Etérea Cripta

No fundo, longe o bastante para me abster do mundo mortal. Sou sua próxima destruição. Então afaste-se de mim, amor. Afaste-se. Me escondi, durante essas décadas, para lhe proteger de futuro tão fétido. Em fuga, distante a sete palmos em minha etérea cripta.

Ele estava sedento, vazio de sua vitalidade. Há muitos anos absteu-se, insatisfeito com sua condição atônita. A sede insaciante, incontrolável e, injusta. Seus beijos doces, o condenando ao vício de seu amor; platônico.

Mantenha-se longe Lucy, não provoca-me com esse macios cabelos, dourados como ouro. Não vê? Eu sou o cleptomaníaco recluso à fortuna, cobiçada em latejante culpa. Afaste esta pele tênue como a neve, que cega meus olhos. Eu te amo, mas veja te amar será a causa de sua ruína. E a culpa, minha sina.

P Silveira
Enviado por P Silveira em 28/09/2017
Código do texto: T6127334
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