Ator sem ofício

De uma forma bem engraçada, os corpos desajeitados e nada sabidos do que acontece, tentam pelos movimentos de articulações encontrar-se em dança, seja ela expandida ou minuciosa. E se há dança por corpos que em suas poucas referências criam um ritmo para entrar em conformidade com a melodia que influencia um a um, mesmo assim, esses corpos ainda soam inspiração e anseiam por experimentações em divertimento e não em ofício do artista. Além disso, todos buscam alienar-se a alguém que mesmo perdido, atenta-se ao norte do instrutor que apresenta uma forma diferente de como e o que é preparar o seu corpo como instrumento de não trabalho, já que é uma oficina para fins de desinibir, atentar e ainda cuidar do corpo como um todo: saúde física, mental e social.

Estes não atores, que por consciência acabam reconhecendo o que realmente é ser ator e ter como ofício, são ainda mais loucos e despreocupados que por um lado é bom, pois se jogam sem medo em cena e além de divertir eles mesmos, sentem de uma forma mais leve a obrigação de entreter o público ali presente, já que não há repetição de ensaio e nem espetáculo, o improviso lhes cai bem!

Em roda, com todos presentes e cansados dos exercícios de teatro os quais são baseados na Viola Spolin, dá-se o fim do experimento! Em processo final, trabalharam o lado ator para construir cenas em espaço não convencional o que resultou em boas criações, que deveriam ser mais trabalhadas e embasadas se fosse para ter um produto final. Entendo que para estes não atores, essa oficina lhes serviu como uma largada de encorajamento para apreciações e novas experimentações na Vida Arte.

Desejo-lhes merda!

OBS: Texto desenvolvido durante uma oficina de teatro em observação aos não atores.