Sem ter o que escrever (um desabafo)
Quando um poeta fica sem inspiração, embora haja situações inspiradoras ao seu redor, parece que as palavras fogem de sua mente. Nada combina, nada rima, nada liga, um caos! Os versos não parecem lógicos, beira o desespero, mas a vontade de escrever é tanta que ele se arrisca na prosa, um ambiente que ele não domina bem, é um terreno perigoso este da prosa: colocação de vírgulas (fatalmente este texto não deve estar bom), coesão e coerência, ordem de frases, colocação de ponto final enfim estes detalhes que fazem toda diferença na prosa.
Já não escrevo um poema digno de ser chamado bom há quase um mês. Ano passado foram tantos, era de piscar os olhos e uma ideia boa vinha e se concretizava em versos, agora este ano está diferente. Devo confessar que até vem ideia, mas pra escrever na forma de prosa faz desanimar, pois leva tempo, exige cuidados e na minha rotina de serviço não tem sido possível. Podem até dizer que estou acomodado com poesia e que deveria tentar a prosa. Confesso que sim, mas não tenho tanto tempo e escrever de pouquinho em pouquinho não me anima. Socorro! Escritor em crise! O jeito é esperar, mas se o negócio apertar tento um romance de quinhentas páginas pro desespero de quem me acompanha ou me lê quase nunca.
12 de março de 2017