Direitos sob ataques
Direitos trabalhistas sob ataques.
(Teto Machado)
Os ataques desferidos contra os direitos trabalhistas em todos os paises, seguem uma lógica correspondente ao grau de organização e articulação das forças sociais em tensão e luta, desde sempre.
Quando o movimento socialista se articulou, no séculos XIX, seus principais teóricos, apontaram a necessidade de projetar uma linha de ação que fosse transcendente à dimensão nacional, que a união e lutas dos trabalhadores caminhassem para a ruptura das fronteiras. A palavra era Internacionalização do Trabalho. O nome de sua organização suprema era esse, a Internacional. Karl Marx encerrava o Manifesto com o brado: "Trabalhadores de todos os países, uní-vos!"
O tempo passou e as guerras mundiais, a ideologia nazifascista, somente reforçaram os nacionalismos, essa tendência de separação entre Nações o acirramento das rivalidades mútuas, raras sendo as exceções.
O Capital jamais deixou de se articular internacionalmente. Organizou blocos comerciais, estruturou organizações gerenciais supranacionais, enfim, resguardou suas posições.
Os reveses sofridos pelo movimento socialista e dos trabalhadores, desde a cisão do bloco soviético com a Iugoslávia, depois com a China e Albânia, somente enfraqueceu os trabalhadores em todo o mundo.
Os direitos sociais e trabalhistas que avançaram em poucas experiências de Estados nacionais capitalistas, quando as condições históricas permitiram forças mais à esquerda ou nem tanto, de centro-esquerda, em governos populistas.
Mas esses avanços deram-se nesses isolamentos nacionais e, por mais que os sindicatos de cada país firmassem posição e consciência de suas conquistas, não percebiam a fragilidade circunstanciada das mesmas, quando não se lutava para levar esses direitos aos mais distantes rincões do planeta, seguindo a logica do brado de Marx, na linha final do Manifesto.
Eis o saldo negativo. Países do extremo oriente, do mundo subdesenvolvido, sem nenhuma garantia aos direitos trabalhistas, onde se concentram capitais a partir da exploração extrema desses povos, servem de trincheira de reação dos capitalistas para retirarem as parcas conquistas obtidas, em caráter provisório sempre, enquanto o sistema centrado na extração e acumulação de valor for hegemônico.
Podemos concluir que, objetivamente, para usar uma linguagem gramsciana, adentramos num Bloco Histórico desfavorável aos trabalhadores e às forças progressistas do mundo. Anos ruins nos aguardam.
Cabe-nos a reação, a resistência.