EXPLORAÇÃO- A Causa Real do Crescimento do "Evangelho" em nossos dias
Exploramos o outro quando exigimos, pedimos ou cobramos além do que foi concordado, ou além de suas capacidades físicas, mentais, intelectuais ou financeiras. Exploramos o outro quando ofertamos um produto gratuito como diz ser a salvação das almas humanas e depois de aprisioná-las e recintos fechados, as delimitamos e passamos a cobrar por serviços desnecessários ou que não estamos autorizado a cobrar. O pior explorador é aquele que se apresenta exatamente como aquele que vai te libertar e te conduzir a um lugar seguro. O pior explorado é aquele que imagina estar realmente sendo conduzido a um bom lugar e defende a todo custo seu explorador. Convido você nesse pequeno resumo, a pensarmos sobre as práticas de exploração cometidas em nome da fé e suas consequências sociais. Lembre-se: se pensar fosse crime ou pecado, seu deus te teria feito um ser sem cérebro, lógica ou razão. Não se sinta culpado ao aprender pensar por si mesmo. Isso sim é libertação!
Eu não estaria escrevendo o que você vai ler agora, se as ações de pedir dinheiro ou desperdiçar o tempo útil das pessoas praticadas nos recintos de culto religioso por pessoas religiosas não tivesse como pano de fundo a ideia do sagrado, ou se não usassem de modo implícito ou explicito termos como “obra do senhor”, “causa do senhor”, “vontade de deus”, “para deus ficar alegre”, ou qualquer palavra para descrever que alguém ou um grupo deva estar agindo em nome de um ser imaterial e que a pessoa será abençoada ou amaldiçoada por fazer ou deixar de fazer tais atos que descreverei. Todas as pessoas que se unem em agremiações religiosas para fins de praticar suas crenças estão coberta pela leis de nosso país para celebrar ou realizar tais propósitos. Quando o proposito legal é apenas fachada para um segundo propósito inúmeras vezes mal intencionado, ai sim, fica aberto tal agremiação para uma avaliação interna e externa dos que fazem ou não parte de tal assembleia, considerando que por vivermos em sociedade todos somos afetados direta ou indiretamente por aquilo que juntos ou separados nos dispomos a realizar. Cedo ou tarde também seremos afetados, pois a medida que o explorador aumenta seu reino, começa a ameaçar todos os reinos vizinhos ou manipular outros reinos que diretamente afetarão o seu mundinho particular.
Se existe uma palavra para descrever a real causa da manutenção do modelo de cristianismo inventado pela organização romana nos últimos 2 mil anos, essa palavra de chama EXPLORAÇÃO. Se existe uma palavra que defina a real causa da expansão daquilo que toscamente chamam de evangelho hoje em dia e abertura de uma nova igreja evangélica em cada esquina, essa palavra se chama EXPLORAÇÃO. Se existe uma causa que trava o desenvolvimento social coletivo, que gera desigualdades sociais, cria segregações, constroem a ideia de castas, e cria um abismo entre os povos, essa palavra também se chama EXPLORAÇÃO. Muitos acreditam que o motivo real de todo aparato religioso acontecer do modo que tem acontecido seja a vontade de deus e sinal da volta de cristo. Então eu diria que se assim for, ele também é um explorador, pois essa tal esperada vinda dele é o motivo principal de tantas outras explorações da ingenuidade alheia e quanto mais ele demorar vir, mais exploração haverá.
No mundo ocidental, em países cristãos, a igreja nos últimos dois mil anos tem se apresentado como casa de justiça, lugar da paz, casa de Deus, e local onde o humano toca o divino. Isso não é, e nunca foi verdade nem de forma inteira nem parcial. Existe uma palavra que define em partes, ou em duas partes de três, e essa palavra se chama exploração. Não há justiça, paz ou bondade na exploração. Qualquer ato de bondade ou justiça que um pessoa ligada a uma religião fez, essa o fez por seu senso próprio de moralidade e teria feito o mesmo se estivesse fora dela.
