A cana-de-açúcar e a produção de álcool

O histórico da produção de cana-de-açúcar no Brasil é bastante antigo, tendo sua origem na época da colonização portuguesa com a introdução de seu cultivo para a produção, principalmente, de açúcar e, em menor escala, de aguardente.

Com o passar dos séculos, a importância da produção do açúcar a partir da cana perdeu espaço na economia brasileira, só retornando a ter grande relevância na década de 70 do século passado, com a crise internacional do comércio de petróleo.

Nos anos 70, o governo brasileiro, através do PROÁLCOOL (Programa Nacional do Álcool) propôs a substituição da gasolina pelo álcool. Nesse objetivo, foi inaugurada uma política governamental com o estabelecimento de cotas de produção e controle de preços.

De lá para cá, as possibilidades de utilização da cana para fins de produção de álcool só foram ganhando espaço no cenário nacional. Hoje, aqui em nosso país temos dois grandes centros produtores: um localizado na região Centro-Sul e outro na região Norte-Nordeste. Esses dois centros se intercalam nos períodos de produtivos, pois a cana pode ser colhida e processada apenas em alguns poucos meses do ano.

As usinas de açúcar e álcool são, em muitos aspectos, semelhantes às demais indústrias de transformação, mas também possuem características próprias diferentes, determinadas pelo ciclo da matéria-prima, que varia significativamente ao longo do ano e da região de cultivo.

As usinas na região Centro-Sul, onde a safra de cana se restringe aos meses de maio a outubro pela maturação, estão mais preparadas para enfrentar esses obstáculos. Em geral, para aproveitar a oferta concentrada de matéria-prima nesse período, as usinas trabalham continuamente durante as 24 horas do dia. Na entressafra, são feitos plantio e os tratos culturais dos canaviais e, na área industrial, são realizados os trabalhos de manutenção e implantação de novas tecnologias, assegurando total operacionalidade e melhor desempenho na safra seguinte.

Segundo a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), a região Norte se mostra como promissora para essa atividade e o Tocantins lidera o ranking dos estados da região com a maior previsão de investimentos nessa área.

Aqui a SEAGRO (Secretaria da Agricultura do Estado do Tocantins) tem feito uma grande campanha, apresentado as potencialidades para o mercado sulcroalcooleiro, como por exemplo: (1) a existência de inúmeras rodovias e da ferrovia Norte-Sul para escoamento da produção, (2) os índices pluviométricos favoráveis, (3) a boa luminosidade ao longo do ano todo, e (4) a importância do relevo plano e dos solos propícios. Além disso, o governo estadual tem oferecido incentivos ao setor, como a isenção de ICMS (Imposto de Circulação de Mercadoria e Serviços), com desconto de 2% sobre produção de usinas e destilarias.

Essas ações da SEAGRO mostram que o Governo está interessado em atrair muitos investimentos que venham gerar emprego, crescimento e melhoria da qualidade de vida de nossa população. Outro aspecto que deve ser destacado é que tudo isso tem sido feito com um intenso acompanhamento dos órgãos ambientais (NATURATINS e CIPAMA), pois todos nós sabemos que o crescimento econômico sempre é bem vindo, especialmente quando tal crescimento é ecologicamente sustentável.

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Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 226, p. 20, de 31/08/2007. Gurupi – Estado do Tocantins.

Giovanni Salera Júnior

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Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 11/08/2007
Reeditado em 30/12/2011
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