ONDE ESTIVER O SEU CORAÇÃO, ALI ESTARÁ O SEU TESOURO

O caminho do sucesso parece tão obscuro, às vezes. Mas, o que se pode chamar de sucesso, afinal? Pelo senso comum, o sucesso seria o amplo reconhecimento do valor de alguém e daquilo a que esse alguém se dedica. Se pensarmos assim, muitos de nós estaremos fadados ao fracasso, pois esse tipo de sucesso está diretamente relacionado à validação coletiva de alguém ou de algo. Ou seja, estaria vinculado a uma espécie de “IPOBE”. Se as pessoas falam de você ou daquilo que você faz, provavelmente, o sucesso estaria rondando a sua porta. No entanto, é certo que a maioria das pessoas não julga criteriosamente algo até que, de fato, esse algo seja sucesso. Portanto, não se deve esperar o sucesso vinculado ao reconhecimento das pessoas porque, geralmente, as pessoas só reconhecem aquilo que já é um sucesso! Risos! Ao contrário do que se imagina, vivemos em uma sociedade em que as pessoas olham meio de lado para quem ousa, simplesmente, porque quem ousa está dizendo em alto e bom som: “eu sei o que quero e vou buscar” e isso se torna uma tremenda provocação para quem está acomodado, pois a expectativa coletiva é que você também se conforme com o que está posto e chore suas pitangas como os que lá estão “com-formados” e nunca inconformados.

Diante disso, temos uma primeira lição: não busque o sucesso no reconhecimento das pessoas. Fazendo isso você evitará, dentre muitos desagrados, o bajulador medíocre que sequer uma crítica construtiva produzirá em prol de sua caminhada.

O sucesso também não é uma dádiva que cai do céu em um lindo dia ensolarado. É verdade que algumas pessoas saem do anonimato num clique e em instantes estão reluzindo nos holofotes da mídia. Isso, Andy Warhol previu ainda na década de 60, quando proferiu a seguinte frase: “um dia, todos terão direito a 15 minutos de fama". A profecia se realizou e vivemos esse tempo, mas agora não queremos tão somente a fama, mas o sucesso. E nós sabemos que o sucesso é aquilo que dura quando as luzes se apagam. Ou seja, aquilo que atraiu olhares e chamou a atenção deve ser suficientemente consistente para permanecer. Isso porque, como também escreveu o poeta Augusto dos Anjos: “A mão que afaga é a mesma que apedreja.” Ser alçado ao sucesso meteórico sem o estofo necessário é como caminhar no fio da navalha. Certamente, sobrarão cicatrizes. Antes mesmo que você tenha a oportunidade de se pronunciar, aparecerão os críticos, os especialistas na área para apontar o seu “erro”. Aliás, vivemos no tempo dos “achadores de erros”; aqueles que não criam nada, mas sabem apontar exatamente o que está errado no produto alheio. Críticos de cinema que nunca fizeram sequer um vídeo doméstico; teóricos em Literatura que nunca escreveram uma quadrinha para a professora do colegial; o especialista em música que não sabe o que é passar horas diante de uma partitura. Esses são como os preparadores de modelos e de misses que geralmente são feios e fora de forma. E, ressalte-se, fora da forma e do padrão que eles tanto exigem. Mas, então, se os críticos são tão desimportantes por que nos esforçamos tanto para ter o tal “estofo”? A resposta é muito simples - O estofo, a bagagem, o miolo, o alicerce é o único caminho possível para o sucesso. Não existe uma carreira de sucesso onde o esforço e o trabalho não sejam uma constante. E, isso leva tempo, exige escolhas e renúncias. Só Bombril tem mil e uma utilidades. Risos! E, mesmo assim, essa frase é apenas uma peça publicitária; qualquer dona de casa sabe muito bem que em muitas situações não dá para usar esse produto, pois ele arruinará um objeto que necessite de uma limpeza mais delicada. Penso que dessa reflexão podemos tirar dois outros grandes ensinamentos: Um está relacionado ao trabalho duro: não se poupe, nem se economize. Somente pare quando o seu produto estiver tinindo. Seja você o seu primeiro crítico e cerque-se de pessoas capacitadas e sinceras ao ponto de dizer se o que você vê confere com o que elas veem. Elimine os bajuladores de seu caminho, afaste-se de quem não trabalha direito, livre-se do preguiçoso, pois quem não é criterioso consigo mesmo, não saberá ver com critério. A outra lição diz respeito a escolhas e renúncias. Mesmo possuindo inúmeras habilidades, é praticamente impossível para qualquer um de nós, reles mortais, nos dedicarmos a todas elas integralmente, concentre o seu foco naquilo que realmente é imprescindível em sua vida, naquilo que é o seu oxigênio. Aquilo que lhe faz virar a noite em claro com alegria. Aquilo que lhe é uma tremenda companhia mesmo quando você está sozinho. O que você certamente levaria para uma ilha deserta se fosse obrigado a ficar confinado. Se o seu coração já respondeu, este deve ser o seu objeto de foco e dedicação. Lá atrás, no texto, usei a frase “eu sei o que quero e vou buscar”. Essa frase remete também a finalidade. Então, não pergunte apenas: O que eu quero? Mas, sobretudo, questione-se: Para quê eu quero isso? Acredito que a brevidade de muitas carreiras está relacionada à brevidade de finalidade dessas carreiras. Se alguém diz que o seu objetivo é aparecer em um programa de televisão, publicar um livro ou passar em um concurso; esta será a meta fim, ou seja, uma vez alcançada, acabou-se. Lembre-se, então, de pensar grande, ou melhor, lembre-se de pensar no “para quê eu quero isso?” Muitas pessoas descobrem que não querem o que perseguem, quando se dão conta de que o motivo de desejarem algo está mais relacionado com o sonho de outros que com os seus. São filhos resgatando os sonhos dos pais, pessoas percorrendo caminhos que alguém um dia disse que eram os caminhos certos. Outros almejando apenas ganhar dinheiro e por isso nunca se dedicam a nada e pagam um preço alto para ter dinheiro. Esses, quase sempre, sentem-se vazios, pois o dinheiro não ocupa o lugar dos sonhos. De volta à velha infância, nos damos conta de que o sonho continua sendo a bússola para o sucesso. Onde estiver o seu coração, aí estará o seu tesouro. E a voz do coração é o inevitável caminho para o sucesso, sempre.

30/01/2017 - Domingo - madrugada fresca -

Coração cheio de amor correspondido

Um ensaio que nasceu a partir de um artigo lido sobre o filme "La La Land" Esse filme rendeu assim como todas as coisas boas dão frutos.

Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 30/01/2017
Reeditado em 30/01/2017
Código do texto: T5897047
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