AS TRÊS “VERDADES” QUE “LIBERTAM” OS QUE VIVEM PELA FÉ!

A coação psicológica como meio para assegurar pessoas na “casa de deus”

*Por Antônio F. Bispo

Deus existe, é fiel e verdadeiro por que a bíblia o disse! A bíblia é a palavra da verdade por que Deus o disse! Tudo o que estar escrito na bíblia sobre deus é verdadeiro por que a congregação da fé o disse! Desse modo, para que a afirmação sobre deus seja válida é necessário que a bíblia faça essa afirmação, assim também a bíblia se torna um livro de conduta a ser seguido (apenas as partes de maior interesse) somente com a atestação de um “homem de deus” que a interpreta. Esse por sua vez também depende do próprio deus, que por meio da bíblia disse que este mero mortal tem o direito de ser quem é e fazer o que faz em nome dele. Os mistérios da fé são lindos, amém irmãos?

Se não fosse a coação psicológica imposta as pessoas de modo geral, essa concepção de deus seria bem diferente. Provavelmente nem existiria. Será que sustentar verdades usando argumentos baseado no improvável e no imaterial num ciclo que apenas os elementos do discurso conversam entre sí, podem ser considerados como evidencias cabais e inquestionáveis ou será que não seria tais “evidencias” uma conivência para o mal?

Na falha leis de alguns países criadas por “pecadores”, situações como essas poderiam ser consideradas como falsidade ideológica passíveis de punições. Na “perfeita” lei de deus que rege quase metade do globo isso é chamado de fé em deus e que por sinal é a mais bela e mais poderosa das virtudes que alguém pode ter. Nesses recintos, quanto mais confuso, paranoico e esquizofrênico for uma pessoa, maior poderá ser a influência desse mesmo indivíduo sobre os demais ou até mesmo se tornar facilmente um objeto de culto. A loucura e a insanidade são venerados como se fosse algum tipo de tecnologia para a alma em quase todos os redutos da fé cristã.

Essa tríade argumentativa de que um argumento é verdadeiro por que o outro o disse, serve apenas para acariciar o ego de uma pessoa que diz ser salva por jesus e que mantem funcionando a alta lucratividade do mercado da fé. Para quem já se livrou dos vários tipos de amarras que “os ungidos do senhor” podem disfarçadamente oferecer como caminhos de libertação, hoje pode perceber que tais argumentos não são honestos o bastante e que se não fosse pela coação psicológica eles não funcionariam com ninguém, até por que na maioria dos casos encontramos líderes ensinando uma coisa e vivendo outra usando a própria bíblia como pano de fundo, e para isso ameaçam as pessoas com inferno, pragas e maldições caso elas se intentem abandonar a igreja.

Sendo assim, deus precisa da bíblia para se auto afirmar do mesmo modo que a bíblia precisa de deus para autenticar sua “veracidade”, assim como ambos precisam do manejo das instituições religiosas para continuarem mantendo suas características surreais. Porém é deus quem “sustenta” a igreja, mas sem a igreja deus também não existiria no modo como o concebemos, assim como qualquer líder religioso perderia seu poder e autoridade sobre a vida das pessoas se não mantivessem vivas pela coação tais concepções sobre deus e sobre a bíblia.

Presume-se portanto que a conversão de uma pessoa a um estilo de vida pautado nesse modelo de fé não se dá por obrado do espirito santo como dizem entre eles, antes sim as pessoas são atraídas por propagandas enganosas de salvação, riqueza, prosperidade e vida fácil sem muito esforço, pela a carência afetiva, e são coagidas a permanecerem nesses locais ou a obedecer tudo que se inventam sobre essa fé, por meio de ameaças de um inferno futuro e maldições presentes. Nada que começa com desonestidade pode funcionar bem!

Conseguem realmente entender essa lógica de que uma “autoridade” confirma a veracidade da outra? Conseguem absolver a “profundidade” desses argumentos que levaram quase 2 mil anos para serem confeccionados? Conseguem atestar a solidez e honestidade da defesa dessa tese?

Quem disser que realmente entende como isso funciona provavelmente estar mentindo a si mesmo ou estar apenas querendo evitar uma avalanche indagações, condenações e impropérios que é descarregado sobre qualquer um que diga não entender a “clareza” dessa revelação divina. Viver pela fé, literalmente é viver tentando conciliar o real e o surreal numa mesma existência, escondendo as frustações, suprimindo as dúvidas, provocando auto mutilações e vivendo de modo subserviente aos líderes religiosos e aos demais seguidores em troca de migalhas como relações de “amizades” sustentadas pela cumplicidade da “salvação”.

