No Princípio.
No princípio criou Deus o céu e a terra. Hoje eu quero meditar nessas primeiras palavras descritas na Bíblia sagrada, estas palavras encontram-se no Gênesis, na primeira página da Bíblia, é o início da descrição de toda a criação, de todas as coisas existentes, tantos as celestiais como as terrenas. O autor dessas palavras é Moisés, foi ele quem escreveu os primeiros cinco livros da Bíblia, conhecidos como pentateuco. Este homem, não era um simples nômade dos desertos, ele não era apenas o libertador, que revoltou contras as atrocidades cometidas contra os hebreus no seu tempo. Embora a história nos conte que Moisés era filho de Hebreus, mas que foi criado pelos Egípcios, criado como um Príncipe, criado dentro dos ritos e dos ensinamentos que regiam toda aquela nação. Moisés tinha portanto, todo o conhecimento da ciência dos egípcios. Alguns teólogos ensinam que o egípcio era o berço do ocultismo antigo, não só nesse aspecto, mas os egípcio detinham um conhecimento apurado em muitas coisas, arquitetura, agricultura e ademais coisas, a nação egípcia prosperou e cresceu, e o garoto Moisés fazia parte desse meio, aprendendo para quando chegasse o tempo, tornasse um Príncipe, por ser adotado como filho por uma das filhas de Faraó.
Eu não quero me deter aos detalhes políticos, culturais ou religiosos dos egípcios, e também não vou me atentar a questões das divindades egípcias, suas origens, ou qualquer outra coisa nesse gênero. Eu quero propor um bate papo, uma conversa filosófica, apenas isso, ou como eu costumo dizer, uma meditação, apenas isso. As vezes, quando olho para a Bíblia sagrada, principalmente para esses primeiros versos, tento imaginar, a minha maneira, como foi para Moisés aquele primeiro momento, quando ele rabiscou a primeira letra, que viria a ser o pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia. É notória a sua erudição, o seu conhecimento em literatura e em escritos antigos, o modo como ele estruturou sua narrativa é fascinante. Eu o imagino em um alto monte, isolado, com uma folha de papiro nas mãos, tintas nos dedos, e aquele ar pensativo. Então ele desenha a primeira letra do que milênios depois seria a Bíblia, talvez ele não tivesse ideia do que realmente estava fazendo, talvez ele não imaginasse a magnitude daqueles escritos. Na minha visão, no meu modo de livre pensador, eu vejo Moisés, antes de qualquer título que lhe deem, como um escritor nato, um homem das letras.
Vejamos o seguinte. Segundo a teologia, Moisés foi inspirado pelo Espírito santo de Deus a escrever, colocar palavras no papel, era o início da história que seria transmitida e que compõe um painel grandioso, que somente milênios depois seria completado, portanto, ele não era o único autor, mas ele foi o que iniciou aquela grandiosa obra. Suas moitas noites e dias na solidão do deserto e monte, na minha visão, foram os momentos de profunda reflexão do líder, não era uma tarefa fácil, não era somente inventar, era muito mais profundo, e o grau de complexidade era enorme. Nas entrelinhas da história da criação, nas entrelinhas da história de seus próprio povo, existe um código secreto, permitam-me chamá-lo assim. A história do povo no deserto estava sendo escrita, em determinados momentos eu tenho a impressão de ser um diário de bordo, ou, um livro de história, mas todos sabemos que havia muito mais do que isso. Filosofemos um pouco à respeito do que foi escrito, as primeiras palavras, elas, são de uma profundidade que não consigo entender, pois quando ele diz; " No". Havia ali, um indicativo de um tempo que não pode ser contado, que não tem como ser medido, tampouco alcançado. Esse " no" aponta para a próxima palavra, " princípios" . Vejam que, ele começa falando de um ser que está por trás do "no" antes do " princípio" Porquê este ser, cria aquilo que não existia até então, a única ideia de existência antes do próprio tempo, antes do próprio céu, antes da própria terra, é esse ser, chamado Deus. Moisés está se referindo ao Deus que está acima do próprio tempo, ele, Deus, existia antes mesmo de existir o tempo.
Moisés começa a escrever a respeito do que foi feito antes de todas as coisas, não há detalhes específicos da criação, no âmbito científico, de um modo prático, e muito bem escrito, Moisés relata as partes concernentes a criação dentro de uma ordem estabelecida por Deus, vejamos que ele diz, " e no primeiro dia" Somente aí, vejamos já há existência de tempo, por se tratar do primeiro dia. No meu modo de analisar, e o leitor é livre para discordar do meu ponto de vista, Deus já houvera criado o próprio tempo. Claro que, muitas perguntas ficam pairando sobre as nossas cabeças, questionamentos sem uma resposta precisa, mas a base de deduções a partir de outros textos. As vezes eu me pergunto, O que é o céu? Como é o céu? O habitat do altíssimo? Essa é uma pergunta que por mais queiramos responder, não haverá resposta precisa. Mesmo porque, o apóstolo Paulo, certa feita diz em um de seus escritos, que houve um homem que subiu até o terceiro céu, e lá viu coisas que fugiam a sua compreensão, coisas que os olhos nunca viram, os ouvidos nunca ouviram, e nunca subiram ao coração do homem. Isso me faz entender que não havia comparativos na terra e em sua época para que ele tentasse comparar o que viu, Paulo sabiamente descreveu aquilo que viu como está escrito acima. Não há como entender uma coisa jamais vista antes.
Minha reflexão não tem o objetivo de se aprofundar em termos teológicos ou científicos, querendo saber o motivo exato de cada coisa. Nada disso. O que me chama a atenção, o que me leva a reflexão, é pensar que por trás das simples palavras escritas no início da Bíblia, existe portanto, um universo imenso desconhecido por nós. Moisés foi um líder que, como qualquer outro ser humano tinha as suas limitações, cometeu seus erros, teve seus acertos, mas indiscutivelmente, a ele foi revelado coisas grandiosas que ele não transmitiu com palavras. Hora vejam, o próprio texto sagrado nos diz que depois da sua morte, o arcanjo Miguel disputou com satanás pelo corpo de Moisés, mas Deus, o escondeu, e os motivos para tal, somente Deus sabe. As vezes eu me encanto com a imaginação dessas coisas, tentando imaginar aquilo que não foi escrito, mas que está presente nas entrelinhas.
Como eu disse ao início de nossa reflexão, eu não quero e não vou discutir termos científicos ou teóricos, mas apenas filosofar sobre essas questões, que desde a minha tenra mocidade me encanta. Imagino que muitos leitores, assim como eu, também se encantam com essas coisas, e, certamente consegue vislumbrar além das palavras. Talvez um dia, quem sabe, descobriremos os mistérios desse nosso magnífico universo.