ÉTHOS SAMBA

ÉTHOS SAMBA

I- OBJETIVO GERAL:

Incentivar a cultura do samba enquanto linguagem artística afrobrasileira;

II OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

. Conhecer a história da Quixabeira da Matinha , território quilombola, no Distrito da Matinha, enquanto motivadora da contrução da identidade, usando instrumento de resistência: O Samba

Ampliar o conhecimento a respeito da história do samba no Brasil ao longo da sua trajetória histórica, política, social , econômica e cultural;

. Conhecer a história do Grupo de Samba Quixabeira da Lagoa da Camisa e a relação que este grupo tem com a Quixabeira da Matinha ,bem como perceber qual relação tem a quixabeira da Lagoa da camisa e a comunidade Mangueira no Distrito de Maria Quitéria;

. Reconhecer a biografia dos sujeitos históricos destes grupos, como agentes de transformação na vida das suas comunidades ;

. Identificar e diferenciar os instrumentos musicais utilizados na performance das apresentações do samba de roda dos dois grupos; (Já que, podendo ser tocado por um conjunto de : pandeiro, atabaque, berimbau, viola e chocalho, aos poucos foi ganhando novos instrumentos, conforme a característica individual de cada grupo)

. Incentivar a prática do samba de raiz , a quixabeira - tocando, cantando e sambando, enquanto promotor de uma das ações da cultura , acompanhado por canções contando a história da localidade ao toque das palmas, visto que, esta diversidade artística , por meio deste movimento social, enquanto identidade artística, enfrenta a rejeição social, a violação dos valores morais, estabelecendo a política de uma só raça e várias etnias num só território: indígenas, afrodescendentes, europeus, todos juntos e misturados, cantando e contando as suas histórias;

. Lançar o grupo ETHOS - SAMBA DE RODA QUIXABEIRA DO INTERIOR

III-COMO ACONTECEM AS APRESENTAÇÕES DO SAMBA DE RODA.

As apresentações acontecem como as tradicionais rodas de samba, e oferecem ao público uma oportunidade para apreciar; aprender cantar, dançar e tocar a poesia das letras das músicas.

Realizado a cada 15 dias, às sextas- feiras, a partir das 10: 00 horas até às 17: 30 horas, em formato de oficinas; e a partir das 19:30, aberto a um público de maior de idade, onde a arte da diversão não perde sua marca, que é de ensinar e aprender.

LOCAL: cidade de Feira de Santana- Bahia, ...

ÉTHOS SAMBA DE RODA DO INTERIOR _ é um projeto que reúne um público descontraído, amantes do samba , apreciadores da cultura ; com idade escolar a partir dos 7 anos, das escolas municipais e a partir 11anos das escolas estaduais; bem como as diversas juventudes, adultes e idosos.

IV- Regras do PROJETO ETHOS SAMBA:

1- A DANÇA DEVE SEGUIR OS PADRÕES DO SAMBINHA NO PÉ, CARACTERÍSTICA DO MOVIMENTO QUIXABEIRA, (espalhado pelo Brasil, característica do samba do recôncavo, com suas chulas.)

2- AS LETRAS DOS SAMBAS DEVEM CONTAR AS HISTÓRIAS DA LOCALIDADE, SOBRE AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS E CULTURAIS, RELAÇÕES DE TRABALHO, ENFIM, PODENDO ASSIM, OPORTUNIZAR O NASCIMENTO DE NOVOS COMPOSITORES E COMPOSITORAS, ALÉM DE MUSICISTAS E VOCALISTAS;

3- OS GRUPOS QUE SE INSCREVEREM NO PROJETO COM OBJETIVO DE APRESENTAR AO PÚBLICO O PRÓPRIO TRABALHO, DEVEM USAR ROUPAS QUE REVERENCIE AS HISTÓRIAS CONTADAS E CANTADAS, REPRESENTANDO A ESTÉTICA DO ESTILO DA HISTÓRIA LOCAL, OS INSTRUMENTOS USADOS PARA TOCAR O SAMBA DEVEM BUSCAR MANTER SEMPRE A BATIDA ORIGINAL, DO CHULA- SAMBA DO RECÔNCAVO BAIANO;

4- SÓ APÓS A APRESENTAÇÃO DO SAMBA QUIXABEIRA- ABRE-SE A OPORTUNIDADE PARA OUTROS TIPOS DE SAMBA, RESULTADO DA MISTURA CULTURAL BRASIL A FORA.

