garras
Destas aves de rapina
Os ventos da liberdade
Já não sopram a favor
Dos que buscam em seu labor
O pão da dignidade
Nesta sangria a igualdade
Escorre pela sargeta
Aos golpes de “capa preta”
Regidos pela vaidade
E chega o “quarto poder”
Falando em corrupção
Mas também traz as suas mãos
Carregadas com dejetos
Almejam analfabetos
Sem poder nem consciência
Compondo sua audiência
Que faz do ser objeto
Com esta estrela que apaga
Sucumbe a democracia
Nas unhas da tirania
Não temos vez e nem voz
A repressão do algoz
Vem com nome estrangeiro
Regado pelo dinheiro
Subtraído de nós
Mas também há traidores
Com intentos obscuros
Equilibram-se no muro
Canalhas e oportunistas
Sem razões idealistas
Estes párias mal paridos
A mais ninguém tem servido
Além das próprias “conquistas”
Por isso então te pergunto
Porque não sei responder
O que tem de acontecer
Pra que revide esta gente?
Nasce um governo demente
Dos mais antigos conceitos
Pra extorquir nossos direitos
E esgotar a vertente
A ponte do retrocesso
Cruza o rio da amargura
E desenha outra figura
Enquanto a estrela some
Não vão combater a fome
De justiça e igualdade
Ideais de liberdade
Pra eles tem outro nome
Eu bem posso estar errado
Mas já conheço este enredo
Pela vivência o meu medo
Do que irá acontecer
Dos desmandos, do poder
Das vaidades pessoais
Das ganâncias materiais
Que fazem a estrela morrer
Enquanto a estrela se apaga
Na terra da injustiça
Eu parto desta premissa
Que o tempo há de julgar
Os que vivem a sonhar
Ou os perversos incréus
A quem o banco dos réus
Da historia vai condenar?
Elson Lemos
15/05/2016