Mestre, uma vítima

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.”

A genialidade de Paulo Freire em seus enxertos e pensamentos ainda hoje são verdadeiros e essencialmente didáticos, Nos fazem refletir: se ele estivesse vivo hoje e visualizasse o panorama atual da educação nacional brasileira, o que pensaria?

Reflexão esta que ficou evidenciada no último dia 15 de outubro, data comemorativa em homenagem aos profissionais da educação, os professores.

Muito se falou, registros emocionados, agradecimentos calorosos em homenagem ao Dia dos professores. As redes sócias ” bombaram” de frases , pensamentos e posts pessoais ou em cópia. Muito bom ser lembrada, muito bom perceber que a sociedade percebe que sem educação o país não vai pra frente. Mas, e a realidade tal qual é? Até quando? Perfis de colegas me fazem cada vez mais perceber a insatisfação, a tristeza estampada nos rostos e a mesma oratória: “não agüentamos mais tanta desvalorização”. Uma colega da Cidade de Cerquilho foi acuada, e desprotegida e com medo de uma aluno está em tratamento por doença psicológica causada pela exaustão em sala de aula. Outras tantas afastadas por doenças psicossomáticas, tudo pelo peso da profissão. Pessoas sem sensibilidade e mostrando desconhecimento costumam dizer: “se não está satisfeito na profissão, deixe para outro, largue o cargo”. Seria mesmo necessário não haver mais profissionais para a sociedade acordar? Seria o mesmo que dizer aos médicos, advogados, arquitetos: larguem sua profissão, sua dedicação, joguem fora os anos que estudou e vão procurar fazer outra coisa. Abandonar nossa ideologia? Nosso sonho de formar uma sociedade melhor? Nossa construção de um ser preocupado com as futuras gerações? Não.

Uma criança em formação é como uma pedra preciosa bruta. Deve se lapidada com carinho.

Essa busca a que Paulo Freire se refere é constante e intrínseca do ser humano. A pedra, após encontrada, depende da busca por melhorá-la, deixá-la limpa, lisinha, bela aos olhos. Fora dessa procura, não há boniteza, não há alegria, não há satisfação, não há progresso. E não há ordem, nem progresso.

Silvinhapoeta
Enviado por Silvinhapoeta em 25/05/2017
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