Eu
Eu,
Roma negra,
vazia e bela;
silencio cinza,
sem rosto:
roubada é
minha face;
desenho letras,
ainda ando
pelas cidades
vazias
são minhas mãos;
arranha céus
de isopor,
noite de fraca luz,
silêncios
de cães que ladram;
alegria de papel;
estátuas sem vida
vagam
num paraíso infectado
pela própria sorte.
em minha alma
o deserto
é o caminho
desses versos.
escrevi sonhos
sem nada
vivi em seu vazio,
o abandono
dos meus dias;
morro
em meus lugares,
aqui serei a sombra
o risco do isqueiro
que raspa
pelos asfaltos,
feito dentes e unhas;
ando atras da luz;
continuarei
por essas cidades
sem que ninguém perceba
quando chego,
quando vou.