A Tradição do Ano Novo

O viajante ao viajar busca entende-se melhor a si mesmo e ao olhar o mundo em outras perspectivas. O autoconhecimento é ainda uma das facetas do longo processo que é a viagem em si mesma ao longo da vida, pois a viagem é um processo.

Trata-se de uma fuga não declarada dos problemas familiares e cotidianos que azedam semanas e dias, e a fuga serve para isso, cada viajante parte em busca de uma aventura que possa viver em paz e tranquilidade durante alguns dias da sua vida.

A busca por aventura ou experiências agradáveis deve também fazer parte do pacote, é uma parte importante de todo o processo, é um esforço para sair da rotina, e requer planejamento e outros detalhes como preparar malas. Desculpe meu caro leitor pelo longo atraso da série enciclopédica Vilões da Bíblia, que ano que virá, nesse momento pretendo construir uma segunda coluna a tradição do Ano Novo.

Tradicionalmente, os evangélicos brasileiros em termos gerais passam o ano no culto de virada, essa é uma tradição protestante que se desenha desde os longevos tempos da Reforma Protestante, o que ela realmente quer dizer?

Realmente trata-se de uma herança puramente pietista e luterana, ela prescreve que os cristãos reformados renovam suas alianças com a parte sobrenatural, o seu pacto. Os pietistas foram na verdade uma resposta ao Concílio de Trento, uma renovação bíblica e uma experiência nova com Deus.

Assim, ao defender esse ponto de vista, eles valorizam as experiências espirituais conectadas ao conhecimento teológico, essa conexão concorda em atrair uma ação com oração segundo dizem alguns pentecostais pragmáticos valorizam essa linha de pensamento dominante no cenário brasileiro.

Diante dessa pequena introdução, zelando por uma tradição renovável, e tradicionalmente acentuada com os valores cristãos que foram traduzidos pela Reforma Protestante de 1517, esses valores de fato foram resgatados ao longo de uma era que assim foram desenhados, esse resgate transformou em valor algo que estava perdida. A busca em prol desses valores se constituiu uma necessidade plena e absoluta de Deus.

Isso indicava que em cada Ano Novo algo deveria ser mudado, ou aprimorar as relações com Deus, ora tão complicadas. Nesse aspecto existem três formas reais de relacionar com Deus: a forma comercial, a forma paternal, e a forma senhorial. Usualmente as pessoas usam a primeira forma, achando que Deus é um negociante num banco de ofertas, negociando somente os valores sagrados por coisas de teor profano.

Cada Ano que se inicia, as situações devem no mínimo mudar, pois a mudança faz parte da vida ao som do violão , onde tocam as cordas do coração. A profundidade do som desse violão as coisas se canalizam para uma nova mudança que se torne necessária.

Isso revela que o sentido da mudança reside exatamente no aceitar da mudança, os pietistas alemães concordavam com essa ideia em concordância com os ideais hegelianos e mas as mudanças só correm se alcançarem alguma forma de espaço no coração onde saí o poderoso som.

Assim, ouvir o som do coração é algo extremamente difícil, a percepção e a sensibilidade ajudam a sintonizar esse som que assiste ao coração, tal prática ressoa como uma poesia ou uma cantiga de findar o ano velho, e dar cordas novas ao Ano Novo que ainda vem. A ousadia dos poetas deve ser no mínimo referida e anotada, a poesia de fato assume o papel de uma cantiga de findar. Conectando aos pietistas que serão referidos nas linhas abaixo, eles recuperam uma parte dessa cantiga de findar, conectando-se a Deus como uma forma prioritária e resistente de vida ou da polifonia da vida segundo Bonhoeffer o teólogo com pitacos pietistas e decisões extremas.

Os pietistas tinham o conceito de Deus como pai, recuperando a relação filial com Deus, por hora esquecida em Mundo Líquido e Pós-Moderno de acordo com o sociólogo Zigmunt Bauman em sua coleção de obras, onde somente ilumina esse conceito de liquidez, na verdade essa liquidez e fluidez eliminaram nossas sólidas bases morais. Recuperar o conceito perdido já é uma grande tarefa, que exige e exibe muita reflexão, esse momento reflexivo na verdade assume um outro nome com Deus.