V- LOGOMARCA DO PROJETO:

TOMANDO POR BASE, O SIGNIFICADO DA PALAVRA ÉTHOS, PARA OS GREGOS ANTIGOS, REFERENCIA A MORADA DO HOMEM NA NATUREZA, A LOGOMARCA SERÁ ELABORADA, EM UM DIA DE OFICINA ENVOLVENDO A ARTE DO DESENHO, DA PINTURA.A LOGOMARCA DO PROJETO, GANHARÁ VIDA PRÓPRIA NAS ROUPAS, NAS PAREDES DO LOCAL, NOS QUADROS, NO BANNER, ENFIM, ONDE MELHOR COUBER E QUISER;( observando a paisagem local, com sua vegetação diversa, etc)

VI- FOTOS ESPALHADAS PELO ESPAÇO:

1- GRUPO LAGOA DA CAMISA E MATINHA. E DO CARNAVAL DA

M ANGUEIRA.

2- FOTOS DO ESPAÇO : ONDE ACONTECEM AS REUNIÕES DO PROJETO ;

3- FOTO DA IDEALIZADORA: GILCELIA RESSURREIÇÃO JUNTAMENTE COM SEUS COLABORADORES;

VII- HISTÓRIA DO SAMBA NO BRASIL

O samba nasceu no Brasil, a partir da influência de ritmos africanos, e aos poucos foram adaptados para a realidade dos descendentes afro-brasileiros, que também receberam influência de outras etnias, assim, foi incorporando características das umbigadas e batuques africanos com outros gêneros presentes na cidade e nas Côrtes, como a polca, o maxixe e o xote que foram se espalhando. Com a abolição da escravatura e deslocamento dos afro e ou afrodescendentes em direção a capital do país no meio do século XIX, as festas de terreiro, umbigadas e as marcações de capoeira ao som de batuques e pandeiros se espalharam, criando a prática dos grandes encontros num ambiente perfeito para experimentações e improvisações, que foi originando diversas composições que marcaram a história do samba.

¹- Nos anos 60 especificamente, grandes nomes revolucionaram a história da música brasileira: Cartola, Zé Keti, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Aracy Cortes, Pixinguinha, João da Baiana, Jair do Cavaquinho, Anescar, Nelson Sargento, Chico Buarque, Baden Powell, Vinícius de Morais, Mussum, Paulo Vanzolini, Adoniran Barbosa, Nara Leão, Clementina de Jesus, Herminio Belo de Carvalho, Silas de Oliveira, Martinho da Vila. Do Maxixe ao Samba-rock, Samba de Partido Alto, Samba enredo, Samba de raiz, Bossa nova, Samba exaltação, Afro Samba, sairam grandes composições, enriquecendo o movimento cultural do país.

Afirma Elton Medeiros sobre o espaço Zicartola:

"O embrião do restaurante-centro cultural foi gerado nos encontros de Zé Keti, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros e Cartola, na casa do último, no início da década de 60. Integrantes do conjunto A Voz do Morro, eles se reuniam no quartel-general para apresentar e completar composições de cada um. Os ensaios se transformaram em evento, e a residência mangueirense acabou por não comportar tanta gente no local. Dona Zica, então, encontrou um sobrado na rua da Carioca, número 53, batizou-o de Zicartola e promoveu sua inaugurou em fins de 1963. Quase dois anos depois, a casa fechou por problemas administrativos. O Zicartola trouxe grandes benefícios à cultura brasileira. Foram em suas mesas que intelectuais, poetas, cantores e gente de cinema fermentaram suas idéias. O Vianinha [o escritor Oduvaldo Vianna Filho] fazia comícios-relâmpago, a [cantora] Clementina de Jesus entoava lundus e jongos. Não era só um restaurante que as pessoas iam beber e cantar. Era um reduto de resistência política e cultural"

Na Opinião de Nara Leão, Zé Keti e João do Vale:

"Entre os muitos acontecimentos ocorridos nos anos sessenta que mudariam a face da música popular brasileira, estão as produções de espetáculos que se tornaram antológicos, como o Opinião onde se fundia a música urbana da zona sul carioca com Nara Leão, o samba de Zé Kéti e a música nordestina representada por João do Vale."

