A LENDA DA CAVERNA
A lenda da Caverna de Platão me reporta aos fieis que creem nas suas religiões pela tradição, como aqueles que viviam no interior dela de geração em geração, fixados na escuridão seu habitat, sem enxergar pra fora pela claridade da luz externa, e que mal ilumina o seu interior. O fogo que os aqueciam e preparavam suas comidas também projetavam na parede da caverna as suas próprias imagens, fazendo-os terem uma Idea tosca, das suas próprias naturezas. E por essa escuridão não ser possível enxergar o que se passa com os outros, e, consequentemente, com sigo mesmo, acreditavam nas sombras humanas como sendo seus semelhantes e naquilo que lhes transmitiam, sem prova, sem conhecimento, sem contestação. Eis que quando se cria coragem suficiente pra sair da caverna, se defrontam em outra realidade, quais sejam as dos fenômenos que implicavam em a sua própria imagem. É o seu ego perante as suas tentações vivenciadas pela liberdade. Começam a entender a sua própria pessoa, não mais como um mito, mas como indivíduos possuidores de um espirito pré-existente e que é eterno, identificando o seu Ser espiritual como imortal. Requer um aperfeiçoamento até que atinja a perfeição no seu Criador. Enxerga que sua consistência espiritual adquiriu a experiência estagiando no reino mineral, passando pelo vegetal, vivenciando no animal e progredido no hominal. Através da razão conhece a si mesmo, crê no seu aperfeiçoamento além da matéria que é finita, e, como imortal necessita ser purificado pelo ar, pela água, pelo fogo, para deixar de ser matéria, e passar a ser espirito e viver num plano metafísico. Sua religião já não é mais a do vernáculo, mas aquela que o transforma em um ser pensante, que utiliza a ciência e a física para desvendar o fenômeno incutido na sua própria Fé. Essa Fé é o resultado da sua própria vivencia não mais da ignorância, mas da inteligência que o governa na estrada da perfeição. O verbo é o seu mote na perquirição da verdade.
José Francisco Ferraz Luz