O QUE NUNCA TE CONTARAM SOBRE "SERVIR A DEUS"!

O QUE NUNCA TE CONTARAM SOBRE “SERVIR A DEUS”

*Por Antônio F. Bispo

Dizem algumas pessoas religiosas: servir a deus é um privilégio e não um fardo! É uma honra e não uma vergonha! É algo prazeroso e não entediante! É a melhor coisa do mundo... Será mesmo? A que deus se referem? Que tipo de serviço fabuloso é esse? Como definir esse tipo de serviço? A quem estão mentindo? A quem estão querendo enganar? Será que é tão prazeroso assim esse tipo de serviço? Se as 4 paredes dos banheiros e dos quartos de muitas dessas pessoas falassem, nos contariam outra história...Como se sentiriam esses ao saber que esse deus a quem eles servem na maioria dos casos usam gravatas, paletós, batinas e outras vestes sacerdotais? Como se sentiriam esses ao saber que possivelmente são servos de um sistema de hierarquias ou próprio ego achando estarem servindo a um deus invisível? Até onde é possível definir se algo é ou não um serviço prestado a deus ou a seus representantes gananciosos e ávidos pelo poder? Ou melhor ainda, será que é possível mesmo prestar um serviço a deus sendo que ele de nada precisa? Vamos refletir um pouco, pensar não é pecado!

Ano passado publiquei um texto intitulado: PARA HONRA E GLÓRIA DO SENHOR! Um dos textos mais comentados e lidos que já publiquei, onde comentava sobre as coisas mais loucas e mais cruéis que as pessoas fizeram ou ainda fazem contra seus semelhantes e a si mesmas em nome desse deus invisível. Argumentei nesse texto, que nesses casos, ou as pessoas estão agindo em nome do próprio Ego, ou em nome de uma instituição religiosa, e sem saber, estão sendo massas de manobras para outra finalidade antagônicas aos seus propósitos ou aos propósitos ditos pelo segmento qual estar inserido. Nesse texto, abordaremos sob outro ângulo e sob outro aspecto essa mesma ideia impregnada na mente de algumas pessoas bem intencionadas, mas que infelizmente sem perceber, estão sendo iludidas, servindo a propósito particulares, achando estarem servindo a propósitos universais.

Uma coisa é certa: em nossa espécie, todos nós queremos ser grandes, reconhecidos, elogiados ou recompensados por algo que fazemos ou que acreditamos ser. O desejo de sermos grandes, nos leva ao desejo de sermos úteis a algum propósito ou a se utilizar do propósito alheio como escada, para alcançar o próprio objetivo. Entre os desejos disfarçados em cada um nós, refletidos por meio de nossas atitudes ou nossas crenças, estão o desejo de glamour, sexo gratuito e descompromissado com parceiros diversos, o poder de decidir a vida alheia, e o desejo da popularidade (fama) entre tantos outros. Todos querem ser reconhecido como o maior ou melhor em alguma coisa, desde o desejo de ser o maior cientista, o maior político, o maior empresário, o maior garanhão, o melhor atleta, o melhor aluno, o melhor funcionário, o maior traficante ou o maior idiota de todos. Ser maior e melhor, é um desejo oculto dentro de cada um de nós que disfarçamos de outros modos e um deles é o propósito de servir a uma causa qualquer. Quando não estamos sendo movidos pelo desejo (ganancia), estamos sendo movidos pelo medo. Medo do fracasso, da solidão, do não reconhecimento, de sermos passados para trás, da velhice, da obesidade, do inferno e tantos outros medos de várias coisas e algumas delas que só poderia acontecer no universo de quem as criou.

Os que prestam atenção ao comportamento humano podem levar vantagem sobre isso, criando meios para se beneficiar disso tudo. O mundo comercial, religioso e político leva vantagem o tempo inteiro sobre esses aspectos não entendidos de nosso ser e valores e os inserem na sociedade, ou criam salvadores físicos ou metafísicos para solucionar problemas que nós mesmo criamos ou só existem no imaginário coletivo. Quando nos conhecemos a nós mesmos, nosso metabolismo, nosso intelecto e nossa projeção sobre ou outro, ou como o outro se projeta em nós, dificilmente seremos manipulados em totalidade, agiremos de modo mais racional, seremos menos consumistas, menos devotos a coisas vãs e seremos taxados de loucos, antissociais e tantos outros termos chulos e desprezíveis que se possa haver. A vida não perde o sentido, antes sim, aprendemos a dar sentido a vida, sem entrar no ciclo auto destrutivo comum a todos, além do fato não sermos escravos de ninguém, inclusive do nosso próprio ego. Para ter bom senso ou ser uma pessoa boa não precisa ser religioso. Basta usar o cérebro e o coração (racionalidade e sentimentos em ocasiões necessárias).

