TEMPO DE AMAR
Quando é tempo de amar? Uma pergunta pertinente que ronda nossas vidas. A palavra amar consiste de vários sinônimos e cada um toma para si o que melhor encaixa em sua vida. Seja um benquerer, um prezar, um estimar, um gostar ou um apreciar. Pode também representar um apaixonar, um adorar, um cultuar, um idolatrar ou mesmo um venerar. O rumo de nossas vidas, somos nós que determinamos, porém sem amor a si próprio se torna difícil galgarmos algum degrau desta escada da vida. O verbo amar deve ser conjugado diariamente, pois só desta forma é que nos sentiremos felizes. O amor próprio deve estar em primeiro lugar, afinal como vamos amar o outro se falta amor para conosco? Amar a vida, amar nossa família, amar a natureza, amar nosso trabalho, amar nosso inimigo. O que amar nosso inimigo, eu escrevi isto? Devo estar equivocado. Como posso amar um ser que me prejudicou? Que me traiu tal qual o Judas? É impossível isto acontecer. Será mesmo impossível? Vamos ver as possibilidades. Eu posso apreciar a capacidade intelectual, profissional do meu desafeto, no entanto não preciso comungar de suas atitudes da qual discordo. Devemos entender que para ele tal atitude tomada foi a mais correta, mesmo nos prejudicando, pois o que é correto para mim pode ser incorreto para outrem e vice versa. Isto é compaixão, praticar a alteridade para com o outro. A tolerância também é uma forma de amar. Devemos fazer ao outro o que desejamos a nós. É importante sairmos da zona de conforto e enfrentar as diversidades que ronda a nossa caminhada, aliás, ela faz parte do contexto geral. Quem pensa idêntico ao outro, somente transmite o que ele vê e o que ele ouve. A diversidade de ideias é salutar para o nosso aprendizado, desta forma crescemos trocando experiências com o diferente. No decorrer da história apareceram seres especiais convictos de que o amor está acima de qualquer barreira. Os melindres não fizeram parte de seus vocabulários, pois a paciência, a compreensão e a solidariedade caminhavam juntas em suas vidas. Dentre estes que por aqui passaram destaca-se Jesus Cristo. Vivendo em uma época onde a sociedade, políticos, religiosos e cidadãos comuns viviam uma decadência moral e ética, o judaísmo pregava um Deus vingativo, a lei do olho por olho, dente por dente, este ser, vem com uma nova proposta de vida baseada no amor, na confiança, no perdão. Apresenta um Deus bondoso, caridoso que compreende e perdoa seus rebentos dando-lhes oportunidades mil para se reconciliar, se regenerar, ama a todos sem restrições. Com esta atitude e sapiência ele foi condenado por seus algozes sob o patrocínio da sociedade em geral, pois preferiram a soltura de um Barrabás em detrimento de sua pessoa. O momento atual é passível de uma profunda reflexão, afinal quantos Barrabás ainda iremos soltar até atingirmos a merecida paz universal? Paz interior para que possamos disseminar o amor a nós e aos outros? Comumente criticamos a atitude do outro sem olharmos para dentro de nós, pois esta crítica nada mais é do que a nossa imagem refletindo no espelho do criticado. Somos a nós que a crítica está sendo direcionada, no entanto é mais fácil espelhar-se no próximo. Devemos estar atentos a esta prática comum, ver nossos defeitos no outro, assim sendo, nos “isentamos de qualquer responsabilidade” de possíveis mudanças que se fazem necessárias. Ainda há tempo de amar, se amar, ser feliz e termos uma vida saudável livre de preocupações, de preconceitos. A vida nos foi ofertada para vivenciarmos da melhor maneira possível. Os demônios dentro de nós são criações nossas, se assim o são, temos a capacidade e o dever de exterminá-los de nossas vidas. “A nossa mente jamais deve ser sua morada, fechamos as portas evitando sua entrada, pois lá existe um belo jardim florido de rosas e jasmim que deve ser regado diariamente com bons pensamentos, boas ações e semeado com muito amor.” O escarnio é necessário, mas ai daquele que o promover”, esta frase bíblica sempre atual deve servir de parâmetro para todos nós viventes. Até onde chega a nossa compreensão perante este dito bíblico? A mudança se faz necessário, porém a responsabilidade é de cada um diante desta mudança, com isto devemos refletir a exaustão nossos comportamentos, nossas decisões tomadas, nossos caminhos percorridos até aqui. O que faremos a partir de agora, o que é melhor para mim e para o próximo, estamos harmonizados com a natureza, com Deus e comigo mesmo? Sinto-me amado? Tenho a capacidade de amar o outro? Independente de convicções religiosas, políticas, filosóficas, o AMOR deve prevalecer. Então vamos à luta, ainda há TEMPO DE AMAR.
Valmir Vilmar de Sousa (Veve) 07/04/17