Como dito no início, a exploração é caracterizada quando exigimos ou manipulamos os fatos para que o outro dê mais de si além daquilo que foi combinado ou além daquilo que realmente é necessário para que se chegue a determinado fim. Segundo a fé cristã, o fim da igreja é levar uma salvação gratuita a todas as pessoas. Mas isso é só fachada. O preço a se pagar por essa ilusão é de sobremodo incalculável ao que não acorda a tempo. Desse modo a salvação seria o fim, mas o sistema religioso instalou pedágios e a cada cem metros que você anda tem de pagar por algo novo, tornando o custo da viagem enfadonha e dolorosa. Se jesus é o caminho, a igreja é o pedágio, e as lideranças são os caixas registradoras que recolhem os impostos. Numa salvação gratuita, a necessidade de atravessadores e marqueteiros da fé se faz desnecessário. Para um deus onisciente e onipresente, seriamos procurados por ele e não o inverso. Ele estaria em nós e nós nele e seriamos uno. Habitats luxuosos e todo tipo de oferenda destinados a ele também se faz desnecessário. A simples intenção já seria o suficiente e ele já teria dado como feito tal intenção e nos abençoaria por sua própria bondade e não por estímulos externos.
A injustiça social baseada na exploração disfarçada da fé tem redesenhado o cenário social nos últimos 2 mil anos no mundo cristão. Na idade média, a igreja “libertadora” confiscava todas as terras do povo, aumentando a pobreza e servidão ao regime papal. Nesses últimos cem anos tivemos uma outra explosão pela disputa do mercado da fé, entre milhares de igrejas evangélicas fundadas e afundadas disputando para te vender um cristo doido que mais oprime do que liberta. Vamos analisar alguns pontos que passam desapercebidos e que mostram onde há exploração dentro de tais recintos religiosos. Volto a dizer, que se o que fosse exigido do povo, não tivesse como pano de fundo a ideia do sagrado provavelmente eu nem faria esses comentários e consideraria as igrejas apenas como clubes sociais onde cada um vai exatamente sabendo qual o serviço oferecido.
Desde quando a sociedade civil organizada começou a ganhar forma, foi necessário a criação de alguns impostos para que serviços sociais como segurança das fronteiras e das cidades fossem mantidas. Quem estuda história, sabe que a maior parte dos impostos arrecadados, era utilizado de forma indevida pelos governantes e todos os seus amiguinhos selecionados. O povo era explorado enquanto a elite comia, bebia e fazia festas quase que diariamente com o dinheiro do povo enquanto o povo mal tinha o que comer em suas casas e o pouco produzidos em suas terras eram confiscados por pela igreja, a dita cuja portadora da justiça e da verdade. Uma corja de vagabundos mal intencionados, tanto na política quanto na religião, vivendo á base de comer de graça ou exercer influência sobre outros. Muita coisa não mudou e tanto a política quando a religião é visto principalmente como meios de se alcançar o luxo enquanto deixa os outros no lixo. Duas ferramentas poderosas, usadas de forma errada por pessoas erradas.
A intenção dos que não se deixa seduzir por tais ilusões momentâneas foi aos poucos abrindo caminhos para dias melhores. Países mais desenvolvidos sofrem menos com esse tipo de exploração, pois há leis mais rigorosas para punir os que usam indevidamente o resultado do trabalho coletivo em benefício próprio. Em países subdesenvolvidos, infelizmente temos leis mais frouxas exatamente por que parte da “nata” são os primeiros a meter a mão no bolo, por isso precisam de leis que possam ser interpretadas para cada ocasião que se julgar necessário em favor deles, claro.
O modelo de agremiações cristãs, quase em toda sua totalidade, tem cometido a injustiça de cobrar impostos ao povo por serviços desnecessários, imaginários e ainda usar como pano de fundo o nome do sagrado. Deus, um ser imaterial com todas as qualidades estupefatas a ele atribuído, não precisa de nada material para continuar existindo. Um ser a qual se atribui absoluto amor incondicional, não precisa ser provocado com cheiro de carne queimada nem do dinheiro do pobre para ser estimulado a agir, desse modo ele seria como um amante viril que vende seus serviços a quem pagar mais. Um amor que é provocado a base de ofertas e sacrifícios não pode ser considerado amor. É apenas um toma-la-dá-cá. Um modelo de deus tosco, só pode produzir seguidores com defeito bifocal.