No antigo oriente, até o século passado, o sentido da vida da maioria dos nascidos nos impérios chineses, japoneses e algumas outras sociedades orientais era o de servir ao imperador. Viver por ele, servir a ele e morrer por ele e seus propósitos de grandeza. Tudo em nome do imperador. O sentido da vida dessas pessoas girava em torno disso. Era um “deus” em forma humana, e sua vontade particular, era obedecida e transmitida a todos de modo geral. Até os dias de hoje, na Coréia do Norte por exemplo, vemos esse tipo de mentalidade de culto ao imperador e o sentido da vida das pessoas geralmente giram em proteger o império e seu representante.

Nas sociedades ocidentais, fazemos praticamente o mesmo só que sem perceber. Desde cedo as crianças são inseridas em ritos litúrgicos onde sempre se fala na ideia de servir a deus. Enquanto os orientais tinham ou tem um deus visível, a sociedade ocidental afirmam ter um deus invisível e por ele fazem ou fizeram as maiores barbaridades possíveis. Quanto mais fiel e de coração puro, ou de boas intenções for uma pessoa, mais ela será atraída por essa ideia de servir a deus. Muitos deles não fazem isso por mal, apenas estão querendo ser uteis, ou preencher um vazio criado propositalmente pelo pensamento religioso, e que tal vazio será preenchido exatamente “servindo a deus”.

Como o deus ocidental é invisível, nunca deus as caras, nunca apareceu pessoalmente a ninguém, a não ser de modo teofânico a alguns de seus suspeitos escolhidos, dando informações contrarias e opostas aos mais diversos líderes, essa ideia de servir a deus, tem gerado mais problemas do que solução ao longo de nossa história. Só podemos nos libertar disso se entendermos como isso funciona. Não tenho e nem intento ter a palavra final quanto a esse assunto, mas acredito que com poucas linhas, posso ser como uma chave de ignição de um veículo, que com apenas uma simples girada de 45 graus, é possível dar início ao movimento do mesmo, que o fará transportar o veículo e todos que estão inseridos nele. Quem mais se aproveita dessa ideia de servir a deus são os líderes religiosos, que podem construir impérios financeiros, políticos e industriais, apenas se utilizando desse ideia não definida em sua totalidade sobre o que é servir a deus. Já dizia um certo filosofo que o coração tem razões, que as razões desconhece. E cada tem seu motivo pessoal de “servir a deus” quando estão sem motivos, chega os cristãos, ameaçando-os com o fogo do inferno e a ira de deus, e logo os que estavam sem motivos, passa a ter um. Simples assim!

Ao invés de ensinar-nos a refletir, a igreja ocidental nos ensinar a crer e obedecer. Esse é o princípio básico para a alienação e não para a libertação! Você pode questionar quaisquer linha de pensamento e isso não fará de você uma pessoa má ou infame, a não ser que seja o seu proposito apenas criticar a loucura alheia, sem lhes apontar uma porta de sanidade. Se você é desse tipo é bom rever os próprios conceitos. Considere que geralmente somos o produto do meio, e para mudarmos os nossos rumos, basta apenas mudarmos o nosso ponto de vista exterior ou interior. Qualquer um pode mudar de rumo se for aplicado neste a linguagem certa e as razões certas para isso. Vamos pensar um pouco sobre essa ideia vaga e confusa de servir a deus e nos questionarmos sobre vários aspectos dessa linha de pensar. Os que servem ao deus bíblico, estamos servindo a corporações, ao próprio ego ou a uma linha de pensamentos controversos?

