M.1

Já haviam se passado alguns anos, mas as coisas dentro de mim continuavam iguais.

Eu sentia saudade pelo menos 4 dias por semana.

No inicio, entrava em contato sempre que a saudade vinha. Com o tempo, essas ações impensadas de um coração sem razão, foram diminuindo.

A sensação que eu tinha era de que ele viria até mim a qualquer momento, como se eu fosse chegar em casa e encontrar com ele lá, sentado no meu sofá, com a almofada no meio das pernas como ele sempre fazia. Isso, nunca aconteceu.

Eu andava pelas ruas olhando em todos os rostos, procurando encontrar os olhos dele em algum, o que ia fazer meu coração disparar, minhas pernas amolecerem, um sorriso estampar meu rosto e sei lá mais o que. Mas isso, também nunca aconteceu.

Com o tempo, passamos a nos encontrar esporadicamente em alguns lugares. Em todas essas ocasiões, acabavamos juntos, aos beijos e abraços, um querendo saber sobre como anda a vida do outro.

Isso, bastava para que eu me sentisse mal por uma semana ou mais. Aquela sensação de ter feito algo errado, de ter sido usado, de usá-lo para acabar com aquela sensação de falta que ele mesmo deixou.

Era horrível. Até a gente se ver outra vez e aquela sensação gostosa invadir meu coração por mais algumas horas.

Os nossos amigos diziam "Voltem logo, vocês se amam", mas não, eu sabia que ele não me amava.

Hoje em dia, sinto falta dele uma vez a cada 2 meses e isso ainda acaba comigo.

Fico imaginando se ele sente isso também, mas algo me diz que não. Que ele sequer pensa em mim.

Já eu, penso nele todas as vezes em que falo de amor. É pensar nessa palavra pra o corpo dele inteirinho se materializar na minha frente.

Ontem mesmo, senti uma saudade. Fiquei pensando que ele poderia me ligar, mas isso... Isso também não aconteceu.

Bruno H Moraes
Enviado por Bruno H Moraes em 17/03/2017
Código do texto: T5944040
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