No brasil por exemplo, segundo pesquisas já feitas por vários órgãos competentes, conclui-se que um cidadão comum trabalha cerca de 5 meses por ano apenas para pagar impostos. IPVA, IPTU, ICMS, IOS, INSS, FGTS e tantos outros impostos inclusive os sindicais que para quase nada serve. São quase 3 dezenas de impostos diferentes que temos que pagar para manter funcionados serviços de saúde, educação, saneamento básico, segurança, moradia, construção de estradas etc. Tudo seria diferente se cada recurso fosse realmente aplicado onde se deve. Teríamos menos impostos e mais serviços. Um pedaço do paraíso eu diria. Como se não bastasse toda esse peso do governo em nossos ombros temos ainda as igrejas cristãs, com sua redundância, prolixidade e futilidade inventando outra carga tributária para os membros, gerando mais pressão psicológica e medo de punições quando o membro não for capaz de se adequar a tantas exigências. Em sua grande maioria os templos que a cada dia são abertos, a igreja do senhor, templo de deus vivo, casa da justiça do amor e da paz, ainda cobra oficialmente 10% de tudo que seus membros ganham sem prestar nenhum tipo de serviço social direto a população. Cobram por serviços imaginários, cujo valores serão destinados a um deus invisível e imaterial e cada liderança tem o livre direito de descrever tanto a imagem de deus, quanto o destino das doações para o propósito que melhor lhe for conveniente. Tudo é possível e permitido no campo do imaginário. Pra intimidar quem questiona, chame-o de Tomé e isso basta. Ser chamado de sem fé no meio do “povo de deus” é pior que ter AIDS. Todos irão se afastar de ti.
A única defesa que eles tem perante a sociedade como desculpa para tais cobranças é que a igreja precisa se manter, pois tira os jovens das drogas, e evita que os estado gaste mais com o número de delinquentes se “a mão de deus” não estivesse ali para abençoar o povo por intermédio da igreja. Desculpa estupida e esfarrapada, pois o número de pessoas que realmente estavam em situação de risco e foram de alguma forma resgatado pela igreja, é muito inferior ao que vários outros órgãos tem realizados sem nada cobrar do povo nem lhes embutir medo. Pesquise por si só, e verás que centenas de ONGs, tem mais proveito social que certas igrejas. Uma escola bem estruturada, uma polícia bem paga, hospitais funcionado de modo correto, e principalmente uma família que aprendeu desde cedo a impor limites e ensinar o respeito, tem um poder centenas de vezes maior de criar ordem social do que uma simples agremiação religiosa proclamando pra todo mundo que estão salvos e os demais talvez não. Se um culto religioso é capaz de manter um jovem livre das drogas e do mal, a música, a literatura, a arte, a dança, o teatro, a pescaria, a agricultura, o artesanato e a presença de amigos verdadeiros também o são. Nem por isso tudo que acabei de citar te cobram 10% pra fazer o que as igrejas fazem. Nem por isso outras entidades ocupacionais exigem fidelidade total, obediência cega, e submissão incondicional as lideranças e suas hierarquias. Somente nas igrejas as pessoas tem de pagar por serviços que em outros lugares seriam gratuitos e ainda por cima tem de jurar fidelidade, obediência, respeito, submissão e obrigatoriamente declarar que gosta de toda cadeia de comando dentro desses recintos mesmo não suportando a cara do carrasco. Santa paciência! É o único lugar no mundo que você é obrigado a gostar de quem te explora.
Se a cobrança de 10% do faturamento de qualquer pessoa, inclusive de crianças nesses recintos é desnecessárias, imagine tudo que irei descrever agora. É de deixar encolerizada qualquer pessoa que use a razão. Alguns líderes religiosos são cara de pau que pedem publicamente em rede nacional o trizimo, ou seja 30% do seu salário, alegando ser 10% para o pai, 10% para o filho e 10% para o espirito santo. Outros vão mais além e pedem o seu tudo. Dizem para as pessoas dar tudo, que deus vai dar em dobro, e usam propaganda falsa de pessoas que foram “abençoadas” fazendo isso para despertar no incauto a ganancia e fazer apostas como se estivessem em casas de jogos. Outras porém, não te pedem tanto de uma vez só, mas levando em conta o fracionamento constante de eventos realizados durante um ano e que todos eles exige dinheiro ou a soma de suas horas perdidas pra realizar tais eventos, você acaba pagando até mais caro que 30% ou que seu tudo, afinal, tempo é dinheiro, e as pessoas deixam de estar fazendo um curso, aprendendo coisas novas, fazendo realmente algo útil para si e sua família, para estarem de corpo presente, dezenas de vezes durante uma única semana, em eventos realizados pelas lideranças e seus aliados, no intuito de “servir ao senhor”. Mentira deslavada ou ilusão coletiva.