Onde estão os servos de deus? Quem são eles? Onde eles vivem? O que eles fazem? Para que servem? A quem realmente eles servem? Qual o efeito social do seus serviços? Esses serviços ajudam ou atrapalham a sociedade e sua evolução? Quem são os maiores beneficiados com esse serviço? Que tipo de ações ou pensamentos definem o serviço a deus? Por que cada grupo religioso tem sua definição particular de servir a deus e procuram sempre reprimir o modelo do outro, definindo-os como falso culto, falso modelo e até falso deus? Os servos de deus são pessoas boas ou más? Boas para quem ou más para quem? Quais as formas e fórmulas válidas para servir a deus? Quem as definiu? Quem garante que elas sejam reais ou eficazes? Será que as fórmulas aplicadas aos hebreus 4 mil anos atrás ainda servem pra nossa sociedade? Por que deus deixa seus “planos perfeitos” serem conduzidos por líderes imperfeitos? Por que ele mesmo não aparece e expõe pessoalmente seu desejo universal, dando fim a todo tipo de conflito religioso criados exatamente pela subjetividade própria do termo? Pôr que na bíblia e na história secular da igreja, a maioria dos serviços prestados a deus acabam sempre em destruição em massa, guerras e muito derramamento de sangue? E se você estiver sendo massa de manobra? E se o deus que você serve for o seu próprio ego ou o ego de seus líderes? Já pensou nessa possibilidade?

Se existe no campo do pensamento humano um conceito vago, maleável, liquido, volúvel e passível de infinitas interpretações, é o conceito de servir a deus. Um conceito que se adapta aos vários níveis de consciência, de interesses, de ganancia, de fobias, de boas ou más intenções, e que é capaz de fazer inflar até o mais murcho de todos os egos quando bem manipulado. Um conceito que move reinos, que cria conflitos, que gera lucros infinitos e que serve de efeito placebo para pessoas que estão sem direção própria e precisa de um motivo de viver que as complementem. Então, como saber se realmente uma pessoa é serva ou faz a vontade de deus? E principalmente a que tipo de deus essa pessoa serve? O próprio ego, a própria igreja ou um sistema de crenças confusas? Considerando que o conceito cristão afirma que deus é completo em tudo, e a tudo ele mesmo completa, qual o objetivo de servir a alguém que de nada precisa e pode tudo fazer sem o nosso auxílio? Seriamos como um mendigo dando esmola a um bilionário. Certas coisas não fazem sentido, mas os que manipulam tais ideias dão um sentido particular a coisas sem sentido algum.

Afinal, o que é servir a deus? Servir a deus é matar em nome dele? É Morrer de graça feito tonto por não negar uma fé em um mito romano em países onde é proibida a entrada desse mito? É viver insultando o tempo todo as pessoas que não concordam com as loucuras de certos ritos litúrgicos? É dar esmola aos pobres? É levantar a mão aceitando Jesus e viver em estado vegetativo nos bancos de uma igreja? É renunciar todos os seus 5 sentidos e viver enclausurado o tempo todo aguardando a volta de jesus? É dar o dizimo, falar em línguas estranhas, selecionar os alimentos antes de ingerir, guardar dias santos, usar um véu, cantar louvores, pregar a palavra, obedecer cegamente as lideranças, distribuir literatura cristã gratuita aos “pecadores” e fazer jejuns e longas orações? O que é servir a deus?

O que mais se posta hoje em dia é: #deusnocomandosempre#! No comando de que? Pra que? Por que? Pra quem? Por que seus comandos são sempre confusos e contraditórios e muda de igreja pra igreja, de cidade pra cidade, de pessoa pra pessoa e de religião para religião? Por que ele fica irado com bobagens simples a ponto de matar todo um vilarejo por simplesmente ter ocultado uma imagem de escultura numa residência e não se importa nenhum pouco com os injustiçados do mundo inteiro, principalmente aos de sua casa? Seria a bíblia uma espécie de livro magico, que faz com quer cada um que ler entenda de modo diferente ou apenas a usamos como muletas para nossos defeitos e arma de guerra para nossos desejos?

Segundo os registros bíblicos num passado remoto, milhões de pessoas foram mortas a mando de deus, por um povo que também alegava estava fazendo a sua vontade. Muitas delas não tiveram nem chance de se defender ou nem sabiam por quais motivos estavam sendo atacados. Deus estava no comando.

