Trecho do romance regional; Um Homem Á Sombra De Seu Destino.
Naquele período em que o bravo sertanejo trabalhava em “Xingó” e residia na cidade de Monte Alegre, onde havia comprado uma singela casinha, corria de “boca em boca” os comentários sobre João Valentim, o “lobisomem” do sertão. Carlos por inúmeras vezes ouviu comentar que aquele senhor moreno, baixo, chapéu curto, paletó velho e sapato de couro, de unhas enormes e olhar arrepiante virava bicho durante as noites de lua cheia. Diziam também, as más línguas, e logo as boas confirmavam que ele se transforma em diversos tipos de animais, principalmente cachorro. E quando algum “curioso” o perguntava sobre aquela mutação, ele confirmava. No entanto, ficasse o curioso ciente de que João Valentim logo lhe apareceria transformado e seria seu maior pesadelo.
Numa certa ocasião, enquanto Carlos estava sentado na calçada de sua casa, na tradicional roda de amigos e vizinhos, ouviu a narrativa de uma velha senhora que morava em Monte Alegre. “Contava ela que certa noite da quaresma precisou sair até os fundos de sua casa para fazer necessidades fisiológicas. A noite estava calma e a lua cheia iluminava toda a mata, quando surgiu um “gatinho” branco listrado de preto e deu-lhe uma patada, de leve, em suas nádegas, até ai tudo bem. O assustador foi o fato ocorrido no dia seguinte; o próprio João Valentim se aproximou dela, e puxando conversa perguntou pelo “gatinho malhado” que dera uma tapinha na sua bunda branca. Ela se arrepiou toda, e um calafrio lhe subiram por toda a espinha dorsal. Como ele poderia saber daquele ocorrido, se ela estava sozinha? E assim, como que para satisfazer a sua curiosidade ele respondeu: – Era eu mulher! Isso é pra mode tu nunca mais duvidar de João Valentim” – Falou o lobisomem do sertão.
Reza a lenda que, quando uma mulher tem sete filhos do mesmo sexo, se vier um oitavo, este será um Lobisomem. O menino nasce normal. Porém, ao completar 13 anos a maldição se manifesta. Já na primeira noite de terça ou sexta-feira, que sucede ao seu aniversário, no silêncio da noite, ele procura uma encruzilhada. Ali, longe de tudo e de todos, sob a luz da lua, se transforma em lobisomem. A partir dali, nos dias mencionados, ele corre pelas ruas e estradas desertas com uma matilha de cães em seu encalço. Nessas noites, ele visita sete partes da região, sete pátios de igreja, sete vilas e sete encruzilhadas. Por onde passa, açoita os cachorros e apagas as luzes das ruas e das casas, enquanto uiva horripilantemente para o alto. João Valentim morreu velho. Teve tempo de, nas suas andanças noturnas, amedrontar o Monte Alegre de Sergipe e toda a região do alto sertão sergipano e alagoano.
Ainda nos dias atuais, o mito do lobisomem permanece vivo no imaginário popular sertanejo. E segundo reza a lenda, da linhagem de sete filhos machos, um será lobisomem. Da linhagem de sete meninas, uma, cedo ou tarde, será bruxa. Por que será que uma grande parte dos nossos temores teima em se esconder dentro da escuridão da noite?
Naquele período em que o bravo sertanejo trabalhava em “Xingó” e residia na cidade de Monte Alegre, onde havia comprado uma singela casinha, corria de “boca em boca” os comentários sobre João Valentim, o “lobisomem” do sertão. Carlos por inúmeras vezes ouviu comentar que aquele senhor moreno, baixo, chapéu curto, paletó velho e sapato de couro, de unhas enormes e olhar arrepiante virava bicho durante as noites de lua cheia. Diziam também, as más línguas, e logo as boas confirmavam que ele se transforma em diversos tipos de animais, principalmente cachorro. E quando algum “curioso” o perguntava sobre aquela mutação, ele confirmava. No entanto, ficasse o curioso ciente de que João Valentim logo lhe apareceria transformado e seria seu maior pesadelo.
Numa certa ocasião, enquanto Carlos estava sentado na calçada de sua casa, na tradicional roda de amigos e vizinhos, ouviu a narrativa de uma velha senhora que morava em Monte Alegre. “Contava ela que certa noite da quaresma precisou sair até os fundos de sua casa para fazer necessidades fisiológicas. A noite estava calma e a lua cheia iluminava toda a mata, quando surgiu um “gatinho” branco listrado de preto e deu-lhe uma patada, de leve, em suas nádegas, até ai tudo bem. O assustador foi o fato ocorrido no dia seguinte; o próprio João Valentim se aproximou dela, e puxando conversa perguntou pelo “gatinho malhado” que dera uma tapinha na sua bunda branca. Ela se arrepiou toda, e um calafrio lhe subiram por toda a espinha dorsal. Como ele poderia saber daquele ocorrido, se ela estava sozinha? E assim, como que para satisfazer a sua curiosidade ele respondeu: – Era eu mulher! Isso é pra mode tu nunca mais duvidar de João Valentim” – Falou o lobisomem do sertão.
Reza a lenda que, quando uma mulher tem sete filhos do mesmo sexo, se vier um oitavo, este será um Lobisomem. O menino nasce normal. Porém, ao completar 13 anos a maldição se manifesta. Já na primeira noite de terça ou sexta-feira, que sucede ao seu aniversário, no silêncio da noite, ele procura uma encruzilhada. Ali, longe de tudo e de todos, sob a luz da lua, se transforma em lobisomem. A partir dali, nos dias mencionados, ele corre pelas ruas e estradas desertas com uma matilha de cães em seu encalço. Nessas noites, ele visita sete partes da região, sete pátios de igreja, sete vilas e sete encruzilhadas. Por onde passa, açoita os cachorros e apagas as luzes das ruas e das casas, enquanto uiva horripilantemente para o alto. João Valentim morreu velho. Teve tempo de, nas suas andanças noturnas, amedrontar o Monte Alegre de Sergipe e toda a região do alto sertão sergipano e alagoano.
Ainda nos dias atuais, o mito do lobisomem permanece vivo no imaginário popular sertanejo. E segundo reza a lenda, da linhagem de sete filhos machos, um será lobisomem. Da linhagem de sete meninas, uma, cedo ou tarde, será bruxa. Por que será que uma grande parte dos nossos temores teima em se esconder dentro da escuridão da noite?