Quadros de angústia
"Suas mãos eram perfeitas,os seus olhos,mais brilhantes que o próprio dia, eu, por toda a Itália, foto mais perfeita ,procurava. E tinha, mas não se parecia em nada com o que eu tinha em mim."
"Cruzei-lhe o olhar e como de todas as vezes e de tudo relutou-me; fui bem mais pertinho, e o cheiro de seus cabelos trazia-me a paz de um justo Rei e a energia dos seus olhos, fazia em um segundo, uma nação inteira suspirar...
Mero engano meu,pensava até lhe conhecer, mas só tínhamos nos visto por aí..."
Parado na sacada apenas sentia o silêncio da tarde. O sol invadia a sala e o céu azul brilhava no longínquo verde dos seus olhos guardados na lembrança. A musica dançante e o barulho do bate estaca já dava o sinal que a noite chegaria logo. E uma taça de vinho combinava com alguns traços bem meus. O perfume que invadia a imaginação era o algoz imortal daquele agosto, mesmo sem ti ver estava dentro de todas as coisas por ali.
Eu lhe escrevia a pobreza dos meus melhores versos;
você nua, corria pela sala e sumia pelos corredores das noites, em que nos tornamos ninguém.
Eu feito um Dante, pintava em quadros a nossa angústia, feito jarros quebrados e colados com sal, envolvidos nos nossos melhores papéis.