Por mais de 200 anos do milênio anterior, a igreja católica protagonizou uma das maiores cenas de carnificina, estupros coletivos, incêndios e todo tipo de destruição em massa já conhecido na história humana quando realizava as Cruzadas cristãs, e todos os cruzados envolvidos nessa “nobre” causa tinham a plena certeza de estarem servindo a deus. Foram proclamados pela igreja como cavaleiros e servos do senhor, guardadores do caminho do santo sepulcro e da cidade santa de Jerusalém. Nessa mesma linha de pensamento, antes e depois desse feito, por mais de mil anos os chefes da igreja católica e toda sua hierarquia, foram os responsáveis pelos maiores crimes já cometidos contra a humanidade, enquanto diziam estar prestando serviços a deus, por meio da santa inquisição. As maiores engenhosidade em ferramentas com o intuito de torturar e arrancar falsas confissões das vítimas foram criadas nesse período e nesse intuito “sagrado”. As tecnologias inventadas na época em sua maioria, eram apenas com esse intuito macabro e outras tecnologias que surgiam em benefício do homem, e quase todo avanço cientifico produzido no ocidente nesse período, eram destruídos ou demonizados por aqueles que diziam estar prestando um serviço a deus. Toda engenhosidade humana voltada ao propósito de “servir a deus” torturando e matando pessoas. Dá pra acreditar?

Genocídios, empalamentos, enforcamentos, estupros, infanticídios, afogamentos, envenenamentos e mortes em fogueiras ou em celeiros fechados com vilarejos inteiros dentro dele, esses são alguns dos incontáveis registros de serviços prestados a deus por esses santos homens nesse período pois, inclusive qualquer cidadão cometido pelo próprio senso de justiça quanto a vontade de deus poderia ser cooperadora da igreja católica prestando esse “honrado” serviço ao senhor e ganhando alguns tapinhas nas costas de algum representante do clero como pagamento. Todos eles estavam a serviço de deus e esse serviço era prestado matando, destruindo, perseguindo, torturando, criando falsos testemunhos, se aglomerando em julgamentos, e tendo como atividades de entretenimento principal quase que diariamente, ver seus conterrâneos sendo queimados vivos na fogueiras ou apreciando o rolar das cabeças de seus companheiros, desmembrados pelo braço forte do carrasco. Isso era servir a deus segundo a visão deles nesse período em que a igreja governou o mundo ocidental. Usavam a força física, a destruição e torturas como um serviço a deus.

Nessa louca ideia de servir a deus, freiras, freis, monges, seminaristas e todo apreciador de conventos se isolavam e ainda isolam, fazem votos de silencio, de castidade, de não violência e de obediência total e cega ao seus superiores e também afirmam estar fazendo isso como forma de servir a deus reprimindo o próprio corpo de qualquer expressão de prazer ou alegria, incluindo privando a si mesmo de alimentos essenciais ao bom funcionamento do organismo e de instintos naturais a qualquer pessoa incluindo os animais que é o instinto sexual. O deus que lhes deu a vida para ser vivida em um corpo físico, por algum motivo inexplicável, aceita ou ordena que seus seguidores não vivam a própria vida e sua sexualidade, que não sinta emoções nenhuma, e que inclusive desobedeça o mesmo mandamento que ele ordenou no início da criação que é o de “cresceis e multiplicai”. Os que fazem isso, tem a plena certeza de estarem servindo a deus, e lhe honrando da melhor forma possível.

Todo seguidor do puritanismo exacerbado, que enxerga pecado em tudo, e criam um próprio padrão de santidade inalcançável, gastam em média de 2 a 5 horas por dia em atos litúrgicos, coletivos ou individuais com orações, cânticos, louvores, superstições, seleções de roupas, alimentos, amizades e informações consumidas, tudo isso para se tornarem mais santos, mais aceitos por deus, e mais servos dele. Tudo é pecado, tudo é proibido, o diabo se encontra em cada canto e em cada coisa, disfarçando-se de objetos de prazer ou alegria para lhes distrair, afastar sua comunhão com deus, e lhes conduzir a perdição eterna. O melhor remédio é acumular santidade por meio desses ritos intermináveis.

