O prazer É a razão de existir da humanidade!
Quarta-feira, 13 de setembro de 2017 19:27
O desejo nasce a partir da satisfação das necessidades, portanto é construído culturalmente!
Não importa em que acreditemos, se criacionistas, evolucionistas, espiritualistas, reencarnacionistas, etc., em toda e qualquer teoria que se aceite acerca da existência humana, há que se admitir um princípio, um começo, um primeiro momento, seja quando ou sob que condições ou circunstancias isso tenha acontecido. Esse pressuposto vale para qualquer forma de vida conhecida. Essa dedução nos leva à seguinte e inegável condição: A vida, mesmo antes que se tenha formado completamente, é detentora de necessidades. Nessa fase, essa condição é determinante para a própria existência, sem as quais não passaria às fases consequentes. Para as espécies biológico-cerebrais, após acontecer a exposição à existência pós embrionária, para cada suprimento de cada necessidade implícita e vital, há a concomitância de sensação de prazer, assim como a falta desse suprimento traz a sensação oposta. Satisfazer qualquer necessidade é lógico e inegavelmente prazeroso. A cultura, a evolução do homem como "ser social", a modificação da natureza e a partir disso, a "construção" da vida, cada vez mais segundo suas conveniências, acima e além das necessidades, a ampliação das facilidades e novidades que não constavam do repertório original da espécie, ampliam dia a dia, de modo ilimitado e inimaginável, o fluxo dessa cornucópia de deleites!
Assim, a busca humana, como razão de existir, que a princípio se tenta explicar como "algo maior", "sublime", "superior", "justificável",etc., resume-se basicamente a "ter prazer", quer seja através da satisfação de todas suas necessidades vitais, ou e ainda àquelas que são adquiridas, transmitidas, ou descobertas pela existência em comum. Tanto para racionais, quanto para irracionais!
O que supostamente seria superior à definição de prazer, não resistiria ao confronto realista e desapaixonado. Exemplo: O "amor" em suas mais variadas e conhecidas formas, mesmo a mais icônica e mítica, traz implícito o prazer para quem ama, ainda que o benefício seja para o amado, a condição de querer e sentir-se bem, é pressuposto inerente e natural de quem ama!
Visto isso, conclui-se que a vida, que se revela como fonte de prazeres dos mais variados e possíveis, mesmo que momentaneamente não estejam acontecendo, (consideremos a subjetividade e individualidade acerca do que é ou não prazer) passa a ser valorizada acima e além de tudo, e sua preservação a ser idealizada, desejada, "vital", para a manutenção desse ciclo de alternâncias entre prazeres de agora e seguintes, ainda que apenas possíveis, conhecidos ou novos!
Logo, acreditar que a vida pode e deve durar para sempre, especialmente quanto mais prazerosa nos pareça, é até natural. Não conhecemos nada além disso, justamente por isso, não desejamos além disso, e desejar isso "ad eternum" já é simplesmente muito, mais que isso, é tudo! Então se cria e aceita qualquer coisa que possa nos dar ao menos o alento da possibilidade, e nos agarramos ingênua e desesperadamente a essa promessa, essa teórica, suposta, imaginada, probabilidade de viver a fonte de prazeres que é existir, por todo o sempre, especialmente se houver a possibilidade de acreditar em um crescendo, uma ampliação, nesse sentido.
Julio Miranda