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**** SENHA ****


Ai de mim que em tudo vejo poesia.
Por séculos de lua fria quantas vezes me perdi pelos corredores do tempo...
Ai a mulher que sou como pássaros numa caixa sofrida e sofrentes, áridas.
Ai de mim que da poesia faço a minha senha secreta mesmo que amarga
.
Ai de mim que de uma gota já invento a tempestade.
Acompanho em sussurro meu desamparo meus mistérios e enigmas, minha fragilidade, perguntas que vem de todos os lados.
Ai de mim quando as palavras ferem porque quando digo noite a noite se instala imensa.
Sigo minhas bagagens por séculos de lua fria.
Quantas vezes me perdi nos corredores do tempo...
Busco lindamente minha nealogia para se perguntar: eu já estava escrita na trilha dos meus olhos tristes?
Jogo-me femininamente nessa cadeia silenciosa de mulheres com suas pequenas vidas frágeis como teias cerzidas.
Ai de mim que da vida não quero pouco
Que da vida quero tudo

A casca e o sumo

A água e a areia.


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ADRIANA CARLA
Enviado por ADRIANA CARLA em 04/08/2007
Reeditado em 01/09/2007
Código do texto: T593054
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