Engraçado é que acúmulo diário de tanta santidade dessas pessoas, devia deixar os tais mais fortes e poderosos, porem coisas simples do dia a dia os fazem despencar, “pecar” e recomeçar o ciclo o tempo inteiro. Por exemplo, indo ao supermercado, uma leve olhada para um mulher seminua numa banca de revista ou em sua própria frente enquanto espera na fila ou uma apreciada de leve no bíceps daquele sujeito que vai saindo da academia todo suado, uma leve ingestão de alimentos “proibidos por deus” num restaurantes da esquina, são capazes de zerar tal estoque de santidade acumulada por vários anos e fazer com que o fiel puritano seja “derrubado pelo diabo”, recomece com muito pesar seu estoque de santidade mais uma vez, acumulando acima de tudo angustia por ter “falhado”, culpa por não ser perfeito, autopunição martirizando o próprio corpo como penitencia e um medo incalculável do inferno e de toda praga divina, vindas exatamente de um deus, que apesar de você servi-lo e obedece-lo 24 horas inteiras por dia ele não te perdoará por apenas um terço de segundo que você olhou para aquele bumbum saliente a sua frente ou por ter pegado sem querer em carne suína pensando ser bovina no mercado da feira. Um deus que apesar de ele mesmo ter criado a você, que afirma conhecer o universo inteiro, não entende que você tem impulsos sexuais e de sobrevivências peculiar a toda criação feita por ele mesmo e que as vezes erra por engano, por não ser como ele, todo poderoso e cheio de atributos sobrenaturais. Assim um puritano costuma se encaixar na dolorosa experiência de servir a deus sob o desejo de ser melhor que os outros e o medo da condenação eterna. O sentimento de pecado é o companheiro fiel desse tipo de gente. Vivem e sobrevivem baseados na ideia de não pecar, e pecam exatamente por viverem assim. Um pecado contra si mesmo, e não contra um deus invisível.

Os crentes forjados nessa linha de pensamento tem sempre como companheiro um ou mais desses itens que irei citar em suas casas ou em seu mundo interior: remédios de tarja preta para se ajustar ao desequilíbrio emocional causados devido a tanta culpa desnecessária; um terço polido e afinado de tanto ser usado em rezas intermináveis pedindo perdão por um pecado nunca cometido; cintos de castidade para reprimir a própria sexualidade quando o desejo natural vier a tona; travesseiros molhados de lágrimas de tanto chorar, pedindo soluções para problemas que só existem na cabeça deste; cinto de silício com cravos para enfiar no próprio corpo, ou outros objetos de auto mutilação para se martirizarem depois de cometerem algum “pecado” como desejar ter uma família, ou uma vida normal por exemplo; são frequentadores frequentes de gabinetes pastorais ou de padres onde contam sempre com um líder companheiro para confessar seus “erros”, “desabafar” e se sentirem aliviados por confessar pecados que nunca cometeram; uma bíblia cheias de marcas em versículos específicos que falem de perdão, culpa, ou certeza de vitória sobre os pecados da carne; uma vela e um oratório para que seus caminhos sejam iluminados sempre; e para alguns destes, se continuarem nesse estilo louco de vida, logo estarão em um hospício, uma cripta mortuária se forem ricos ou do clero ou com 7 palmos de terras na cara num cemitério comum se forem pobres. Nas lápides destes, estará escrito: AQUI JAZ UM SERVO FIEL A DEUS!

Esses servos de deus carregam sobre si o peso dos próprio pecados e os pecados do mundo inteiro e o martírio pessoal é uma das várias formas (confusas) de servir a deus. Servir a deus nesse ponto de vista é se martirizar e deixar quantas pessoas forem possível ao seu redor, tão paranoico quanto eles mesmo são. Por meio da culpa e da auto confissão de pecados constantes eles acreditam alcançarem a graça de deus e estarem servindo a ele. Como isso é possível? Deus se fortalece com o sentimento de culpa e paranoia dos seus servos? Que tipo de ser é esse? É confiável ou digno de louvor um ser desse tipo?

Os seguidores de Allah, outro grupo de “servos de deus”, acreditam que em suas orações e ações, estão servindo a deus. Oram pedindo a extinção, conversão ou aniquilação total de todos os infiéis. Todos os que não são muçulmanos são infiéis por isso devem se converter ou morrer. Cristãos, Judeus e Hindus são os principais alvos dessa “ira de deus” na vida desses fieis servos. Os mais extremistas vão além e fazem acontecer, não ficando apenas em orações, eles mesmo demonstram sua fé em seu nível de devoção pessoal, cometendo o maior quantidade de dano físico, material ou emocional a quantos infiéis sejam possível antes de morrer, tudo isso baseado na ideia de estar servindo a deus. Quanto mais dano causado ao outro, mais alegre Allah (deus) ficará e os parentes do falecido também serão beneficiados por esse tipo de serviço.