"Estreando em 1965 no Teatro Jovem o espetáculo Rosa de Ouro visava principalmente apresentar toda a verdadeira grandeza do samba de morro em sua manifestação mais pura. O show começava com cinco sambistas, todos vestidos de branco, usando cada um na gravata a cor de sua escola de samba. Num cenário no qual aparecia uma pequena mesa de bar, os artistas iam cantando e se identificando junto à platéia. Eram eles: Elton Medeiros, da Escola de Samba Unidos de Lucas; Jair do Cavaquinho, da Portela; Anescar, do Salgueiro; Nelson Sargento, da Mangueira e ainda da Portela o garoto Paulinho da Viola em início de carreira. (...) Porem o acontecimento mais importante do Rosa de Ouro, foi ter revelado para o Brasil uma grande intérprete recentemente descoberta por Hermínio Bello de Carvalho e que iria revolucionar os conceitos interpretativos tradicionais do samba, mostrando toda uma cadência impregnada de pureza e plena identificação com suas raízes africanas, seu nome, Clementina de Jesus. "

"Em 1965, Zé Kéti, a pedido da gravadora Musidisc, organizou o conjunto A Voz do Morro com alguns integrantes do musical "Rosa de Ouro", montado por Kléber Santos e Hermínio Bello de Carvalho no Teatro Jovem do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, o grupo gravou pela Musidisc o primeiro disco, "Roda de samba", no qual se destacavam duas composições de Paulinho da Viola: "Coração vulgar" e "Conversa de malandro" e ainda a música "Pecadora", de Jair do Cavaquinho e Joãozinho que, devido ao sucesso alcançado por esta composição, ficou conhecido como Joãozinho da Pecadora."

Nelson Sargento, nos conta um pouco da sua trajetória no mundo da música.:

"Eu estava pintando um apartamento de um bacana na Prudente de Morais próximo da Praça General Osório, em Ipanema. Me lembro que ele era da diretoria da Bacardi e todo sábado, além do pagamento, eu ganhava uma garrafa de rum. Era um porre garantido. Um dia, quando cheguei em minha casa na Mangueira, minha companheira, já falecida, me disse que o Hermínio Bello de Carvalho e o Elton Medeiros tinham me procurado, mas eu não os procurei de volta. Recebi mais um recado deles dizendo para eu ir ao teatro encontrá-los, mas não fui e veio o terceiro recado, falando que se eu não fosse naquele dia, não precisava mais aparecer. Fiquei pensando o que eles poderiam querer comigo, talvez fosse para pintar um cenário, já que estavam em um teatro. E eu fui, atrás de um trabalho de pintor. No teatro, fiquei surpreso: o Elton Medeiros havia me indicado para o grupo e o Hermínio me queria no show. Conheci ali com eles o repertório. Marcamos para começar os ensaios e eles me disseram para voltar com o violão. Eu não tinha violão."

Elton, criativo "Na gravação de um programa para a TV Cultura, em que se apresentaria como cantor, instado pelo produtor Fernando Faro a fazer ritmo, improvisou um instrumento de percussão com uma lata de tinta vazia, abandonada em um canto do estúdio e ninguém percebeu a "invenção". Como compositor é tido como um dos melhores representantes da escola melodista de Cartola, de quem foi parceiro e com quem criou sambas notáveis."

"(...) o samba "Volta por cima" tornou-se sucesso em todo o Brasil. Antes de ser gravado já era conhecido em boates paulistanas como "o samba do Vanzolini". Desde o sucesso do samba, "dar a volta por cima" passou a ser uma expressão recorrente no vocabulário popular, como consta no Dicionário Aurélio: "Dar a volta por cima. Superar uma situação difícil: 'ali onde eu chorei/ qualquer um chorava/ Dar a volta por cima que eu dei/ quero ver quem dava". Na década de 1960, era comum ouvir seus sambas na Boate Jogral, em São Paulo, cujo proprietário era o músico, parceiro e amigo Luís Carlos Paraná. Ali muitos artistas da música costumavam reunir-se e foi onde se lançaram em São Paulo Jorge Ben (depois Jorge Benjor) e Martinho da Vila."

"O ano era 1968 e sua trajetória linda e conturbada estava apenas começando e nos dias 10, 11 e 17 de janeiro, um grupo de artistas veteranos encontraram-se nos estúdios da Odeon no Rio de Janeiro para gravarem um disco histórico em que relembraram as raízes da música popular brasileira de maneira livre e descontraída, liderando esse time estavam tres dos nossos mais importantes artistas responsáveis pela consolidação do samba e do choro, João da Baiana, Pixinguinha e Clementina de Jesus. Reuni-los numa gravação foi uma idéia notável e premonitória de Hermínio Bello de Carvalho, pois ali estava presente a própria história de nossa música popular. O ambiente da gravação era de muita descontração, em principio ficou estabelecido que não haveria ensaio e os artistas cantariam e tocariam o que quisessem, como se tratava de uma seleção de craques, isso não foi problema. Acompanhando na retaguarda nossos personagens principais, destacavam-se, Dino 7 Cordas, Canhoto e Meira nos violões, Manuelzinho na Flauta, Marçal na percussão e no coro Nelson Sargento, Anescar do Salgueiro e Jairzinho da Portela."