Veja a que tipo de fracionamento de tempo e dinheiro que habitualmente são solicitados em algumas igrejas tendo como pano de fundo a “obra do senhor”. Tudo isso, além dos 10, ou 30% já mencionados. Eles dizem não ser obrigatório, mas se você não “entrar no clima” você passa ser perseguido ou tratado de modo diferente entre os demais membros. Observe e faça as contas.
• Contribuição de dizimo. Como já disse, esse é oficial e adotado em mais de 95% dos modelos de igrejas cristãs
• Campanhas para compra de produtos básicos como o pão da santa ceia, água mineral, papel higiênico para a igreja e demais produtos de limpeza.
• Campanha para compra de aparelhos de som para a igreja matriz ou suas filiais.
• Campanha para paga aluguel, reformas, pinturas ou construção (desnecessária) de templos.
• Campanha para comprar presentes ou realizar festividades comemorativas em datas pessoais como aniversario de pastor, da esposa do pastor, do casamento do pastor, dos filhos do pastor, do puxa saco principal do pastor, de sua esposa e seus filhos, etc. Além das lideranças locais, ainda se pedem arrecadação para esse tipo de evento, dos líderes estaduais, regionais, ou nacionais. Diga-se de passagem que é o ritual mais bizarro e de atitudes hipócritas que alguém pode presenciar. É comum, em cada aniversario das lideranças principais que o líder seja presenteado com um lindo automóvel mesmo que ele já tenha um. Do mais simples ao mais luxuoso, cada um recebe o seu, pago com o dinheiro do povo, claro! Alguns são tão abençoados que a cada ano muda de carro. Coisa boa é servir a deus! É o que eles dizem...
• Campanha para comprar cortinas, bancos, cadeiras e demais apetrechos para a realização da liturgia.
• Gastos para compra de fardamentos de grupos e corais. Se você tem família por exemplo, algumas igrejas tem grupo de crianças, jovens, adolescentes, senhores e senhoras. Cada um com seu fardamento, cada um com seu kit musical, cada um competindo entre si pra ver quem mais agrada a deus com esses cânticos. Um pai de família que tem filhos em todas essas categorias, sofre com tantas despesas.
• Gastos de tempo e dinheiro para realização de eventos semanais, quinzenais, mensais, trimestrais, semestrais e anuais como culto de mocidade, criança, adolescente, senhores, senhoras, missão, terceira idade, casais etc. Nesse perfil ainda temos, aniversario de círculo de oração, aniversario de grupos de louvores, do templo sede, do templo dos povoados, aniversario das convenções municipais, estaduais, nacionais e transcontinentais e realizações de cruzadas de todos os níveis e todos os custos que se imaginar. Os membros que assumem alguns cargos nessas igrejas ficam estressados, e costumam ter estafa de tantos eventos simultaneamente que são obrigados a realizarem e não sobra tempo para si, sua família e sua carreira. Sacrificam tudo pelas lideranças e quando muda de líder, eles levam um pé na bunda, são esquecidos por tudo que fizeram na gestão anterior e agora vão gastar com tratamentos psicológicos e remédio para depressão. Bela recompensa de deus para estes! Sem falar que se você agradar a liderança 999 vezes e não agradar em apenas 1, toda sua carreira estar comprometida. São senhores do ego e não querem ter o mínimo de desapontamento. Só sentar e mandar!