Uma dessas recompensas a esses jovens castos por imposição da fé durante toda uma vida, é a ruptura diária e ininterrupta de 70 himens de belas donzelas por toda eternidade. Seria justo se não fosse cômico. Sirva a deus matando pessoas aqui e serás recompensado com sexo eterno! Seja proibido de ver até o calcanhar feminino aqui na terra por que nos céus você viverá numa orgia sexual sem fim! Boa proposta, não? O sujeito casto, oprimido, que nem pensar num formato de uma mulher nua pode, sabendo que vai ter 70 delas disponível só pra ele numa casa cheia de comidas, bebidas e servos... eles se explodem de bom grado, feliz e sorrindo para antecipar esse glorioso dia. Vejam suas expressões faciais antes dos atentados e concluam por conta própria se eles tem cara de preocupados! Eles contam os minutos para esse grande dia chegar! O que não observam nessa proposta duvidosa são alguns detalhes: se se todo mundo é senhor, quem serão os servos que os servirão? Hoje no planeta, para cada homem vivo, há praticamente o mesmo número de mulher, sendo assim como poderá haver 70 mulheres para cada homem no paraíso? Se responderes que os seus servos e suas mulheres serão os infiéis mortos aqui na terra, por que não foi possível conviver com um infiel apenas 10 minutos aqui na terra se terá que conviver com eles durante toda uma eternidade no paraíso? Se os infiéis no paraíso servindo a eles estão em maior número, não corre o risco de virar o jogo e torna-los escravos eternos? Que coisa! Em praticamente toda religião, mais da metade dos conceitos não fazem sentido ou são contraditório. A fé é o placebo que faz calar a alma questionadora em casos como esses. Creia e obedeça que tudo se resolve! Pronto! Quem pergunta demais vai pra o inferno...assim dizem os cabeças de toda religião. Na cabeça desses cidadãos que irmãos de sangue dos cristãos e judeus, servir a deus é causar destruição no presente, para ter prazer sexual no futuro!

Por outro lado, enquanto um gostam de causar o sofrimento, outros gostam de sofrer e como em uma relação masoquista, missionários cristãos entregam-se a si mesmo e toda a sua família além de vilarejos inteiros a uma morte gratuita e sem sentido, sendo martirizados por não negarem a um jesus construído nos laboratórios medievais chamados concílios, como se isso fosse a coisa mais real do mundo! Morrendo por um mito como se fosse verdade. O mito de jesus, o deus trino. Morrendo por um cristo que nunca existiu e levando outros a cometerem o mesmo engano. Rios de dinheiros são arrecadados diariamente no segmento cristão para esse propósito de enviar outros a morrer por uma causa fútil. Seria como enviar alguém para levar uma mensagem comum, atravessando todo o deserto do Saara sozinho, sendo que tudo isso poderia ser feito via celular ou internet por com uma simples mensagem de texto, vídeo, ou voz. Todo esse serviço é inútil baseado na ideia de servir a deus se a intenção principal for apenas o proselitismo. Um tentando converter o outro a seguir o mesmo deus de seus patriarcas. Um declara estar servindo a deus se entregando a morte e outro declara estar servindo a deus matando o outro servo de deus. Estranho não? Ambos tem a plena certeza que estão servindo a deus de forma correta, por isso são fieis as suas causas. Um mata por que tem fé e obedece a deus. O outro morre por que tem fé e também obedece ao mesmo deus. Quanta sincronia! Pare um casal de amantes que já se conhecem a tempos e sabe exatamente o modo de causar maior prazer ao outro.

Todo serviço missionário só é valido quando o foco principal é o serviço social e não o proselitismo. Prestar um serviço a outro, baseado apenas na ideia de que o outro aceite seu ponto de vista religioso, é o propósito mais espúrio que que alguém pode intentar cometer em nome de deus. O serviço social voluntario ou coletivo deve ser independente de fins religiosos, políticos ou de marketing, caso contrário todo esse serviço perde o sentido original e vira objeto secundário. Igrejas ou pessoas que só dão um bocado de pão ou um copo de água a um faminto somente depois de pregar a” palavra de deus”, deveria tomar vergonha na cara e rever seus conceitos de amor ao próximo! Se deus tem esse tipo de vontade louca, que ele pessoalmente o faça, por que muitos seres conscientes não o farão dessa forma. Nessa relação masoquista entre missionários cristãos e extremistas mulçumanos, a não reação de um e a pro reação de outros, ambas as atitudes fazem parte dos planos e da vontade de deus. Consegue conceber isso? Muito louco, não acha?

A não reação durante a opressão intencional como sendo a vontade de deus, pode levar a danos irreparáveis. Dar a outra face quando o outro faz de você capacho, é um conceito que deve ser repensado aos “servos de deus”. Se entregar a morte gratuita também é uma ação religiosa que deve ser cessada. O proselitismo só é beneficente aos comandantes das hierarquias da fé. Os demais morrem de graça ou contribuem para a morte gratuita de outros baseados nessa ideia louca de “levar jesus as nações”. Enquanto houver pessoas dispostas a morrer por amor a cristo, haverá sempre pessoas a matar por amor a Maomé e o resto do mundo tem de tolerar esse tipo de relação escarlate.

