I-
A dúvida faz o ser crescer
O obriga a olhar seus medos
E duas respostas, entender,
De uma questão, conceito...
E para que isto seja possível
É preciso coragem... Depois
Poder escolher firme um nível,
Decidir o rumo entre os dois...
Por isto um sim, será o sim...
E o não haverá que ser o não,
Para o caminho ser mantido...
Sem olhar para trás, enfim,
Para que a culpa no coração
Não interfira no consentido...
II-
Não interfira no consentido,
Porque o remorso é mudo...
Para que isto seja definido
A sua ação deve ser surda...
Ação, seu fruto é o trabalho.
Sendo nobre reflexo do bem,
Labor é ação compartilhada
No amor, se recebido, o tens...
Para haver ações de amor
Há que persistir os sonhos,
Ter esperança, perseverança...
O entusiasmo é um motor
Não importa idade, tamanho
Realça nos homens a criança...
III-
Realça nos homens a criança...
O amor... Sonhos, o desejo
Merece se o esforço alcança...
Mas há que ter pacto, acerto...
Para isto se tornar possível
Haverá que se proteger a vida
Este milagre presente, sensível
Transforma a natureza, ativa...
Na terra germina a semente,
Esta se transforma em trigo,
O trigo se transforma em pão...
Em toda instância, ser gente...
Ter e dar amor, apoio, abrigo.
Compartilhar, sem ter solidão...
IV-
Compartilhar, sem ter solidão
Ter a companhia de homens
E mulheres que duvidam... Ação
Que adiciona vidas, tem nome...
É desejo e paixão, entusiasmo...
Daquele que vive, dia-a-dia,
A bênção do ceticismo, espaço
De lutas e vitórias, alegorias...
Amor, sonho, desejo são mais
Agentes num trabalho pessoal,
Ajudam na busca da felicidade.
A dúvida torna o ser tão sagaz
Soma na descoberta, sem mal:
Crer ou duvidar não é lealdade...
V- MEDIDA CAUTELAR
Crer ou duvidar não é lealdade...
Luta do rochedo com o mar,
Duvidar decide a sua verdade
Evoca a fúria para continuar...
Sentir céu e terra, entender
Ação da natureza, emoção
Ver conjugar, beleza e ser...
Amar e viver com_paixão...
Nada mais terno, e animado,
Que tantos sonhos a aquecer
Toda essa mágica e duvidar...
A motivação vem forte ritmada,
O coração não deixa arrefecer,
A dúvida é medida cautelar...
VI- DUVIDAR PARA CRESCER
A dúvida é medida cautelar...
Agrega regras, domina, ver...
Sem convites ou acertos atar.
Energia, não se deixa vencer.
O sentimento, não se queixa
Passa a sua cadeia racional
Um sentido, a primeira deixa...
Dúvida como estado mental.
Sem ser fanático ouse duvidar
Sendo cético, ouse conhecer
Conhecendo, viva, apreenda...
Súbito se sentir firme, avaliar
Decidir, apreciar e converter,
Entusiasmo é vida, entenda...
VII-
Entusiasmo é vida entenda,
É motor em uma seqüência
Este caminho não é lenda
É parte de sua consciência...
A dúvida vem antes, lembre...
Depois vem a ação motivada
Apoiada no sonho a semente
Do desejo, prazer esperado.
Vivendo esta glória cada dia,
Não faltarão os elementos
Para crescer e amadurecer...
Aliança, amor estarão na via,
De conquistas e aviamentos...
A dúvida faz o ser crescer
Poema inédito!
COROA DE SONETOS: “SONETO VII”
*Núcleo Temático Filosófico
Ibernise Maria M. Silva. Indiara (GO), 04.08.2007.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998
TEORIA LITERÁRIA DO RECANTO DAS LETRAS:
“A coroa de sonetos nasceu com apenas 7 sonetos, feita por Afonso Felix de Souza, em tradução de soneto de John Donne, utilizados como prólogo aos "Holly Sonnets". E foi assim que foi colocado o verbete na "Encyclopedia of Poetry and Poetics": um conjunto de sete sonetos, apenas, entrelaçados, onde o último verso de um soneto é o primeiro do soneto seguinte, sendo o último verso do sétimo o primeiro verso do primeiro soneto. Mas assim sendo vista, a coroa estava incompleta... Edmir Domingues, a respeito, disse: "Na verdadeira coroa de sonetos há catorze sonetos interligados, onde o verso que fecha o primeiro começa o segundo, o que fecha o segundo começa o terceiro, e assim por diante, sendo o último verso do décimo quarto soneto o primeiro verso do primeiro soneto. E o décimo quinto soneto é a coroa, a coroa verdadeira, porque é composta dos catorze versos que começaram e terminaram os outros, sendo o primeiro verso da coroa o que terminou o primeiro soneto da série e o fecho o verso que a começou."” Paulo Camelo Publicado no Recanto das Letras em 20/08/2005 .Código do texto: T43862