• Gastos com Campanha de oração para cura de efenfermos, afugentar inimigos, encontrar amor, encontrar emprego, encontrar o gatinho perdido etc. O valor varia de acordo com o tamanho do voto, das pessoas envolvidas e do tempo em que se espera em que a causa seja resolvida. A coisa que eu mais queria ver, era uma campanha pra crente deixar de ser trouxa e tomar vergonha na cara!
• Gastos para compras de bugigangas ungidas como canetas, chaves, óleos, roupas intimas, vassouras, etc, etc, etc. Em uma análise pessoal, qualquer pessoa que usa o cérebro, sabe que em média o ano tem 53 semanas, e que cada semana eles inventam uma nova campanha para aquisição quase que forçada dessas bugigangas inúteis. Vale alertar, que uma simples caneta que é vendida por 50 centavos numa papelaria, nessas igrejas será vendida por 50 reais. O simples fato de um obreiro dessas igrejas comprar uma caixa de caneta numa papelaria, atravessar a rua e trazer para dentro de uma igreja, aumenta entre 100 e 500 vezes o valor do objeto. O produto sofre uma inflação de mais 10.000% em poucos minutos, sem que o mercado de modo geral sofresse condições econômicas, de transportes, climáticas ou tivesse escassez do produto. Tudo é mágico e estrondoso no mercado da fé. Inclusive a cara de pau de quem vende e a estupidez de quem compra tais objetos julgando estar fazendo um favor a deus ou a si próprio. Vale lembrar, que coisas que iam para o lixo como restos de construção e aterro, também são vendidas por quantias fabulosas nesse lugares. Faço uma previsão pessoal, que não custa muito para que excrementos, fios de cabelos, pedaços de unhas e pele morta no travesseiro das lideranças passem a ser comercializada em breve por um preço exorbitante. Nesse dia, será possível vender no templo central 200 quilos de fezes ungidas de uma única pessoa produzida num único dia. Não me pergunte como, use sua fé, seu ateu incrédulo! Mais difícil é fazer surgir bilhões de galáxia em apenas 1 dia. Fazer um “ungido” produzir 200 quilos de merda santa em apenas 1 dia para ser comercializada é fichinha para quem usa a fé!
Sei que a enumeração das cobranças, explorações e abusos em nome da fé não param por ai. A depender do rito litúrgico e do ministério “apostólico” isso vai muito além. Cada um quando ler esse texto, pode enumerar e completar mentalmente a lista de tais abusos e cobranças, principalmente que já passou por isso.
Eu poderia citar os investimentos com campanhas para alimentos, agasalhos e coisas realmente uteis também, mas não o fiz por que as igrejas que realmente usam mais de 20% do seu faturamento para esse propósito foge ás regras e dar pra contar nas pontas dos dedos todas elas. Que existe, existe, mas você terá dificuldade em encontrá-las. A propósito, elas não tem como base principal de sua existência, adoração a nenhum ser metafisico e sim a causas humanitárias apesar de seus membros também se intitularem cristãos. A grande maioria das agremiações cristãs usam menos que 0,5% dos seus recursos para fins realmente uteis a sociedade ou pelo menos aos próprios membros. Grande parte dos recursos são para construir a imagem ou a finança dos líderes.
O município, o estado e a federação te cobram impostos e apesar dos pesares te prestam algum serviços. Os impostos cobrados nas igrejas, beneficiam a quem exatamente? Olhe ao redor e tire suas conclusões. A média do cachê cobrado entre os ungidos e cantores gospel variam entre 3 a 80 mil reais por evento de até 2 horas. Celebridades gospel internacionais chegam a custar até 250 mil reais por poucos minutos de espetáculo vazio e autoidolatria. Em troca de que? Que benefício traz ao povo? O que o povo ganha com isso? O que a sociedade como um todo ganha com um evento desse? Nada! Só favorece aos organizadores dos eventos e todos que “comem pelas beiradas”.
