REVELAÇÃO
Eu não estarei aqui no próximo instante, na próxima era, nem no próximo milênio, pois sequer estou agora em lugar algum. Apenas transito. Não entre lados, vaga noção de tempo presente, passado, futuro ou simples espaço materializado e delimitado. Eu sou o indizível, o atemporal, o inominado que percorre lugar nenhum, mas que sempre está em movimento e em todos os lugares. Aonde quer que eu vá, já fui e já voltei uma quantidade não quantificável de vezes, de várias formas, além de continuar sempre presente em toda a extensão dos caminhos. A música, a sua vibração, é uma das possíveis formas de comunicação, de sintonia com meus infinitos eus. Sou, portanto, o que pulsa, o que reverbera, o que é audível, o que é sentido e flutua entre o ir e vir da luz.