OS MAIS FELIZES...



OS MAIS FELIZES

As criaturas mais felizes, não são aquelas que têm tudo o que você deseja ter e não tem.
São aquelas que na janta só tomam sopa, por escassez financeira e dizem convictamente, como o grande escritor e educador Rubem Alves dizia que: “Sopa é a melhor comida do mundo, e a comeria com gosto a vida toda”; acho que até por isso setorizou dentro de um restaurante que montou em Campinas-SP, uma - casa de sopas.

Essas mesmas pessoas, adquiriram também o hábito e a técnica de fazer saladas, as melhores saladas com algumas sobras e pedaços de vegetais. Enfim elas sempre procuraram fazer e ver o melhor que lhes chega às mãos. E não é por que viram isso em programa de televisão... Os turnos no trabalho do casal, não lhes fornece tempo para isso. É mesmo por pura necessidade, de pais para filhos e de avós para netos.

Meu velho pai que era sapateiro e celeiro ensinou-me “uma lei de sobrevivência”: quando em casa não havia quase nada para comer
[ não havia geladeira, nem televisão, nem sofás, o aparelho de mais luxo era um fogão a gás] que mamãe ganhou do filho mais velho - que está hoje com 89 anos. Papai, se em casa tivesse um ou dois ovos, um pouco de farinha de milho, gordura [banha] e sal, alguns pedaços de queijo duro, não sei como... ele fazia bolinhos! Salada, ele fazia de qualquer hortaliça, da pequena horta do quintal. Se por acaso tivesse entrado algum dinheiro da sapataria, ele comprava alguns mantimentos e fazia sua sopa de macarrão no caldo de feijão [com pedacinhos de carne ou linguiça e batatas] e era uma delicia. Papai gostava muito de cozinhar, e nisso aprendi a me virar também.

E ao longo do caminho, nunca me achei menos que ninguém, nem um derrotado crônico sem possibilidades de vencer na vida. Ele mesmo dizia: “O sol nasce para todos, para ricos e para pobres”, e... “A honestidade e a verdade é o carro-chefe da vida, quem tem esses atributos nunca ficará sem guarida”.

Sem nenhuma pretensão de auferir lições disfarçadas em ditames - a felicidade, geralmente é procurada além-mares, enquanto a perdemos dentro de nós e em nossos lares. Isto quer dizer simplesmente que sempre pomos nossa pretensa felicidade naquilo que não somos e nunca a pomos no que somos e onde estamos.

Quando temos algo, não lhe damos valor; esse algo pode reluzir para outro e cobiçamos o que está fora de nós, e só daremos valor ao que temos se o perdermos. É um pensamento drástico, mas reflete de modo imediato, o tamanho da felicidade que temos e não a vemos: imagine-se perdendo tudo o que você possui até agora: bens e pessoas que ama.
Há cegos que não querem ver, preferindo se lastimar, contribuindo para um mundo de lamúrias e mais triste. E lamentos não acrescentam um miligrama de simpatia por você. Para estes, parece que só a vida com seus desenlaces conseguem abrir-lhes os olhos, sobre as cinzas do que tinham e perderam.

Escrevi certa vez em uma coletânea de pensamentos que: a felicidade é respirar na superfície. Realmente, se estivermos por circunstâncias várias, no fundo de um abismo ou de um carro que caiu em água profunda e escura, só vamos respirar ao atingir a superfície onde se descortina o planalto ou a margem, e só aí sorrirmos gratos e aliviados.
Em situações mais amenas, a Felicidade é feita de doces e voláteis momentos. Daí o comum ao dizer-se “colecionar os bons momentos, os doces momentos”, para que existam no maior número possível, como em um álbum de figuras.

Felicidade é cultivar como flores os bons sentimentos. Ter um grande amor por alguém, fazer amigos, ter perseverança e fé na existência do Bem. Tome como uma Graça “de graça”, o presente de Deus repleto de seres maravilhosos que você ama e que amam a você também. Veja nisto tudo momentos continuados de felicidade, aceitando as dádivas que lhe chegam. Goste da Vida como dom, e de sua vida pessoal, e do espaço que você ocupa no mundo como ser único, ímpar, sem igual.

Todos nós passamos por situações as quais imaginamos que entramos em um túnel sem saída, mas senti-me gratificado por possuir a atitude mental da razão positiva - nos piores momentos da vida - mas que me vieram na medida certa. Como uma luz na escuridão, uma forte corda como auxiliar para sair do abismo. Ao sair à superfície senti-me mais habilitado ao enfrentamento das armadilhas e com abençoado direito de receber sempre mais força para vencer.

Se não tenho tudo o que quis, dou graças e amo tudo o que tenho: amor, amizades, filhos e netos, fé no Eterno Pai e Sua distribuição dos Talentos [Parábola de Jesus] que se me torna o suficiente para a Felicidade humana tão limitada pelo Tempo.

 
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 18/04/2017
Reeditado em 18/04/2017
Código do texto: T5973818
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