A VIDA DIGNA QUE MERECE SER VIVIDA

O que é, na sua simples verdade, não tem necessidade de provar alguma coisa para poder ser, pois não tem sentido forçar a revelação do que por si só, na sua espontaneidade, reverbera sua essência pelo mundo afora; sem precisar, por conta disso, de nada mais do que de sua singular presença.

Mas aquele que, por alguma razão, diz ser algo que não é, ou pretende ser algo que nunca pode ser, dificilmente pode ser considerado como tal. Pois é de uma falsa consciência de si mesmo que faz surgir as terríveis mentiras e as ofuscantes trapassas, impregnantes sujeiras que ocultam o caminho da luz para aquele que perdeu há muito tempo o que há de mais precioso na vida.

O caminho da luz, a vereda que é descortinada pela graça de Deus, só está reservado para aquele que decidiu viver com a consciência de que nada pode comprar a sua integridade e caráter, muito menos todos os seus sonhos por uma vida mais digna, pois não permitiu se deixar levar por ofertas tão baratas e nem mesmo por apelos tão mesquinhos!

Como uma flor que se abre no tempo certo para sua floração, a vida só pode florescer se houver nela tanta luz quanto necessária para indicar o sentido de seu existir; pois até mesmo aqueles que florescem nas trevas, são beneficiadas pela luz que a natureza irradia em seu íntimo a fim de dar vigor e coragem; vivem na busca incessante de que algum dia chegarão aos cumes dos seus objetivos.

Uma vida digna merece ser vivida com toda a força de seu existir, mesmo que para isso devemos enfrentar as tempestades, as mentiras e todas as armadilhas que armam para nos fazer pessoas mais conformistas e obedientes a algo que nunca irá nos levar para lugar algum.

A única obediência digna é aquela que nunca nos desampara quando precisamos de seu socorro em momentos em que a nossa fé nos eleva acima dos rochedos inquebrantáveis e das montanhas íngremes. O oceano é vasto e insondável, por isso ninguém o decifra, principalmente quando se busca trazer a tona o inaudito, ou ainda, aqueles enigmas que nele está oculto e enterrado. É assim aquele que se alimenta do mistério: apenas uma alma contemplativa e que fica exultante com o que nunca pode ser decifrado! Pois as verdades mais singelas estarão inacessíveis especialmente para aqueles que sempre acharam que podem explicar tudo. Não esgotar as possibilidades é ainda continuar num processo de abertura para o que há de mais sublime e sagrado na vida.