A não ação entendida como Gandhi entendeu, teve seus propósitos concretizados. A não ação em nome da fé, mesmo sabendo do planejamento estratégicos e nefasto de seus inimigos pode ter um efeito devastador. Durante a segunda guerra mundial por exemplo, mais de 6 milhões de judeus foram mortos por não reagirem quando tiveram chances, esperando um socorro dos céus, do mesmo deus que fez tantos milagres fabulosos na bíblia por esse povo e que ele mesmo se auto denomina guarda e vigia eterno do povo de Israel, mas que naquele período, parece ter estado dormido um pouco ou que mudou de lado, dando todo poderio aos cristãos da Alemanha e seus aliados, para os massacrarem e que também acreditavam estar fazendo um favor a deus fazendo uma limpeza étnica. Um servia a deus promovendo a ação de destruição. Outros serviam a deus não fazendo nada, esperando do alto um socorro que nunca chegou. Se não fosse a ação de homens “pecadores”, para intervir, quem sabe hoje não sobraria um judeus para contar a história. Depois desse fato, os judeus aprenderam a lição e hoje a nação israelita é uma das maiores potências em ataque, defesa e manutenção de seus territórios no mundo todo. Depois de esperar pelo que não veio, aprenderam a defender-se a si próprio apesar de muitos destes continuarem achando que tal carnificina também fazia partes do insondáveis planos de deus. Dizem que contra fatos não há argumentos. Nesses pontos, digo que contra esse tipo fé, ficamos sem argumentos, pois seria como dar socos no ar. Usar a razão contra o que usa apenas a fé como porto seguro só gera conflitos intermináveis.

Em nossos dias atuais, bilhões de reais são movimentados por ano dentro das igrejas, enriquecendo as lideranças eclesiásticas e empobrecendo ou sufocando os liderados, construindo-se templos suntuosos e desnecessários, ou fazendo eventos missionários inúteis quando o intuito é apenas converter o outro ao seu ponto de vista religioso, tudo isso baseado na ideia de servir a deus. Cultos sem fins, liturgias intermináveis, doações incalculáveis, tudo isso para deus atender aos pedidos do seu povo, dar mais segurança a nossa nação e melhorar o caráter político dos governantes, mas parece que isso estar tendo efeito contrário. Esse serviço a deus tem de ser repensado! Alguém estar tirando vantagem nisso, e não acho que seja esse deus invisível, imaterial, que não tem fome, não tem sede, não sente frio nem calor e nem precisa de nada para existir por ser auto existente. O mais comicho disso tudo, é que um deus que ver tudo, olha tudo e pode tudo, precisa que seus servos se aglomerem diariamente e várias vezes num único dia, para lembrar a ele mesmo de suas próprias obrigações e que se você não o ajudá-lo orando para que ele se lembre dos seus afazeres, ou contribuindo com seus recursos financeiros, ele nada fará pelo oprimidos. Um ser que tudo pode, só é capaz de agir em favor de alguém, mediante o clamor, contribuição e medo imposto aos seus servos. Como se dar o nome a um pai que gera filhos e os deixa entregue a própria sorte sem dar-lhes o sustento necessário? Pode ser chamado de onipotente, onipresente e onipotente, um ser que tendo tudo ainda precisa do que é seu e vendo seus problemas e o do mundo todo ainda precisa que você o adore e implore seu favor para que ele haja e que podendo mudar o rumo das coisas nada faz para virar o jogo? Como se dar o nome de um ser como esse? A menos que você acredite que não compreendê-lo também seja uma forma de o servi-lo, nem precisa responder, aliás, nem precisa pensar nisso. Você já tem as respostas. As suas respostas te servem apenas para você e não imponha isso aos outros!

Desde os tempos mais remotos, nunca houve um consenso geral sobre a ideia de servir a deus, nem nas religiões ocidentais e nem orientais por isso abre-se cada dia uma nova igreja para “melhor servir a deus”. No dia em que houver essa certeza, certamente vai ser o fim da humanidade, pois deixaremos de sermos humanos e seremos apenas zumbis, controlados por um programador central (se já não o somos).