"Em 1968 foi realizada a primeira edição da Bienal do Samba, promovida pela TV Record. O evento chamou atenção de diversos artistas, que resolveram encarar o desafio."

O Silas de Oliveira: "Embora não soubesse tocar nenhum instrumento harmônico, tinha uma incrível sofisticação melódica. E um talento ímpar para conciliar profundidade de informação histórica com lindas letras. Além de “Heróis da liberdade”, um hino, “Aquarela brasileira” é uma obra-prima, uma viagem pelo país. E “Os cinco bailes...” tem todas as características de uma epopéia clássica. Alguns dos versos mais lindos da língua portuguesa. O pesquisador Ricardo Cravo Albim também votou no primeiro colocado e lembra que, para o poeta Carlos Drummond de Andrade, “Heróis da liberdade” tinha alguns dos versos mais lindos da língua portuguesa: “Essa brisa que a juventude afaga/ essa chama que o ódio não apaga pelo universo/ É a evolução em sua legítima razão”.

Sobre o nosso Martinho de Vila Isabel

"O resultado foi um dos maiores fenômenos de popularidade já registrados por um compositor de samba, e seguramente o primeiro sambista a se tornar recordista em venda de discos, desse modo da noite para o dia o Brasil ficou sabendo quem era o notável compositor carioca e Martinho da Vila elevou o samba a um patamar de respeitabilidade que já vinha crescendo mas que se consolidou com o seu sucesso. Neste LP de estréia ele nos brinda com canções que se tornaram referências permanentes no clássico repertório do samba, a exemplo de Carnaval de ilusões; Quatro séculos de modas e costumes; O pequeno burguês; Iaiá do cais dourado; Casa de bamba; Quem é do mar não enjoa; Tom maior e Pra que dinheiro. É difícil acreditar que num único disco existam tantos sucessos, e que após trinta e sete de lançados eles continuem sendo cantados pelo povo, e não somente pelos seus contemporâneos, mas também pela nova geração. Trata-se portanto de um disco histórico e fundamental para a compreensão do processo de aceitação e maturação do samba como patrimônio de nossa nacionalidade."

Sobre nosso Martinho de Vila Isabel:

"O resultado foi um dos maiores fenômenos de popularidade já registrados por um compositor de samba, e seguramente o primeiro sambista a se tornar recordista em venda de discos, desse modo da noite para o dia o Brasil ficou sabendo quem era o notável compositor carioca e Martinho da Vila elevou o samba a um patamar de respeitabilidade que já vinha crescendo mas que se consolidou com o seu sucesso. Neste LP de estréia ele nos brinda com canções que se tornaram referências permanentes no clássico repertório do samba, a exemplo de Carnaval de ilusões; Quatro séculos de modas e costumes; O pequeno burguês; Iaiá do cais dourado; Casa de bamba; Quem é do mar não enjoa; Tom maior e Pra que dinheiro. É difícil acreditar que num único disco existam tantos sucessos, e que após trinta e sete de lançados eles continuem sendo cantados pelo povo, e não somente pelos seus contemporâneos, mas também pela nova geração. Trata-se portanto de um disco histórico e fundamental para a compreensão do processo de aceitação e maturação do samba como patrimônio de nossa nacionalidade."

"Popularizam-se as freqüências do público nos ensaios das escolas de samba, inclusive como forma das agremiações obterem algum tipo de renda fora da época dos desfiles com os seus patrocínios, para garantir parte dos custos de preparação das infra-estruturas durante o resto do ano, através da cobrança mínima dos ingressos por parte de algumas delas. (...) Em São Paulo, institucionaliza-se oficialmente os desfiles das escolas de samba"

s Originais do Samba

"Grupo formado na década de 60 no Rio de Janeiro por ritmistas de escolas de samba, começou a se apresentar em teatros e show, incluindo o palco do Copacabana Palace, onde realizou o espetáculo "O Teu Cabelo Não Nega". Fixaram-se em São Paulo depois de excursionar pelo México, e em 1968 acompanharam Elis Regina na música vencedora da I Bienal do Samba, "Lapinha", de Baden Powell e P.C. Pinheiro."