Durante o ano velho, nós descumprimos acordos e compromissos e chega assim o Ano Novo, e finalmente nós com uma dose de Cristandade queremos desta forma recuperar com um monte de promessas a Deus, readquirindo seu favor em nossas vidas bem cotidianas e polifônicas. A aquisição do valor e do favor exigem uma postura responsável e compromissada de cada um que se envolve com o cristão compromisso.

O teólogo Dietrich Bonhoeffer demonstrou a importância do compromisso do cristão com seu Cristo presente graças á uma cristologia engajada em seus livros e escritos como o Discipulado e Cartas na prisão, essa obras de caráter fragmentário revelam essa importância ora esquecida por boa parte dos cristãos evangélicos brasileiros.

Agora depois desta forte conexão da cristologia presente de Bonhoeffer com a visão puramente pietista acerca do Ano Novo traduz a questão da responsabilidade da nossa Cristandade Ocidental que é posta em cheque com ações irresponsáveis de alguns cristãos. Recuperar isso representa o ideal pietista no mundo Pós-Moderno em que os valores são afrontados.

Naturalmente, é necessário mudar algumas posições que a sociedade vem tomando sem a devida reflexão coletivas que as engrenagens políticas e culturais estão levando com uma tremenda fluidez, é necessário retornar ao pietismo e a teologia cristocêntrica de Bonhoeffer , e ao mesmo tempo indicar um caminho para uma humanidade sem direção.

O teólogo representa uma visão de um homem em busca de Deus, por intermédio da formação acadêmica em Tubingen, New York e outros lugares para formular sua própria Cristologia a partir de visões opostas de estudiosos diferentes entre si. Tal profundidade foi um desafio e tanto para um homem só, mas ele decidiu tomar uma ação contra uma visão deturpada do Nazismo de Hitler.

Novamente, a cosmovisão pietista entra em ação por intermédio de ações responsáveis de um teólogo luterano Bonhoeffer que assumiu a frente com diretor de seminários de pregadores em diversas partes da Alemanha, em especial em Finkenwalde fugindo da perseguição nazista que marchava contra a Igreja Confessional.

O esforço do teólogo com pendores pietistas foram além de uma simples ação de ir contra o regime totalitário e ditatorial de Hitler, foi muito além foi um mártir cristão com o sentido original e ainda nos ofertou uma teologia completa e uma Cristologia estupenda, conectando-se ao título tema desse artigo ou coluna como queira nosso leitor, na polifonia da vida sempre devemos expostos á novidade boa ou ruim.

Visivelmente , o teólogo não estava pronto para realidade da perseguição , mas era uma realidade concreta de uma perseguição, aliás , alguns teólogos em sues pontos de vista defendem que uma boa perseguição avalia o povo cristão tem um certo fundamento, se nos apegarmos a disciplina da História da Igreja. Essa defesa estética de uma perseguição se confunde com a própria História do Cristianismo Ocidental, os teólogos que defendem essa linha de pensamento acreditam que a busca de uma Igreja perfeita, a partir do elemento perseguição e outros elementos formadores da santa comunidade segundo Bonhoeffer o cristólogo.

O núcleo essencial deste ponto de vista foi recuperar a importância do culto de Véspera de Ano Novo introduzido pelos cristãos luteranos pietistas em concordância com os princípios norteadores da Reforma Protestante de 1517, o representante ilustre desse grupo na igreja luterana foi Dietrich Bonhoeffer e sua nobre Cristologia, morrendo enforcado por ordens dos oficiais da SS. As mudanças sempre vêm com o Ano que está por surgir, de maneira adequada e coerente que se abre num futuro suspenso, a visão de Bonhoeffer coaduna com a cosmovisão pietista acerca das mudanças internas e externas. Caro leitor deixo a conclusão acerca da tradição do Ano Novo, como um intérprete ousado, com uma visão apurada. E tenha um bom Ano Novo cheio de esperanças e paz, e nos acompanhe neste canal de comunicação.

JessePensador
Enviado por JessePensador em 06/08/2017
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