Pela tarde

Já pela tarde

tomara conta dos espaços da sala;

a cama bagunçada no chão,

e os poemas que lhe escrevi,

jogados por ali.

Agora, a alma vazia,

dentro daquele silêncio maldito;

a música calma, mais violão do que voz,

era o que preenchia

a cor daqueles cômodos,

e dureza dos sonhos,

que em mim faz moradia;

porque mundo ficastes?

e essas palavras?

depois de tanto,

me pego, em seus lugares,

escrevendo paixão.

Seu olhar faltoso,

o cheiro bom de seu perfume,

em minhas tardes vazias;

eu busco sentido,

em meio ao eco e as pausas,

de minha própria voz.

A feição de seu rosto,

me vem,

em forma de ilusão;

vontade de ficar nesta tarde,

repousar em teu colo,

andar pela cidade,

um pouco mais;

de que serve viver,

sem o agraciar se da lembrança?

sonhar é reinventar os silêncios,

ainda que tarde, pela tarde.

(Emiliano Emilio)

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 19/03/2017
Reeditado em 19/03/2017
Código do texto: T5946041
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