A PARTÍCULA
Em um Dia de luz, de festa sem sol, uma partícula de carbono vai deslizando no deslizável e descongestionado espaço sideral. Não para não. Mesmo porque lá não existe “onde”; existe o espaço. Ou apenas a vaga ideia que temos desse enorme vazio, dessa infinitude de ausências que não conseguimos mensurar e, consequentemente, compreender.
A energia que move essa partícula é a mesma que me permite registrar neste exato momento as minhas constatações empíricas, fruto, vá lá, do meu mais tenro e irresponsável desconhecimento científico. Mas isso não deve importar muito, caro internauta, pelo menos não no contexto em que nos encontramos agora: eu, aqui digitando, e você aí, provavelmente, usando a sua energia para avaliar esse meu ensaio não necessariamente ensaiado.
Então, eu lhe proponho o seguinte, caro internauta: em nome da partícula que está no céu, sapeque aí, por obséquio, a sua energia, dê um sinal de vida. Já que não podemos sacudir o mundo, vamos nos sacudir no mundo. Abraçaços!