Se fossem honestos o bastante para admitirem, qualquer pessoa que dirige sua vida baseado nesse tripé argumentativo que sustenta a fé cristã, assumiria que até uma criança pequena ou uma pessoa sob efeito de álcool poderia fazer perguntas que deixariam sem respostas quem tentasse responder tais questões que dizem ser os pilares da verdade universal. Para tanto basta dizer que a profundidade dos mistérios de deus só se entende pelos olhos da fé, e se essa argumentação não for capaz de dobrar o outro, usa-se a coação psicológica por meio ameaças de morte, inferno e perdição para quem não se submete a tais crenças. Em outras épocas usava-se a coação física, depois percebeu-se que a coação psicológica tem uma abrangência bem maior e mais duradoura, pois é auto sustentável e pode ser passado de pai para filho, de geração a geração até que surja um “herege” disposto a sacrificas suas relações sociais para quebrar esse ciclo maldito.

Um “deus de amor” que se prese e se respeite deveria se envergonhar por usar tais métodos de conversões ou permitir que qualquer pessoa o faça em seu nome! Mas como dizem um certo grupo que poderiam ser considerado como os “abestados da fé”, deus faz o que quer, como quer, e a hora que quiser...igualzinho a uma criança mal criada!

Será que existe um meio mais desonesto do que esse, de convencer alguém a um ponto de vista usando a coação física, psicológica e o boicote nas relações sociais para “salvar da perdição” essa mesma pessoa? Será que existe um caminho mais “claro” do que esse, de usar a obscuridade como lâmpadas para guiar pessoas míopes na estrada da vida? Não seria mais honesto usar o farol do conhecimento ou permitir que as pessoas tenham a liberdade de tratar de suas “cegueiras” sem sofrerem ameaças de excomunhão? Será que pegar pessoas sãs e as convencer de que elas são miseráveis pecadoras destinadas ao inferno e que precisam se afiliar a uma igreja e dar 10% de tudo que faturam para sempre e serem eternamente subserviente a pessoas mal resolvidas é um modo honesto de construir relações?

Longe, muito longe do que se prega, a salvação de um homem não estar nessas casas, nem pode ser vendida por embusteiro nem comprada por dinheiro e subserviência. A salvação de uma pessoa começa a partir do momento que ela toma conhecimento de si mesmo, de suas relações com o outro, da percepção do mundo ao seu redor e começa ter domínio próprio sobre a ira, o orgulho, a inveja, o ódio, a cobiça e a ganancia, objetos pelos quais é possível manter qualquer pessoa aprisionado na ignorância. Por incrível que pareça, na “casa de deus” disfarçadamente essas são as “virtudes” mas incentivadas ou que as pessoas acabam vivendo sem perceber ao se julgarem já salvas e melhores que todas as demais só por ter levantado a mão e aceitado a jesus.

Quando alguém estar vivendo sua vida sob a tensão que os mercadores da fé estabelece para manter suas fontes de renda em atividade tais pessoas são capazes de fazer todo tipo de bobagem. A soma das piores atrocidades cometidas pelo homem em gênero, número e grau não foram cometidas por “pessoas sem deus” ou em nome do diabo ou coisa do tipo, antes sim foi a serviço de deus ou em seu nome que as maiores barbaridades foram realizadas e ainda continuam acontecendo nos países em que esse deus é cultuado.

Um ser que usa a coação como método de aproximação não deveria ser chamado de deus de amor. Caçador de escravos seria o nome mais apropriado! Seus representantes que usam o mesmo método não deveria ser chamado de homens de deus ou ungidos do senhor. Capatazes seria o melhor termo a ser usado! Certas igrejas poderiam ser consideradas como grandes senzalas, o local onde os aprisionados se reuniam para comungar as migalhas oferecidas pelos seus donos e “descansar” um pouco dos labores cotidianos para no outro dia dar seu suor e sangue para construção ou manutenção do império deste. Um escravo rebelde era veementemente punido assim como um crente que questiona os argumentos da própria fé também o é.

Uma pessoa “sem deus” não é exatamente uma pessoa má. Poder ser apenas uma pessoa que acordou para a vida e deixou de ser trouxa! Nenhum “livro sagrado” e nenhum “ungido do senhor” pode coagi-lo psicologicamente a nada. O respeito ao próximo não será baseado no castigo e recompensa como geralmente se vive onde o “povo de deus” se reúne, antes sim, entende-se que o respeito ao próximo é o caminho para relações de paz desde que esse respeito não impute uma falta de respeito a si mesmo como ensina o falso altruísmo ensinado nas igrejas.

Recobrar a sanidade num mundo dos que procuram a loucura da pura e cega fé não é um trabalho fácil, mas é satisfatório. É uma salvação promovida automática e gradativamente para um estado cada vez melhor, sem intermediário, sem pedágios e sem taxas de câmbio. Ser conduzido a um “veículo” de salvação por meio de coações não é uma viagem, é um sequestro! Pensem nisso!

Saúde e sanidade a todos!

Texto escrito em 24/12/17

*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.

Ferreira Bispo
Enviado por Ferreira Bispo em 25/12/2017
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