No judaísmo assim como no islamismo há dezenas de segmentos diferentes dentro do próprio segmento. Todos eles em conflitos eternos. Todos eles dizendo serem os reais servos de deus. Todos eles com um céu ou um inferno particular para dar aos seus inimigos, que servem de modo errado ou ao deus errado.

Nesses aspectos, os cristãos nem se falam. Já nos primeiros séculos do cristianismo, já existiam mais de 20 segmentos cristãos diferentes e hoje temos milhares deles, pois cada igreja nova que é aberta, prega-se um evangelho diferente, onde deus trabalha de modo diferente e com intenções diferentes, tentando atrair públicos diferentes, exigindo coisas diferentes. Cada uma dessas igrejas também alegam estar servindo ao deus certo e de modo certo. Em pouco tempo, se não mudarmos essa linha de pensar, possivelmente encontraremos mais igrejas vendendo serviços inúteis a população, do que casas comerciais, que vendem produtos ou serviços realmente uteis para o funcionamento social. Supermercados, açougues, lojas de roupas e tantas outras, podem ser substituído por um negócio mais lucrativo e livre de impostos que se chama igreja evangélica. Quero ver se todo mundo vai comer bíblia nesse dia pra matar a fome, e se aquecer com o “fogo do espirito santo” nos dias frios, ou bebendo a palavra de deus para matar a sede em dias quentes...Se fosse útil ao bom desenvolvimento social a construção de tantas igrejas e adoração a seres invisíveis, não haveria tantas, poucas delas seria o suficiente! Se precisa tantas e assim mesmo nada muda, é sinal que não funciona! O mercado da fé tem atraído tantos investidores quanto outros segmentos industriais. Pena que no comercio e na indústria, produz ou comercializa coisas realmente uteis ou necessárias ao consumidor, já nas igrejas....

Uma pessoa boa, de coração bom, de boas intenções irá querer sempre ser útil e doar parte de si e do que tem em benefício de outro. Isso é louvável até certo ponto. Digo até certo ponto, e não na totalidade, por que é exatamente de sua generosa vontade de ser útil que pode surgir a maléfica ideia em outra pessoa (do corpo eclesiástico) para usar seu tempo e seus recursos para fins pessoais como sendo um serviço a deus. Nesses casos, a apesar de suas intenções serem boas, o efeito dessas intenções será má a você ou a tantos outros.

Se você deseja realmente ser um servo de deus, para e olhe ao seu redor. É muito mais simples do que parece. Se acreditas mesmo que deus criou o mundo e tudo que nele há, então faça o necessário para tornar a vida dos outros mais digna e menos desigual possível. Investimentos em educação, segurança, moradia e produção sustentável de alimentos são capazes de fazer o que nenhum ser metafisico tem feito pela humanidade. O proselitismo tende a criar abismos entre os povos, e não ponte entre elas pois cada dia tem sempre alguém querendo converter o outro ao seu próprio ponto de vista, baseado na ideia de servir a deus. Deus não precisa de sua ajuda ou seus recursos em nada. Seus semelhantes talvez precisem. A palavra de deus não enche o buxo vazio de ninguém, mas um pouco de comida sim! Ajudar pessoas a se levantarem é bem mais proveitoso do que leva-las nas costas a vida inteira.

A igreja precisa de cegos, surdos, mudos, doentes e desequilibrados para continuar existindo. Sendo assim, esta, aliadas as lideranças políticas não tem intenção de que esses males sejam diminuídos, pois o fim dos males da humanidade significa o fim das igrejas e toda sua hierarquia. Em certos casos, direcionar ajuda financeira a instituições religiosas, é contribuir para que esse mal prevaleça.

Fortaleça um homem com juízo e consciência e os deuses se enfraquecerão. Torne o homem responsável por seus atos e deus e o diabo perderão seus papeis atuais e não haverá mais líder religioso para te intimidar. A sua fraqueza servirá sempre de alimentos para outros, principalmente para os que usam uma bíblia, se acham donos da verdade e donos de sua vida.

Medo, culpa, ganancia, ira, inveja...possa ser esses os deuses que você esteja servindo no momento. Pensem nisso e mude suas atitudes sem mudar seu bom caráter!

Saúde a todos.

Texto escrito em 8/7/17

*Antônio F. Bispo é Bacharel em Teologia, Estudante de Religião em Filosofia e Capelão Ev. Sem vínculo com denominações religiosas desde 2013.

Ferreira Bispo
Enviado por Ferreira Bispo em 08/07/2017
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