E sobre Festivais da Música Popular:

"A história da Música Popular Brasileira foi marcada pela presença de inúmeros festivais, promovidos por emissoras de rádio, redes de televisão, teatros e movimentos estudantis. Esses festivais cumpriram (e ainda o fazem na atualidade) a função de revelar intérpretes, compositores e instrumentistas ao grande público. Os mais antigos festivais foram os de música para o carnaval nos anos 1930, patrocinados pela Prefeitura do Rio de Janeiro ou por empresas comerciais, jornais e revistas. Somente no final dos anos 1950, os festivais de música popular para o chamado período "meio de ano" começaram a aparecer. A segunda metade da década de 1960, em especial, foi marcada pela consagração de artistas que passaram a figurar entre os grandes nomes da MPB, tais como Elis Regina, Edu Lobo, Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Gilberto Gil, entre tantos outros."

História do Semba²

Escrito por Adriana Meneses Visitas

Designa-se por “Semba” uma das danças e géneros musicais mais populares de Angola, que surgiu no país durante os anos 50 e 60, começando tradicionalmente com danças de salão urbanas. Há quem defenda que este produto cultural, genuinamente angolano, tenha sido conduzido durante o século XVI, pelos escravizados, para se fixar no Brasil e nas Caraíbas.

Etimologicamente, “Semba” significa “umbigada” em quimbundo - língua de Angola, no entanto, tem vários outros significados adjacentes ao mesmo, como: batuque, dança de roda, lundu, chula, maxixe, batucada e partido alto, entre outros, muitos deles convivendo simultaneamente.

Sendo considerado como a língua de Angola, o “Semba” deu origem a vários outros estilos como o samba brasileiro, a kizomba, e até o kuduro. É tocado em praticamente todos os eventos sociais em Angola, desde óbitos, festas, discotecas, e é versátil na forma como pode abordar uma história, uma anedota ou mesmo um lamento.

A dança é caracterizada por movimentos que implicam o encontro do corpo do homem com o da mulher ou, mais precisamente, no choque entre ambos. Dançada a pares, com passadas distintas, o “Semba” depende muito da improvisação dos que o dançam e tem a capacidade de atingir várias gerações.

Em termos musicais, é um estilo que depende do processo complexo de fusão e transposição - sobretudo da guitarra – e de segmentos rítmicos diversos assentes na percussão, o elemento base das culturas africanas.

VIII- Histórico do Grupo Quixabeira da Lagoa da Camisa

Em relação ao samba do Distrito de Maria Quitéria, a identidade social e cultural que nos permite vislumbrar este acervo é especialmente na Comunidade da Lagoa Grande e Lagoa da Camisa, o Grupo da Lagoa da camisa, deriva do Grupo Quixabeira da Matinha , onde os remanescentes quilombolas, que aderiram a mistura de outras etnias, também descendentes dos índios PAYAYAS, foram fazendo inúmeras transformações no samba, a partir das características de caráter social, econômico e musical até atingir as características conhecidas hoje.

A Comunidade de Lagoa da Camisa, deu ao samba batuques com traços próprios . O Sambinha no Pé, como ficou conhecido , o diferencia do samba do gênero musical urbano.

Após a primeira gravação,em ( ) o Grupo Quixabeira da Lagoa da Camisa, conquistou novos públicos.

IX- HISTÓRIA DO GRUPO QUIXABEIRA DA MATINHA

IX- O SAMBA NO ESPAÇO DA ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ TAVARES CARNEIRO- INSPIRADORA DO PROJETO ETHOS SAMBA

No ano de 2016, os primeiros sinais de que o samba precisava ser mais valorizado na localidade, invadiu a escola, onde muitos e muitas estudantes, imitavam os grandes sambistas urbanos esquecendo as suas matrizes. ÉTHOS SAMBA, é uma Sementes da Quixabeira da Lagoa da Camisa , Grupo de Cultura Popular e ação Política, em parceria com os Grupos que fortalecem a cultura em Feira de Santana, , por compreender que aos poucos a comunidade mais jovem, por vezes esquecem as suas marcas históricas e culturais. A iniciativa se fundamenta na história de luta de Gilberto Gil, que no ano de 2004 enquanto Ministro da Cultura, apresentou à UNESCO o pedido de tombamento do gênero "Samba", sob o título de "Patrimônio Cultural da Humanidade", na categoria "Bem Imaterial", através do Instituto Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em 2005, o samba-de-roda do Recôncavo Baiano foi proclamado pela Unesco "Patrimônio da Humanidade" na categoria de "Expressões orais e imateriais". Esperamos transformar o Projeto ÉTHOS SAMBA, em Patrimônio imortal, pois renascerá em cada aprendiz o desejo de disseminar a cultura do sambinha que tem sua marca registrada no pé.

Leah Ribeiro Pinheiro
Enviado por Leah Ribeiro Pinheiro em 13/12/2017
Reeditado em 31/10/2023
Código do texto: T6197558
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