CAMINHANDO NA CHUVA

Caminhando pelas ruas de Londres num dia chuvoso sob um guarda chuva minúsculo aqueles made in China, me senti um Gene Kelly cantando na chuva. Era uma noite chuvosa sai para por meus pensamentos em dia devido algumas questões pessoais que teriam de ser resolvidos no dia seguinte. Caminhei, caminhei, olhei vitrines, chutei possas de água, enfim caminhei.

Passava-me na cabeça cenas do filme e eu a pensar em me desafiar e repetir as cenas de Gene Kelly resolvi encarar a chuva de frente, quem sabe este banho de chuva não seria a solução para meus problemas? Quando garoto gostava de cair na chuva banhar-se daquela água que caia do céu, era uma sensação estranha, mas ao mesmo tempo reconfortante. Eu viajava para mundos distantes nunca imagináveis e nunca alcançados, somente em minha mente, em meu interior ele existia totalmente mágico. E agora me encontro em uma situação semelhante, quem sabe me ponho a dançar na chuva, viajar e chegar a algum lugar.

Mas o rosto dela não me sai da cabeça. Seu olhar penetrante, seus olhos cor de mel, seu cabelo esvoaçante, seus lábios carnudos, seus beijos calientes, seu abraço aconchegante que ora me faz deixar louco em te procurar até o infinito. Onde estarás neste momento, não sentes compaixão deste infeliz sonhador que padece de amor por ti desde nosso primeiro encontro? A chuva continua a cair em meu corpo totalmente molhado, vejo uma luz no fim do túnel, mas qual a direção a tomar? Entro neste túnel escuro a procura da saída ou me sento a esperar o trem passar? Tua lembrança lateja minha mente de tanto em ti pensar e te procurar. As águas apagaram seus rastros e eu feito uma barata tonta sem rumo a seguir. Minha musa, minha diva para onde fostes sem me avisar? Quisestes que aqui eu ficasse a sofrer por amor incontido? Fazer-me parecer uma criança a procura de um colo, de um afago? Não, decidi continuar meu caminho de volta nesta chuva extasiante. Vou visitar o templo de Eros, conversar com Afrodite, rogar sua interferência para que nos encontremos em qualquer lugar e assim, dar continuidade ao que interrompemos naquele fatídico dia que me abandonastes.

Valmir Vilmar de Sousa (Veve) 06/05/17

valmir de sousa
Enviado por valmir de sousa em 10/05/2017
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