Como vive uma ostra
De repente. Bem de repente eu estava la. Preso numa imensidão de ostras. Ostras que nao pensavam, nao falavam, nao sentiam, nao se abanavam no calor.
Algumas ostras se misturavam nas areias fósseis e a algumas algas desidratadas abandonadas na areia pelo apartheid da maré cheia.
A escuridão das ostras era não poder se enxergar no mar.
As ondas as levam pra beirada em noites de astros interligantes.
Os espectros de energia solar diziam:
-Elas. As ostras. Elas pensam. Elas correlacionam lagrimas de sal e saudade.
Uma ostra nao pode viver na superficialidade. Ela precisa de densidade e profundidade, sabe e gosta de viver sob pressões submersas.