É justo um líder religioso construir fortunas milionárias em cima da pregação de um evangelho que eles dizem ser gratuito? Alguns dirão que ficaram milionários vendendo livros, cds, e revistas. Eu pergunto: Qual era o conteúdo de tais recursos midiáticos? Eram sobre pescaria? Mundo animal? Criação de minhocas na lua? Não!!!!!! Era sobre a ideia do divino, ou pelo menos daquilo que o grupo local considera como sagrado! Foi pela promoção da imagem do evangelho que tal líder milionário se promoveu. Se não fosse a bíblia, e a crença nos ritos litúrgicos de que modo este líder religioso teria conseguido tal fortuna? Desse modo, eles não ficaram ricos por méritos próprios, mas pela venda de produtos baseados na crença coletiva. As pessoas que realmente querem fazer o bem não estão preocupados com fortuna ou promoção pessoal. A fama e o sucesso será a causa e não a meta principal de tal pessoa. Além disso, essas pessoas não vestem as roupas da fama e do sucesso, apenas se usam delas quando necessário. Não usam também a ideia do sagrado como promoção própria. Só gente pobre, medíocre e mal intencionada, usam uma ferramenta tão poderosa para fins tão mesquinhos.
Lugar de Abuso, alienação, dependência física, dependência emocional, medo, submissão, obediência cega, hipocrisia e segregação social. É nisso que tem se tornado a “casa de deus”. Tudo estar errado! A ideia do divino foi corrompida! Os valores foram invertidos e local tido como sagrado não passa de um lugar de profanação a nossa espécie. Humanos explorando humanos. Lideranças explorando liderados. Membros explorando e policiando outros membros. O objetivo principal é chegar ao topo para tirar o prejuízo, e de presa passar a ser predador. Tudo poderia ser diferente...
No ponto 5 das cobranças enumeradas que citei acima por exemplo, tal feitio é sempre realizado por aqueles que desejam subir de nível na hierarquia, por isso, fazem todo tipo de campanha para presentear e bajular seus líderes e assim mudar de nível. Ainda há modelos de igrejas em que alguém sobe de nível pelo mérito, cursos e estudos aprofundados desde que se submeta pelo menos ao estatuto da igreja. As demais, o modo de subir de nível é bajulando as lideranças e ensinando os membros a fazerem o mesmo. Arrume suas ovelhinhas, ensinem elas a dizer “chefinho, te amamos”, traga seu superior para ouvir essa cantoria e pronto! Na próxima conversão um óleo magico será derramado sobre sua cabeça, você ganha poderes especiais e já tem permissão para ser um arrogante diplomado e expandir seu território. Simples assim!
O modelo católico de cristianismo não fica para traz. Duvido que a igreja tenha registro total da quantidade de santos canonizados nos últimos dois mil anos. Quanto mais tornar o banal em objetos de adoração melhor. Cada novo santo proclamado, gera um mercado de mídia a ser vendida, lucros com turismos e peregrinações, cobranças para constatar milagres e tudo mais que esse campo fértil se permite. O pessoal que anda atrás de imagens e aparições, enxergam a imagem do cristo e de sua virgem mãe em tudo: num pão torrado, numa maçã podre, num vidro embaçado de uma janela e até no fio-o-fó de um cachorro. Santa paciência! Só não enxergam o quanto estão sendo manipulados.
Deixamos a idade da pedra, do ferro, do bronze, do ouro...nossa maior conquista quem sabe seja deixar a idade das religiões. Quanto até esse tempo? Não sei! Pra mim já começou! Para cada um dos que usam o raciocínio para tentar entender o mundo ao seu redor e sair do pensamento de rebanho, essa era também já começou! Bem-vindo ao século... (?). Você entendeu!
Não intento ser o líder de pessoas revoltadas sem causa e sem direção, mas intento trazer de volta a tantos quanto seja possível a capacidade de raciocinar. Sei que isso já tem acontecido e sei que qualquer pessoa que se dispõe a fazer o mesmo também tem alcançado, ainda que em minúscula escala tais resultados. Toda mudança social requer desafios. O desafio de pensar por si só é o maior medo que todos, cedo ou tarde teremos de enfrentar. Podemos crescer ou voltar pra o colinho da mamãe (igreja) onde estaremos acalentados em nossos sonhos. Melhor viver apenas 1 dia em toda sua vida como cidadão livre, do que viver 100 anos como zumbi. Pensem nisso!
Saúde a todos!
Texto escrito em 13/5/17
*Antônio F. Bispo é Bacharel em Teologia, Estudante de Religião em Filosofia e Capelão Ev. Sem vínculo com denominações religiosas desde 2013.